Evento discute boas práticas de mobilidade em Lisboa e Brasília

Painel vai apresentar boas práticas de Lisboa e de Brasília, além de trazer informações sobre tendências de mobilidade sustentável

As boas práticas em mobilidade urbana são o tema de um painel promovido pelo Centro Interdisciplinar de Estudos em Transportes (Ceftru/UnB) em parceria com a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec). O painel “Mobilidade Urbana – Desafios e melhores práticas – Estudo de caso Lisboa e Distrito Federal” é o primeiro passo para as ações do HUB de Mobilidade Urbana, iniciativa que tem como missão reunir pesquisadores e gestores públicos para a formulação de políticas que, de fato, promovam o ir e vir da população com segurança, de forma sustentável, saudável e prazerosa.

O evento vai acontecer em 25 de abril, das 9h às 11h, na Finatec e é aberto ao público e gratuito, mas é necessário fazer a inscrição pelo Sympla. Entre os convidados estão o professor doutor Tiago Lopes Farias, da Universidade de Lisboa – Instituto Superior Técnico; a professora doutora Fabiana Serra de Arruda, da Universidade de Brasília; o professor doutor Augusto César de Mendonça Brasil, diretor-presidente da Finatec, Valter Casimiro Silveira, servidor de carreira do DNIT e Osório Coelho, da Setec/MCTI.

Anfitrião do evento, o professor Augusto Brasil explica que este é o primeiro passo para a formação de um Hub na área de mobilidade. “O objetivo é colocar as pessoas em contato para conversar sobre esse assunto e identificar boas práticas. Neste sentido, estamos trazendo o Tiago Farias que já atuou como gestor da empresa de estacionamentos superficial e subterrâneos, além de ter sido do conselho da operadora de ônibus, bondes e elevadores de Lisboa”, explica. Já Valter Casimiro vai falar sobre o que tem sido feito para melhorar a mobilidade do no Distrito Federal.

Conexões

Com o evento, a Finatec cumpre sua missão de conectar o conhecimento da universidade com a sociedade e, ao mesmo tempo, trazer as demandas da sociedade para serem solucionadas pela academia. O Ceftru é um centro de produção de conhecimentos na área de transportes e vai apresentar as principais linhas de pesquisa neste setor.

O próximo passo do Hub Mobilidade Urbana será a promoção de eventos e cursos de imersão de pesquisadores e tomadores de decisão em países onde o sistema está mais avançado, como Alemanha, Espanha, Portugal e França, como cita o professor Augusto Brasil. “Pensamos em capacitar as pessoas, mandá-las para a Europa, por exemplo, para que possam conhecer e identificar os sistemas de mobilidade em Berlim, Lisboa, Paris, Madri e, assim, desenvolver a formação de alto nível para as pessoas envolvidas com mobilidade”, defende.
Por isso, segundo Augusto Brasil, também é importante o diálogo e o engajamento de integrantes do governo que possam financiar estudos e projetos nesta área para que a mobilidade no país se desenvolva de forma mais rápida e sustentável.

Na Europa, boa parte do debate é guiado pela necessidade de redução da emissão dos gases de efeito estufa, por exemplo. No Brasil, não é assim. Tem se falado sobre planos de transporte sobre trilhos, especialmente com trens e metrôs, que reduzem a emissão desses gases, mas este não tem sido um balizador, especialmente no DF, afirma Augusto Brasil. “O metrô não teve investimento na última década. A implantação do BRT não foi concluída e é apenas uma via segregada para ônibus. Os investimentos feitos – o Trevo de Triagem Norte, o viaduto do Sudoeste e o túnel de Taguatinga – são, especificamente para os veículos particulares. Enquanto forem priorizados investimentos para veículos particulares, o transporte público fica do jeito que está”, alerta Augusto Brasil.

Serviço

O que: Painel Mobilidade Urbana, desafios e melhores práticas: estudos de caso Lisboa e Distrito Federal
Quando: 25 de abril, das 9h às 11
Inscrições: https://www.sympla.com.br/mobilidade-urbana-desafios-e-melhores-praticas-estudo-de-caso-lisboa-e-distrito-federal__1946205?share_id=3q0nu
Onde: Finatec


Painelistas
Prof Dr. Tiago Lopes Farias – Universidade de Lisboa – Instituto Superior Técnico
Profa Dra. Fabiana Serra de Arruda – Universidade de Brasília (mediadora)
Prof Dr. Augusto César de Mendonça Brasil – Finatec (anfitrião)
Valter Casimiro Silveira – Servidor de carreira do DNIT
Osório Coelho – Setec/MCTI

Programa capacita estudantes para trabalharem em Startups Financeiras e até montar sua própria empresa

Lift Learning é resultado de uma parceria entre UnB e a FAP-DF que visa fomentar esse tipo de prestação de serviço que tem crescido com a pandemia

A pandemia ser tornou um marco na história mundial. Tanto que estudiosos já definem o período como pós Covid-19. Uma das maiores características dessa nova era foi a incorporação obrigatória de certos hábitos, como o distanciamento social.

Isso fez com que algumas áreas fossem desafiadas a se adaptarem ao novo costume. Como é o caso do setor de serviços, que, por causa dessa mudança brusca, sucumbiu a uma nova vocação: ao uso de canais digitais em lanchonetes, restaurantes e bancos.

E é justamente nesse nicho que tem crescido a procura por startups financeiras. As chamadas Fintechs. Que são empresas que desenvolvem tecnologia para a prestação de serviços não-presenciais a instituições financeiras, como os bancos.

De olho nesse mercado, a Universidade de Brasília (UnB), com o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa (FAP-DF), criou o programa “Lift Learning Programa Distrital de Fomento a Startups Financeiras (Fintechs)”. Cujo o objetivo principal é o de fomento ao ecossistema de Fintechs que, a médio prazo, servirá para colaborar no combate aos efeitos econômicos da pandemia em Brasília e região.

O programa tem como eixo principal selecionar estudantes universitários e capacitá-los para serem  mão de obra de alto padrão para fintechs e outras instituições financeiras. São seis vagas. Os alunos terão mentorias em empresas que realizam atendimento digital para bancos interessados  em contar com o serviço. Além disso, os estudantes recebem uma bolsa mensal durante o período de aprendizagem.

Para um dos coordenadores do projeto, o professor Ricardo Paixão, o Distrito Federal está vocacionado a esse tipo de Fintech por reunir aqui as sedes dos principais bancos do país. “Com a pandemia, teve uma intensificação do projeto, com processo de digitalização em que as pessoas evitaram os serviços presenciais. Aumentou o uso de canais digitais. O programa vem completamente ao encontro disso: de possibilitar às pessoas diminuir o contato e que elas resolvam seus problemas sem precisar ir ao banco.  Não só sacar, tirar extrato. Mas serviços mais complexos, como pegar empréstimo”, explica ele.

O projeto, que vai para a sua terceira edição, tem respaldo do Banco Central, que passou instituir um tipo de política pública que visa fomentar ecossistemas de Fintechs utilizando grupos de estudantes e recém-formados com projetos de empresas do setor  financeiro que estejam alinhadas à agenda de desenvolvimento do BC, ao eixo de competitividade.

“A intenção do projeto da UnB é despertar nesses alunos o interesse de montar sua própria startup financeira”, acrescenta o também coordenador João Benício. Segundo ele, a mentoria tem duração de cinco meses. O processo seletivo começa agora em março.

Finatec

O projeto é focado na formação de mão de obra. A verba é voltada exclusivamente para bolsas aos estudantes. Então, coube à Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) fzer toda a gestão  financeira. “Coisa que eu acho excelente. Imagina eu, como coordenador, tocando vários projetos simultaneamente, um projeto com 60 bolsistas. Se eu tivesse que lidar com quem está recebendo o quê, quando, seria quase impossível. Então, é excelente esse papel que a Finatec está assumindo, sou muito grato”, destacou Paixão.

UnB desenvolve respirador mecânico que vai custar até 65% mais barato que o preço pratica no mercado

O equipamento é vendido no mercado hoje por até R$ 100 mil. Protótipo recebe os últimos ajustes e vai permitir que o seu controle seja feito a distância

A Universidade de Brasília, com o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF), desenvolveu o protótipo de um tipo de respirador mecânico com custo-benefício bem mais em conta que os equipamentos vendidos atualmente no mercado.

O equipamento deve custar até 65% a menos que o mesmo tipo de produto considerado de primeira linha no mercado. Um respirador mecânico é oferecido ao preço que varia entre R$% 60 mil a R$ 100 mil. “Nós fizemos um produto para que possa ser vendido na faixa dos 30 a 35 mil”, estima o coordenador do projeto Sanderson César Macêdo Barbalho.

Professor do Departamento de Engenharia de Produção da UnB, Sanderson disse que utilizou mais de 300 componentes eletrônicos no respirador mecânico. As peças foram adquiridas no mercado pela Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), que é outra instituição parecera da pesquisa. “Foi a maior compra de componentes que a Finatec realizou”, afirma.

A novidade nesse tipo de respirador em relação aos outros é a introdução de um descontaminador. Segundo ele, o equipamento já faz o trabalho de limpar o ar que sairá do equipamento durante o seu uso. “O acompanhante ou os profissionais de saúde pode ficar perto, que não será contaminado”, acrescenta.

O protótipo é todo automatizado. O futuro respirador será controlado por um programa que pode ser baixado para o celular e monitorado a distância. É justamente esse sistema de controle, por Software, que está sendo testado para então ser aplicado em seres vivos. Primeiro, em porcos. Depois em humanos.

Tanto a parte física quanto o programa serão patenteados pela UnB. A empresa que se interessar em adquirir o projeto e arcar com os custos da fabricação em grande escala, deverá procurar a Agência de Inovação da UnB e obter a transferência de tecnologia.

O projeto chamado de Desenvolvimento de Respirador Decânico de Baixo Custo com Sistemas de Controle de Volume e Pressão e Adequado às Condições Sanitárias para Pacientes em UTI Devido ao Covid-19, o projeto recebeu investimento de R$ 1,1 milhão. O valor foi repassado pela FAP-DF no âmbito do Convênio 03/2020, que conta com orçamento global de R$ 30 milhões para apoiar projetos e ações de pesquisa, inovação e extensão destinadas ao combate à Covid-19.

A gestão desse recurso ficou a cargo da Finatec. Para o professor Sanderson, esse tipo de ajuda é essencial no andamento do projeto, sobretudo por permitir ao pesquisador o foco na parte prática da pesquisa, deixando a gestão com uma equipe especializada. “A Finatec viabiliza a gestão financeira do projeto, o pagamento das bolsas dos alunos,

tudo isso daí o professor não consegue fazer. Nosso trabalho é técnico, a gente quer desenvolver o produto. Por outro lado, é muito importante ter alguém cuidando desse lado burocrático, sem eles a gente não consegue trabalhar”, afirma.

Testes de aferição de Covid têm até 99% de precisão

É o que revela uma pesquisa da Universidade de Brasília (UnB) com a parceria da Fundação de Apoio à Pesquisa (FAP-DF)

Uma pesquisa da Universidade de Brasília (UnB) com a parceria da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF) que avaliou a confiabilidade dos testes que detectam se a pessoa está ou não infectada com a Covid-19 revela que eles têm até 99% de precisão.

O estudo denominado de “Validação de Métodos para Diagnóstico e Estimativas de Prevalência pela Infecção por SARS-CoV-2” é coordenado pelo professor Wildo Araújo, que usou a população da Estrutural como base para chegar a essa constatação da acurácia dos testes rápidos.

Segundo o docente, o primeiro modelo analisado foram os testes rápidos de diagnóstico sorológico, em que se punciona a ponta do dedo e a partir de uma gota de sangue realiza-se o teste – e o outro modelo de teste analisado foi o que tem como princípio a quimioluminescência; neste exame utiliza-se o soro do sangue que é coletado por meio de uma punção venosa [coleta de sangue na veia].

A primeira forma de testagem, ou seja, o teste rápido para verificação de anticorpos, foi menos eficaz (52,0%) do que o teste de quimioluminescência (80,7%) que também é utilizado para detectar anticorpos (células responsáveis pela defesa do organismo) no organismo humano.

Quando a avaliação foi realizada sobre o teste de antígeno, que é comparado ao RT-PCR – teste conduzido no laboratório da UnB – nas pessoas residentes da Estrutural que estavam com sinais e sintomas clínicos e procuraram para atendimento clínico na UBS da Estrutural, o resultado apresentou ter sensibilidade de 77%.

A sensibilidade corresponde a porcentagem que um teste tem de positivar quando a pessoa tem a doença quanto maior a sensibilidade, menor a chance de resultados “falso-positivos”, enquanto a especificidade está relacionada a capacidade desse mesmo teste gerar resultados negativos nos indivíduos que não apresentam a doença que está sendo investigada quanto maior a especificidade, menor a chance de resultados “falso-negativos”.

“Esse tipo de testagem rápida de antígeno (que faz com amostra do nariz) detectou menos o vírus entre os doentes com Covid-19, mas consegue ter alta especificidade (99%), ou seja, se a pessoa não tem a Covid-19. O teste rápido se demonstrou excelente em conseguir gerar resultados negativos entre pessoas que de fato não tinham Covid-19”, explicou Wildo Araújo.

“Toda vez que surge uma nova doença infecciosa, precisamos entender, como política pública, quantos já adoeceram. Isso serve para entender o perfil de quem fica doente, quais testes funcionam e quantas vacinas devemos comprar”, emenda ele.

A pesquisa tem dois interesses: o primeiro é verificar o chamado grau de acurácia dos testes sorológicos da Covid-19. Depois, descobrir quantas pessoas de fato se infectaram com o Sars- CoV-2 no Distrito Federal.

A ideia do professor é visitar pelo menos 6.800 domicílios no Distrito Federal e fazer um verdadeiro raio-X da infecção do novo coronavírus em regiões administrativas como Taguatinga, Ceilândia, Setor Sol Nascente, Plano Piloto e Estrutural.

Finatec: “Importante papel de gerenciar e cuidar da parte burocrática”

O projeto conta com o recurso de R$ 6,5 milhões e tem gestão da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec). “A Finatec tem o importante papel de gerenciar e fazer todo o processo licitatório de contratação, compra de produtos, insumos e equipamentos. A parte burocrática”, avalia o coordenador da pesquisa.

Finatec inicia o ano no azul

Mesmo nesse cenário incerto de pandemia, fundação consegue bater meta de cortar gastos e aumentar execução de projetos: em 2021 conseguiu utilizar quase 80% da verba orçada, que foi da ordem de R$ 126 milhões, superando o ano anterior, que, dos R$ 172 milhões, foram gastos com as pesquisas apenas R$ 70 milhões

O ano de 2022 também não será fácil para a economia brasileira. E não é preciso recorrer aos astros para prever isso, como muitas pessoas fazem em início e término de ciclos. Além de estarmos sob o fantasma de uma pandemia, que vive a nos assustar com a iminência de um novo lockdown por causa da sua nova variante Ômicron, ainda haverá eleições majoritárias, uma delas para presidente da República. Com isso, aqueles setores que dependem de verba da máquina pública para sobreviver vão sentir mais, uma vez que o período de execuções orçamentárias será curto.

Apesar de ter em sua carteira de parceiros financiadores dos projetos ministérios, autarquias e outros órgãos que compõem os governos federal e local, a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) fez o chamado dever de casa e conseguiu se preparar para esse período difícil. Por isso, a entidade vai passar ao largo dessa crise, caso venha de fato.

A previsão é do presidente da Finatec, Augusto Brasil, que, numa espécie de balanço anual, abriu com transparências a contabilidade da fundação para dar a boa notícia. “Muitos projetos geridos pela Finatec são financiados por meio de TED (Termo de Execução Descentralizada). Então, o orçamento dos ministérios é deslocado para estudos e pesquisas dentro da Universidade de Brasília (UnB). Por ser um ano eleitoral, haverá problemas orçamentários para o governo, que terá período curto em termo de execução orçamentária. Então, todo trabalho que a gente fez em 2021, foi tentar captar ao máximo possível de recurso para equilibrar o orçamento de 2022. E conseguimos deixar essa gordurinha para este ano”, revelou Brasil.

Por estar conectado de forma financeira e orçamentária ao ano anterior, o balanço de 2021 é na verdade referente ao biênio 2020/2021. Uma das importantes metas tomadas pela gestão de Brasil, que também é professor, foi o corte de despesa. Mas sem impactar no apoio e execução dos projetos. A medida foi um dos importantes braços para equilibrar 2022. “Tentando cortar gordura e, ao mesmo tempo, executando cada vez mais os recursos destinados para os projetos”, explica ele.

Aliás, esse foi outro fator importante nesse cenário de retomada do equilíbrio financeiro da Finatec: o aumento do uso de recursos destinados aos projetos. Em 2021, a fundação conseguiu utilizar quase 80% da verba orçada para aquele ano, que foi da ordem de R$ 126 milhões, superando o ano anterior, que, dos R$ 172 milhões, foram gastos com as pesquisas apenas R$ 70 milhões.  

“Em 2020, tínhamos de recursos a serem geridos, R$ 172 milhões – recursos que estão na Finatec para serem executados em dois ou três anos de projeto. A gente executou R$ 70 milhões em 2020. Em 2021, a gente passou a ter R$ 126 milhões. Só que a gente executou muito mais: R$ 103 milhões”, comemora o presidente.

O total de projetos desenvolvidos pela Finatec nesse período é impressionante: cerca de 600 pesquisas financiadas pelos chamados parceiros financiadores. Em 2020 eram 295 projetos. Já no ano seguinte, não só manteve a notável quantidade de projetos como subiu para 309.  “Esse foi o nosso trabalho: o de materializar esses recursos que estão disponíveis, aumentando a nossa eficiência nessa execução orçamentária para poder equilibrar mais ainda as contas”, ressalta Augusto Brasil.  

Pandemia

Ao longo dos anos, a Finatec precisou se renovar. A fundação deixou de ser a apenas gestora e passou a captar recursos e encontrar o pesquisador dentro da faculdade, para ampliar o seu papel fundamental que é o apoio à universidade.

Essa nova vertente da fundação foi base para enfrentar anos difíceis como esses inseridos em tempos de pandemia de Covid-19. Apesar de o balanço de 2018, 2019 e 2020se apresentar no vermelho, em 2021, houve uma melhora significativa. “Em 2019 a gente estava caminhando para um bom equilíbrio em 2020 e 2021, mas veio a pandemia. Fomos fortemente impactados pela pandemia”, avalia Brasil. 

Embora a pandemia tenha provocado impacto negativo em boa parte das instituições brasileiras – e com a Finatec não foi diferente -, tendo diminuído os investimentos em ciência, tecnologia e inovação, áreas afins da fundação, a Finatec conseguiu captar dois projetos mesmo em meio a esse cenário ruim.

Um deles ligado diretamente à pandemia, que foi o convênio com a Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal – FAPDF, denominado de “O Distrito Federal no combate à Covid-19”, que teve um aporte de R$ 30 milhões.  Junto à UnB, a Finatec passou a apoiar projetos de professores voltados a fomentar estudos, pesquisas e ferramentas que pudessem amenizar e combater a pandemia, como compartilhamento de respiradores em hospitais, máscaras especiais e até a manipulação de proteínas em seres vivos capazes de abater o novo Coronavírus, o transmissor da Covid-19.

“Curioso é que, se por um lado a gente perdeu em investimento como todo, mas também ganhou de um lado que não existia. Esse projeto é importante porque a própria FAP-DF teve interesse em financiar e apoiar projetos em função da Covid-19. Nele, a Finatec cumpre o seu papel, que é o de apoiar e captar recursos para investimento em ciência e tecnologia para UnB”, disse o presidente.

As pesquisas apoiadas pela Finatec, que está vinculada à Universidade de Brasília (UnB), são vastas e estão por toda parte. Desde tecnológicas até a área da construção civil, de petróleo e meio ambiente. Como é o caso do projeto Conexão Mata Atlântica, financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O convênio foi prorrogado também em meio aos anos de pandemia: no biênio 2020/2021. Considerado um sucesso, ele consiste em financiar e capacitar agentes de proteção e recomposição à floresta. “Ele financia a pessoa que está lá na terra protegendo a floresta ou recompondo a floresta. Agentes de proteção e recuperação dessa terra. Nós temos muito carinho por esse projeto. Pelo seu significado. Estamos tentando expandir essa mesma metodologia para outros biomas”, antecipa Brasil.

Esses contratos firmados não só atendem aos órgãos financiadores dos projetos de interesse, mas também capacita e a ajuda na formação de universitários para o mercado de trabalho. No biênio 2020/2021, a Finatec pagou, com recurso de projetos, aproximadamente 1,6 mil bolsas de pesquisas a estudantes e contratou 263 estagiários, somando os dois períodos.

“São momentos difíceis. Quando o país deposita os recursos para a tecnologia, essas entidades, como fundações, universidades, pesquisadores, correspondem com ciência e tecnologia, dando soluções muito boas para o país”, conclui Augusto Brasil.

Em nova etapa do Projeto Mata Atlântica, IBS promove ações para impulsionar as vendas de produtores do Vale do Ribeira e Baixada Santista

Com o intuito de desenvolver inovação e sustentabilidade, o IBS – Instituto BioSistêmico promoveu a produção sustentável de alimentos entre os agricultores beneficiários atendidos na região do Núcleo Itariru do Parque Estadual Serra do Mar (PESM-NITA), no Estado de São Paulo.

Nos três primeiros anos de execução do Projeto Conexão Mata Atlântica, o trabalho das equipes de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) do IBS contribuiu para melhorias na qualidade dos produtos e na produtividade.

Com produtores mais capacitados tecnicamente para uma produção sustentável e eficiente, as duas reuniões promovidas pelo IBS, em dezembro de 2021, tiveram o objetivo principal ampliar as possibilidades de mercado para a produção local.

 A primeira foi realizada com os produtores da Associação de Empresários Rurais de Pedro de Toledo e a reunião discutiu as premissas para a comercialização no mercado convencional. Foram abordados temas como qualidade, frequência e quantidade da produção, além de preço de comercialização e logística. 

Na Associação Comercial de Peruíbe, aconteceu o segundo encontro da jornada. Na ocasião foi realizada a apresentação da Associação de Empresários Rurais de Pedro de Toledo para representantes da cadeia hoteleira, evidenciando as vantagens competitivas da organização perante os concorrentes, como preço, qualidade e logística.

O encontro fortaleceu a importância do comércio local ser abastecido pelos produtores locais, por se tratar de uma região turística. Essa aproximação com a rede de estabelecimentos voltados ao turismo pode beneficiar produtores dos quatro municípios atendidos pelo IBS no projeto: Miracatu, Pedro de Toledo, Itariri e Peruíbe.

Novos mercados estão sendo abertos, envolvendo outros produtos, organizações de produtores e até mesmo produtores individuais. O nicho das frutas da Mata Atlântica e das Plantas Alimentícias não Convencionais também são demandadas pelo setor hoteleiro, utilizadas em sucos e refeições, além do palmito pupunha que pode ser servido como petisco nos quiosques à beira mar, ampliando as possibilidades de distribuição dos produtores locais que participam do projeto.

Com reposicionamento dos produtos no mercado, redução de  perdas, maior segurança e domínio dos custos, os produtores locais podem aproveitar as capacitações para o empreendedorismo rural oferecidas pelo Projeto Conexão Mata Atlântica. O desenvolvimento socioeconômico das famílias tem grande potencial de crescimento.

Nesta articulação com atores locais em prol do fomento da agricultura familiar da região, o Instituto BioSistêmico conta com a parceria da Prefeitura de Peruíbe e a Associação Comercial de Peruíbe.

Conheça o projeto Conexão Mata Atlântica

A Mata Atlântica é o bioma brasileiro que mais sofreu com os ciclos econômicos do país e hoje em dia é  uma das florestas tropicais mais ameaçadas do mundo. Nesse contexto o projeto Recuperação e Proteção dos Serviços de Clima e de Biodiversidade no Corredor Sudeste da Mata Atlântica Brasileira – GEF Conexão Mata Atlântica – atua desde 2017 para amenizar as ameaças à fauna e à flora, bem como estimular boas práticas agropecuárias integradas à preservação do meio ambiente.

Por meio do Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), o Conexão Mata Atlântica incentiva produtores rurais a adotarem ações de conservação e restauração ou adotam práticas produtivas mais sustentáveis

O projeto é proveniente da parceria do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTIC), com recursos oriundos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec). 

Créditos: foto/texto – Instituto BioSistêmico

Programa de pré-incubação da FAP-DF ajuda qualquer pessoa a virar um empreendedor

Com apoio da Finatec, UnB, IFB e Sebrae-DF, o CocreationLab DF oferece mentoria com direito a networking que possui uma metodologia própria a TXM Business. Tudo de graça.

É um sonho da maioria das pessoas o de trocar da condição de um simples funcionário para a de patrão montando seu próprio negócio. Mas muitos desejos se perdem pelo caminho por esbarrar naquela máxima de que, para isso, precisa de “tino para negócios”. 

Uma iniciativa da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF), com apoio da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), da Universidade de Brasília, Instituto Federal de Brasília (IFB) e Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-DF) tem desmistificado essa afirmação popular e ajudado empreendedores e sonhadores, nas áreas de tecnologia e economia criativa a abrirem seu próprio negócio.

Trata-se do CocreationLab DF, maior pré-incubadora de ideias do Brasil. O projeto oferece todas as ferramentas para transformar as ideias em negócios de verdade.  A segunda turma do DF está com inscrições abertas, com 75 vagas.

Para participar, o interessado tem de apresentar uma ideia ou um projeto. As ideias que têm potencial para virarem negócios passam por um processo de seleção e, depois de aceitas, recebem apoio para se transformarem em empresa, graças ao networking desenvolvido ao longo do processo, que possui uma metodologia própria, a TXM Business, desenvolvida e validada em Florianópolis – um dos principais pólos de inovação do Brasil – pelo professor Luiz Salomão Ribas Gomez, da Universidade Federal de Santa Catarina.

Um detalhe importante. Tudo é gratuito: desde a inscrição até os cinco meses de mentorias, palestras, workshops e o networking com o ecossistema do DF. Os participantes entram com uma ideia e saem com um plano de negócio estruturado.

Então, o que você, empreendedor, está esperando? As inscrições podem ser feitas até o dia 6 de fevereiro e qualquer pessoa pode participar. O projeto acontece em cinco polos: Campus Samambaia/IFB, Faculdade Gama da Universidade de Brasília (FGA/UnB), Universidade de Brasília Edifício CDT/UnB, Instituto Federal de Brasília – Campus São Sebastião e SebraeLab Parque Tecnológico de Brasília (Biotic).

Edital pode ser acessado em:  finatec.org.br/noticia/cocreation-lab-df-edital-2021-2/

Cases de sucesso

A primeira turma formou 37 projetos inovadores para o DF. Destes, destacamos dois cases de sucesso. O Chame a Lu e Vem Sem Glúten.  O primeiro é um aplicativo de contratação e prestação de serviços domésticos. Oferece pagamento por hora trabalhada com métricas e funções inteligentes. Além disso, também capacita os profissionais prestadores e intermedia o contato entre os clientes. “o cocreation foi a principal ferramenta de propulsão do nosso projeto”, destaca Thiago Rodrigues Silva, um dos sócios do Chame a Lu. Ao final dos cinco meses de mentoria já está com previsão de um primeiro aporte de 500 mil, para fevereiro.

O Vem Sem Glúten é oferece kits com alimentos totalmente sem glúten para o desenvolvimento de receitas seguras para pessoas celíacas (com intolerância ao glúten). Além do mix pronto de farinhas e açúcares, também é disponível uma receita em vídeo, que pode ser acessada via QR Code. “Eu tinha muitas ideias e queria fazer tudo. No fim, não fazia o que gostaria e não conseguia me organizar. O CocreationLab me ensinou a pôr o preço no meu produto e saber quais as etapas para desenvolver o meu negócio”, destaca a estudante de nutrição Marina de Carvalho Bueno, criadora do projeto.

Pesquisa dá um passo importante em busca de medicamento eficaz ao tratamento de Covid-19

Pesquisadores da UnB identificaram molécula capaz de diminuir em até 50% a carga viral

Uma pesquisa da Universidade de Brasília (UnB) identificou em moléculas de proteína produzidas pelo corpo humano a capacidade de diminuir até 50% a carga viral do Sars-Cov-2 em um organismo com baixa concentração do vírus transmissor da Covid-19.

O resultado ainda é embrionário, mas abre uma possibilidade de chegar futuramente a um medicamento capaz de combater o Sars-Cov-2 e servir de barreira contra o vírus.

Esse, aliás, é o objetivo da pesquisa Verificação de Atividade Antiviral de Peptídeos Intragênicos Antimicrobianos (IAPS). O estudo é financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF) e conta com o apoio da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec).

“A gente prospectou seis moléculas e testou mais algumas que tínhamos no banco. Dessas 12 moléculas, uma teve o resultado mais interessante: a capacidade de inibição de 50% da carga viral, mas numa concentração bastante baixa. A gente vai continuar trabalhando nela. São 1,8 mil possibilidades de moléculas que foram prospectadas a partir de proteoma humano (conjunto de proteína) ”, disse o coordenador do trabalho, professor Guilherme Brand, que é do Instituto de Química da UnB.

Início com plantas

Segundo ele, a pesquisa voltada para o Sars-Cov-2 começou em 2017, quando cursava doutorado na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), mas com material extraído da genética de plantas. “Ao arrancar fragmentos de proteínas de alguns seres, como da soja, e sintetizá-los quimicamente, encontramos uma função que oferecia proteção contra determinados patógenos de plantas”, explicou Brand.

Então, com o advento da pandemia de Covid-19, o professor e sua equipe, que conta também com a parceria do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo, passaram a aplicar o mesmo conceito em saúde humana. “Se você pegar o conjunto de proteína produzido em um organismo e fizer uma varredura, por intermédio de um software, analisando cada pedacinho dessas proteínas, pode reconhecer um segmento interno que, quando retirado dela, vai ter uma atividade biológica desejada com essa molécula”, detalha ele.

A função que se espera dessas moléculas sintetizadas é desestabilizar a membrana que protege o Sars-Cov-2, levando a sua morte. “A intenção do trabalho é gerar fármacos a partir do próprio genoma humano”, revela Brand. “O vírus percorre um caminho antes de se instalar definitivamente. Ele entra pelas vias respiratórias, as chamadas vias aéreas e só depois desce para o pulmão. Então, tem-se aí uma oportunidade de combate-lo. O método mais eficaz seria a partir de uma aplicação intranasal, por uma espécie de spray, que vá converter durante algum tempo uma proteção”, completa.

Apesar do resultado da pesquisa ser animador, o coordenador do estudo mantém a cautela. “A gente sabe que existe um longo caminho até se comprovar a eficiência de uma pesquisa feita ainda in vitro (em mecanismo que simula a pele humana). Mas eu acredito que essa experiência terá uma capacidade preventiva e de diminuição de carga viral”, sintetiza ele.

Apoio da Finatec

Acostumado a gerenciar os próprios projetos, o professor Guilherme sabe bem como essa atividade é estressante. Com o apoio da Finatec, que cuida dessa parte burocrática, como compra de equipamentos, insumos, ele terá mais tempo para se dedicar à pesquisa. “Devo dizer que toda a minha relação com a Finatec tem sido muito tranquila. Mediante troca de e-mails com vários setores, ela tem cuidado de toda a parte de compras relacionadas ao projeto. A minha experiência tem sido bastante satisfatória, simplesmente de não ter de lidar com isso”, comenta.

O projeto Verificação de Atividade Antiviral de Peptídeos Intragênicos Antimicrobianos (IAPS) faz parte do convênio 003/2020, celebrando entre a FAPDF e a Finatec, que tem como objetivo a conjunção de esforços entre os partícipes, por mútua cooperação técnico científica, visando apoiar a execução e o desenvolvimento de projetos e ações de Pesquisa, Inovação e Extensão destinadas ao combate à Covid-19.

Foto: Igo Estrela/ Metropóles

Ministério da mulher, PNUD e Finatec formalizam parceria em prol de crianças e jovens indígenas

O Ministério da Mulher, da Família e do Direitos Humanos (MMFDH) formalizou, no dia 23 de dezembro de 2021, uma parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec).

A parceria visa proporcionar a  realização de estudos, pesquisas e relatórios que vão apoiar o Governo Federal na promoção de um melhor atendimento a crianças e jovens indígenas em situação de vulnerabilidade social. O acordo foi firmado durante a 14ª reunião do Grupo de Trabalho designado para tratar sobre o tema. O investimento do Governo Federal será de R$1,6 milhão.

“Historicamente, temos quase 70 projetos realizados com o MMFDH e o PNUD. O tema da criança e do jovem indígena é importante porque podemos impactar diretamente na vida de milhares de pessoas e nos deixará com a sensação de missão cumprida, de um legado que ficará para a população”, apontou o diretor-presidente da Finatec, Augusto Brasil.

As 10 iniciativas integram o Projeto Estratégico Plano de Ação de Defesa das Garantias de Direitos das Crianças e Jovens Indígenas, que é composto por quatro eixos e 38 ações. O Grupo de Trabalho sobre Crianças e Jovens Indígenas em Situação de Vulnerabilidade, criado pela Portaria nº 869, de 22 de março de 2021, é um órgão de assessoramento, consultivo e de estudo, destinado também a fomentar discussões sobre o tema.

O Plano de Ação de Defesa das Garantias de Direitos das Crianças e Jovens Indígenas será implementado, inicialmente, em comunidades indígenas dos estados de Mato Grosso (Xavante), Mato Grosso do Sul (Dourados-Guarani Kaiowá) e Roraima (Yanomami).

Foto: Gov.br/Google

Page Reader Press Enter to Read Page Content Out Loud Press Enter to Pause or Restart Reading Page Content Out Loud Press Enter to Stop Reading Page Content Out Loud Screen Reader Support
× Como posso te ajudar?