Informamos que no dia 12 de dezembro de 2024 (quinta-feira), não haverá expediente na Finatec. Retornaremos às atividades normais no dia 13/12/2024 (sexta-feira).

GDF contrata UnB/Finatec para analisar contaminação do antigo Lixão da Estrutural

O Governo do Distrito Federal celebrou, na última quinta-feira (26), a contratação da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) – entidade de apoio à UnB – para realizar a consultoria do antigo Lixão da Estrutural. Trata-se do primeiro passo para recuperação da área, cujo objetivo é elaborar um diagnóstico de contaminação e proposta de remediação ambiental. O prazo de execução é de 12 meses, com orçamento de R$ 1,3 milhões.

Após o fechamento do aterro, em janeiro de 2018, a preocupação agora é analisar a contaminação e as ameaças deixadas pelo antigo lixão. Segundo José Eloi Campos, coordenador técnico do projeto e chefe do Instituto de Geociência da Universidade de Brasília (UnB), o principal desafio é localizar a pluma do chorume – líquido escuro que sai do lixo -, uma vez que pode alcançar a água que é consumida pela população.

 

 

“Mesmo sem depositar mais lixo, a chuva infiltra na região e dilui o chorume, que por sua vez segue migrando. O que ainda não tem resposta é: onde que essa pluma chegou? Sabemos que ela se direciona para o interior do Parque Nacional e também para a cabeceira do córrego Vicente Pires, que é local de captação de água pela Caesb. Então tratar o chorume e evitar essas rotas são os pontos mais importantes no momento”, explicou Campos.

De acordo com o coordenador, os estudos terão dois enfoques principais: o diagnóstico e os testes-pilotos para a apresentação de propostas ao GDF, ou seja, acerca do uso de tecnologias adequadas para o efetivo controle de um dos maiores problemas ambientais da região. “Tratar chorume é a coisa mais simples do mundo, no entanto, é um processo caro. Então vamos buscar rotas alternativas, eficientes e que sejam mais baratas”, comentou.

 

Professor José Eloi Campos, coordenador técnico do projeto e chefe do Instituto de Geociência da Universidade de Brasília (UnB)

 

Dentre as propostas iniciais está a construção de vários poços de até 80 metros de profundidade para bombear o chorume e monitorar os reservatórios de água subterrâneos. Para reter os metais presentes no solo, pretende-se adotar a técnica da fitorremediação com plantio de árvores nativas como agentes purificadores, bem como realizar processos físico-químicos para precipitar os metais, de modo a serem tratados como minerais estáveis.

 

Maior depósito de lixo da América Latina

Por quase 60 anos o Lixão da Estrutural foi responsável por receber todo o resíduo sólido do Distrito Federal. De acordo com o Serviço de Limpeza Urbana (SLU), estima-se que 40 milhões de toneladas de lixo já foram despejados no local. Com 200 hectares de área e montanhas de lixo de mais de 50 metros, o depósito era considerado o maior da América Latina.

A apenas 20 quilômetros da Praça dos Três Poderes e dividindo cerca com o Parque Nacional de Brasília, o Lixão da Estrutural é considerado uma irregularidade pela Lei de Crimes Ambientais e pela Política Nacional do Meio Ambiente. Felizmente o local foi desativado no dia 20 de janeiro de 2018, quando o Aterro Sanitário de Brasília, em Samambaia, estava pronto para uso.

O chefe do Instituto de Geociência da UnB alertou que a proximidade entre o depósito de lixo e a área de conservação ambiental é um risco para fauna, flora e água que abastece a população do DF. “Assim que acaba a vida útil de um aterro, é preciso que ele seja fechado o quanto antes. É como uma mineradora: quando há a exaustão das minas tem que sair e tirar tudo de lá, caso contrário pode até causar um acidente. Ou seja, a ideia é conseguir minimizar os efeitos negativos logo”, elucidou Campos.

 

Professor José Eloi Campos, coordenador técnico do projeto e chefe do Instituto de Geociência da Universidade de Brasília (UnB)

 

No caso do Lixão da Estrutural, mesmo com as atividades finalizadas há quase dois anos, o local gera preocupação, visto que concentra enorme quantidade de chorume e gás metano no solo, além de possuir grandes volumes de lixo enterrados em decomposição. Ademais de contaminar reservas subterrâneas de água, há também perigo de explosões no local. “Por meio dos estudos, esperamos minimizar os efeitos causados pelo depósito e tratar a área”, ponderou o coordenador.

 

Recuperação do solo

Os resultados obtidos durante os 12 meses de estudo servirão de subsídio para o Projeto de Recuperação da Área Degradada (Prad), realizado pelo Instituto Brasília Ambiental – IBRAM. O objetivo é a recuperação do solo do antigo lixão, além de evitar o impacto negativo sobre os recursos hídricos e a contaminação dos mananciais que fazem parte da bacia hidrográfica do Paranoá.

Vale ressaltar que a execução do projeto será viabilizada por recursos provindos da cooperação técnica entre o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), o Governo do Distrito Federal (representado pela Sema) e o Projeto CITinova – Promovendo Cidades Sustentáveis no Brasil, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI).

 

Alessandra Andreazzi Peres – Subsecretária da Secretaria de Meio Ambiente – SEMA

 

Para o presidente da Finatec, Armando Pires, a fundação de apoio presta uma assistência fundamental na solução de problemas sociais. “É um honra e uma satisfação ter nossa equipe envolvida nesse estudo, em área na qual já temos grande conhecimento acumulado. Agora é hora de fazê-lo voltar à sociedade, o que é possível por meio da canalização de recursos”, declarou.

 

Armando Caldeira-Pires – Diretor Presidente da Finatec

 

O evento de lançamento dos estudos e divulgação do contrato contou também com a presença do subsecretário de Gestão das Águas e Resíduos Sólidos, Jair Vieira Tannus Júnior, e a subsecretária da Secretaria de Meio Ambiente – SEMA, Alessandra Andreazzi Peres, ambos da SEMA. Participaram igualmente a diretora do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Regina Silvério, o subsecretário de Estruturação e Gestão de Projetos da Secretaria de Projetos Especiais do GDF, Eduardo Amaral da Silveira, e a coordenadora do Projeto CITinova no GDF, Nazaré Soares. O Diretor-adjunto da SLU, Gustavo Souto Maior, e a Chefe do Parque Nacional de Brasília, Juliana de Barros também marcaram presença e elogiaram a iniciativa.

 

Eduardo Amaral da Silveira – Subsecretário de Estruturação e Gestão de Projetos da Secretaria de Projetos Especiais do GDF

 

Veja mais fotos desse momento:

 

Enem Inclusivo e Especial: projeto reúne alunos especiais em aulão preparatório para prova

Os aulões ocorrem na sede da Finatec e visam minimizar as desigualdades entre os estudantes com o auxílio de professores voluntários

Na véspera do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), estudantes da educação inclusiva da rede pública do DF se reuniram no auditório da Finatec para realizar o último aulão do projeto “Enem inclusivo e Especial”, iniciativa inédita da Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral (Subin), que contou com oito encontros na modalidade pré-vestibular. Vale frisar que a Finatec é parceira da iniciativa e ofereceu o espaço para realizar todas as atividades durante esse período.

As gargalhadas relaxadas dos participantes do último dia até fizeram parecer que eles estavam em um show de comédia. Em uma aula lúdica, interativa e muito divertida, professores voluntários prepararam os alunos para os detalhes finais da prova. “Evite problemas previsíveis, por exemplo, comer muito e ter dor de barriga na hora da avaliação. Mas se um meteoro cair do lado de fora a culpa não será sua, até eu vou querer sair para ver”, brincou o professor Kléber Carvalho, do Centro Educacional (CED) 06 de Ceilândia, mais conhecido como Kléber Caverna.

Inclusão social

O projeto conta com a participação de estudantes com diversas particularidades: síndrome de down, deficiência intelectual, física, visual, auditiva e ainda com espectro autista. Para abraçar a todos, criou-se um material pedagógico acessível e direcionado, além de auxiliar as famílias nas inscrições e oferecer todo o suporte necessário.

“O Enem inclusivo e Especial oferece uma série de possibilidades pedagógicas, de modo a oferecer aos nossos estudantes especiais as mesmas oportunidades de aprendizado que os demais alunos possuem. É dar a voz a esses jovens e mostrar o quanto são competentes e valiosos no mercado”, explicou Vera Barros, Subsecretária da Subin.

No intuito de garantir empregabilidade a jovens com necessidades especiais e com transtornos de aprendizagem, o projeto piloto foi um sucesso e deve ser ampliado no próximo ano para todas as escolas da rede de ensino do DF. “É um trabalho que cria uma rede de solidariedade num projeto de educação inclusiva”, comentou o professor voluntário Raul Dusi.

Protegendo Sonhos

Os aulões também são responsáveis por motivar os estudantes a alcançarem os objetivos pessoais e profissionais e, mesmo com as dificuldades, jamais desistirem dos sonhos. Em relação ao Enem, a mensagem é: “se eu vou fazer a prova, tenho que pensar positivo. Antes de eu fazer o vestibular, já fui com o cabelo raspado. Quando me perguntaram o porquê disso, eu disse que já sabia da minha aprovação, então só adiantei os processos”, incentivou o professor Kléber Caverna, em alusão a tradição de raspar o cabelo após ingressar no ensino superior.

A estudante Luana Vale sofre de paralisia cerebral, mas não deixa o transtorno ser um empecilho na realização de suas metas. “Quero cursar publicidade e o aulão está me ajudando para realizar o Enem, vou me lembrar de todas as dicas que aprendi aqui durante a prova”, e acrescentou: “O projeto está me esclarecendo muitas dúvidas em relação ao conteúdo. Se eu não tivesse essas aulas, não teria base suficiente para fazer a prova”.

A estudante Luana Vale sofre de paralisia cerebral, mas não deixa o transtorno ser um empecilho na realização de suas metas. “Quero cursar publicidade e o aulão está me ajudando para realizar o Enem, vou me lembrar de todas as dicas que aprendi aqui durante a prova”, e acrescentou: “O projeto está me esclarecendo muitas dúvidas em relação ao conteúdo. Se eu não tivesse essas aulas, não teria base suficiente para fazer a prova”.

Para Luis Felipe Sales não é diferente, o estudante autista ama estar em frente às câmeras, inclusive já atua como youtuber. “Eu gosto de falar para o público, fazer reportagem e dar entrevista. Me sinto muito ansioso para realizar o Enem, é um sonho entrar na faculdade”, aspirou. A profissão que almeja seguir? “Jornalismo, sem dúvida”, respondeu o estudante.

Unb e Finatec apoiam ação inovadora do Tribunal de Contas do Tocantins (TCE/TO)

Representantes do TCE/TO estiveram na Finatec para discutirem sobre a implantação da Inteligência Artificial (I.A.) no sistema e-Contas, com enfoque na elaboração das decisões e de Jurisprudência.

A I.A. desenvolvida pela UNB, no campo do Direito, representa inovação no atributo de executar com sucesso tarefas intelectuais, com rendimento extraordinário em diversas funções de forma viável e segura atendendo demandas da jurisprudência. A partir da sua implantação, por meio de convênio entre TCE/TO e UNB, o software terá um mecanismo próprio e eficaz utilizando de processos internos do início ao fim.

O conselheiro presidente, Severiano Costandrade, destaca que a iniciativa representa uma grande evolução no trabalho desenvolvido pelo tribunal. “Sem esse viés tecnológico não é possível alcançar a modernização, agilidade e eficiência a que nos propomos”, disse o conselheiro.

A Finatec comemora o desenrolar das tratativas e reforça a sua missão de intermediar o conhecimento da universidade e a sociedade.

FONTE: Finatec com informações TCE/TO

Finatec recebe alunos especiais da Rede Pública no projeto “ENEM + Inclusivo e Especial”

A iniciativa é fruto de um projeto maior que trata da empregabilidade de jovens com necessidades especiais e transtornos de aprendizagem.

A fundação abriu as suas portas no sábado (14/09) para receber um grupo de alunos mais que especiais. Acompanhados de familiares e professores, estudantes da educação inclusiva da rede pública do DF, estiveram presentes na sede da Finatec para a aula inaugural do projeto “Enem +inclusivo e Especial”, da Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral (SUBIN).

Professor Kléber Carvalho, do Centro Educacional (CED) 06 de Ceilândia

A aula inaugural aconteceu no anfiteatro da Finatec e contou com a participação do professor Kléber Carvalho, do Centro Educacional (CED) 06 de Ceilândia, mais conhecido com Kléber Caverna. Ao som da trilha sonora do filme Star Wars, ele fez uma entrada inusitada e levou o conteúdo de uma forma lúdica.
Num primeiro momento foram abertas 50 vagas para alunos que estudam nas escolas das regionais Guará, Plano Piloto, Paranoá, São Sebastião e Núcleo bandeirante. Para essas regionais, foram contemplados estudantes com deficiências múltiplas, síndrome de down, deficiência intelectual, física, visual ou auditiva e espectro autistas.

Parceria com a Finatec

A Finatec é parceira dessa iniciativa e será o espaço para que esse projeto se frutifique. No total serão oito encontros aos sábados, inclusive nos feriados de finados e dia das crianças. A cessão do espaço da Fundação, para a iniciativa, é um grande investimento social de acordo com o Diretor Presidente da Fundação, professor Armando Caldeira-Pires. “No instante em que a Finatec participa disso podemos pensar que ela está fazendo o seu papel de contribuir com a sociedade. Fazemos isso em caráter de doação do seu espaço para que esse tipo de iniciativa ocorra, mas ao mesmo tempo, também estamos atentos o nosso papel, porque daqui há cinco anos, essas pessoas poderão ser os nossos clientes ou vão ter preparado melhor a sociedade para receberem a nossa atuação. É um investimento que sem dúvida fazemos nelas, mas é um investimento que também fazemos pela sociedade em que estamos ligados e representamos. – pontua o Diretor Presidente da Finatec.

Para Vera Barros, Subsecretária da SUBIN, essa parceria é sinônimo de empoderamento dos alunos. “Precisava de instalações bonitas, amplas, para motivar os meus meninos e minhas meninas especiais. Daí conseguimos esse espaço dentro da Universidade de Brasília com o nosso grande parceiro, a Finatec, na figura especial do Professor Armando Caldeira-Pires.” – comemora a Subsecretária.

Como funciona o “Enem + inclusivo e Especial”?

A SUBIN oferecerá um curso na modalidade pré-vestibular para os estudantes do Ensino Especial da Rede Pública como forma de minimizar as desigualdades entre os estudantes com a ajuda de professores voluntários. “O tempo era muito curto. Então, tínhamos duas alternativas, fazer alguma coisa ou não fazer nada. Apesar de começar com um número reduzido de alunos, esse projeto piloto nos dará experiência para que em março do ano que vem estejamos em todas as escolas da rede. Vamos trabalhar com as famílias e com os estudantes ajudando a fazer as inscrições e oferecendo todo o suporte necessário, porque nossos estudantes especiais são extremamente talentosos e grandes vencedores! – comemora a subsecretária da SUBIN.

O curso preparatório, além de oferecer o conteúdo exigido pela avaliação, também irá preparar os estudantes para a forma de preencher o exame. Entender o estilo da prova, os meios de inscrição ou horário de chegada nos locais do exame, também fazem parte do processo e são tão importantes quanto todo o conteúdo cobrado. O professor Bruno Borges da Escola de Formação de Professores (EAP) falou sobre a estrutura da prova e como funciona o ENEM. “Durante uma hora eu compartilhei como é feito o cálculo da nota, o que é a TRI (Teoria de Resposta ao Item – mecanismo que fundamenta a avaliação) e como eles podem, ao assimilar essa estrutura da prova, ter um desempenho melhor nos dois domingos para os quais eles estão se preparando. – relata o professor.

De acordo com Deborah Lomba, professora especialista em educação inclusiva e especial e assessora da Subsecretária, a SUBIN também oferecerá, no ano que vem, suporte aos alunos com altas habilidades. “Como se trata de um projeto piloto e os professores são todos voluntários, resolvemos focar nos alunos com necessidades, já que eles precisam de uma ação mais ampliada, inclusive nos materiais de apoio. Esses voluntários tiveram que se adequar e se inteirar sobre os transtornos e deficiências presentes nos nossos alunos. Tivemos também outros voluntários de apoio que estão aqui porque alguns alunos precisam receber o lanche na boca ou levar ao banheiro. Ofereceremos todo esse suporte para que ele vá em frente. Às vezes se trata apenas de uma limitação física, mas todo o cognitivo desse jovem está preservado. – reflete a assessora Deborah Lomba.

A construção de um material pedagógico acessível também foi contemplada no projeto. “Muitos não pegam a fala do professor junto com os demais e sem o material de apoio esse aluno pode ficar desmotivado, sem sentir que são parte do todo. No caso visual, tratamos a ampliação da fonte do material e fizemos o suporte em braile. A tradução em libras, para alunos surdos. Não adianta trazê-los sem dar essa acessibilidade. Sabemos que o tempo é curto, mas a gente quis mostrar para eles que é possível, que eles podem chegar lá, a exemplo de outros alunos que também possuem necessidades especiais, que se formaram, e hoje, são grandes exemplos para eles. – argumenta Vania Martins, assessora da SUBIN.

Futuros profissionais

O sorriso nos lábios e a alegria no olhar de cada jovem era latente. A vontade de ser um profissional e a possibilidade de realizar o ENEM de forma amparada, fizeram a diferença. Como toda jovem de sua idade, a aluna Alessandra Pereira dos Santos ainda está em dúvidas sobre qual carreira escolher. “Jornalismo, Artes Cênicas ou informática são as áreas que eu mais gosto, mas eu já estou pesquisando para me decidir também”. conta a estudante.

A aluna Alessandra Pereira e a sua mãe Denise

Denise, sua mãe, ficou muito emocionada com a iniciativa. “Eu fiquei feliz quando eu soube que iria ter esse programa, porque para a gente correr atrás é muito mais difícil. Eu pensei assim: Terminou o terceiro e agora? Como vou inscrever ela no ENEM, o que eu tenho que fazer. Veio na hora certinha.” – comemora a mãe de Alessandra.

O aluno Josivaldo dos Santos

Josivaldo dos Santos, contudo, já sabia o que queria cursar na universidade e logo respondeu: “Eu quero o curso de Ciências da Computação porque eu gosto muito de informática e de mexer com o computador.” – pontua o estudante.

Atleta paraolímpico e aluno, Gabriel Alves Barradas

Medalhista e atleta paraolímpico de natação desde os 12 anos, Gabriel Alves Barradas, quer cursar educação física por conta da sua afinidade com os esportes. “Com o curso de educação física eu vou direcionar para a natação mas posso entrar na arbitragem também”. observa o candidato do ENEM. A educação física parece ser um curso concorrido entre eles e também é o sonho do Hiago Mesquita Rocha da Silva e do Matheus Costa de Jesus.

Aluno Leandro Alves da Silva

Já Leandro Alves da Silva, quer cursar medicina veterinária e diz que é um sonho de infância. “Eu sempre tive animais domésticos para cuidar, então me apaixonei por essa área e quero realizar esse sonho. Eu sinto muito amor pelos animais e fico triste quando vejo alguns na rua, com patas inflamadas ou doenças. Quero me formar para poder ajudá-los.” – finaliza o futuro veterinário.

Finatec fará a gestão administrativa de projeto da Unb/Agência Espacial Brasileira que promete lançar satélite

O memorando de entendimento foi assinado pelos representantes da UnB, FAP-DF e AEB em encontro realizado, no Salão de Atos do prédio da Reitoria da UnB (13/08). No documento, as partes comprometem-se a colaborar no desenvolvimento do projeto Alfa Crux, garantindo a soberania nacional e promovendo desenvolvimento técnico-científico e acadêmico nos mais diversos campos de aplicação de nanossatélites.

O projeto prevê que um nanossatélite entre em órbita em 2020 promovendo conexão de comunicação em áreas de interesse estratégico do país, bem como em regiões remotas, onde não se tem infraestrutura ou interesse econômico em ofertar o serviço. “Nosso objetivo é aumentar a conectividade em escala global, disponibilizando enlace de comunicação tanto para o setor civil quanto para a área de defesa do país. Isso é a base para viabilizar a ‘internet das coisas’, que possibilita ao usuário estar conectado por meio de dispositivos como celular e relógio. Essas soluções via satélite já são usadas hoje no país, mas carecemos ampliá-las. O projeto beneficiará, por exemplo, agricultores em regiões com folhagem densa ou com muita umidade, como é a Amazônia. Não é qualquer sinal que consegue penetrar nesses ambientes”, explica o chefe do Departamento de Engenharia Elétrica da UnB e um dos coordenadores do Alfa Crux, professor Renato Borges.

O projeto é desenvolvido no âmbito do Laboratório de Simulação e Controle de Sistemas Aeroespaciais (Lodestar), formado por uma equipe de docentes da UnB e estudantes da pós-graduação. Entre os objetivos acadêmico-científicos planejados estão publicações em revistas internacionais, depósito de patentes, registro de software e participação em conferências e congressos. “No futuro queremos treinar nossos professores e alunos para propagar o conhecimento gerado com o projeto. Queremos deixar um legado sólido em termos de documentação”, garante o coordenador do Alfa Crux.

O projeto é fomentado pela FAP-DF (Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal) e será gerido pela Finatec (Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino, Extensão e Desenvolvimento Institucional). O cronograma da iniciativa estende-se por três anos: o primeiro lançamento está previsto para 2020; no ano seguinte haverá testes em órbita e desenvolvimento de outras tecnologias; e o objetivo para 2022 é lançar um segundo satélite. “Começamos com um, mas queremos colocar a UnB comandando uma constelação com vários nanossatélites. Seria algo inédito na realidade brasileira”, antecipa o pesquisador.

Foto: Audrey Luiza/Secom UnB
Fonte: SECOM/Unb

FINATEC apoia desenvolvimento de software, criado por pesquisadores da UnB, que estimula o ensino inclusivo da matemática

Em meio as diversas transformações na educação causadas, em sua maioria, pelas novas tecnologias, o ensino inclusivo tem utilizado muitas ferramentas tecnológicas para inovar e desenvolver práticas pedagógicas dentro e fora da sala de aula. Foi a combinação entre tecnologia e o ensino da matemática que resultou no software em construção “Hércules e Jiló no mundo da matemática: concepção e desenvolvimento de um software, de apoio a educação matemática em uma perspectiva inclusiva”. Um projeto da Faculdade de Educação (FE) da Universidade de Brasília (UnB), que tem sido desenvolvido com fomento da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF) e apoio logístico da Finatec.

A história de “Hércules”, uma criança em busca de conhecimento, e seu fiel amigo, o cão “Jiló”, nasce no ano de 2000, quando a professora Amaralina Miranda de Souza, que hoje atua como coordenadora do atual projeto , juntamente com o professor Gilberto Lacerda dos Santos, ambos da Faculdade de Educação, perceberam a necessidade de formular uma proposta que pudesse viabilizar práticas didático-pedagógicas mais inclusivas, dinâmicas e colaborativas, onde o professor enxergasse a capacidade de aprendizado em todas as crianças e a proposta favorecesse todas as formas e estilos de aprendizagem considerando as necessidades e especificidades de cada estudante.

Este primeiro software “Hercules e Jiló”, com fomento da Secretaria de Educação Especial SEESP/MEC, foi concebido e desenvolvido para apoiar intervenções pedagógicas no campo das ciências naturais, abordando conceitos relacionados aos seres vivos. Premiado pelo PAPED (Programa de Apoio à Pesquisa em Educação a Distância) do Ministério da Educação, em 2004, o software, foi o objeto de estudo da Tese de doutorado da professora Amaralina Miranda de Souza, na Faculdade de Educação da Universidad Nacional de Educación a Distância, em Madrid, e posteriormente foi objeto de estudo da tese doutoral da professora Sumeire Brandão, que o aplicou em classes de Integração inversa do Distrito Federal (DF), com alunos do ensino regular.

Desta forma em 2005 o software ganhou uma nova abordagem, tendo como desafio oferecer um recurso lúdico de apoio a aprendizagem, em função das dificuldades que a maioria dos estudantes do ensino básico brasileiro têm em relação a aprendizagem matemática. Os professores pesquisadores Amaralina Miranda de Souza e Gilberto Lacerda integraram ao grupo o professor Cristiano Alberto Muniz, professor pesquisador da aprendizagem matemática, também professor da UnB na FE e, juntos, decidiram que o pequeno Hércules e seu cachorrinho “Jiló” iriam viajar no mundo da matemática e descobririam novos conceitos e abordagens nesse universo.

Em 2016, a propósito do Edital da FAPD F13/2016 Educação Inclusiva e como desejo de retomar a construção, os professores Amaralina Miranda de Souza e Cristiano Alberto Muniz, retomaram o projeto do software e redimensionaram sua estrutura considerando as questões do ensino da matemática voltado para o atendimento às demandas educacionais presentes na diversidade dos alunos na sala de aula, portanto em uma perspectiva inclusiva e obtiveram a aprovação do projeto “Hércules e Jiló no mundo da matemática: Concepção e desenvolvimento de um software de apoio a educação matemática em uma perspectiva inclusiva”. Nele, a estrutura inicial do software, passou por diversas mudanças, e diante dos avanços da tecnologia, o grupo de pesquisadores precisou aprimorar a iniciativa de diversas formas, privilegiando as dimensões lúdicas e pedagógicas para promover a aprendizagem matemática de forma colaborativa e inclusiva.

Assim, a estrutura seguida de 10 jogos para exploração lúdico-pedagógica, integrou 5 (cinco) novos jogos virtuais: o jogo dos Pratinhos, o Jogo Resta Mais, o jogo Monta Buquê, o jogo Passa Passa e 5 (cinco) novos jogos Concretos, também utilizados em abordagens pedagógicas inclusivas, são eles: O Jogo do Dominó, O jogo do Bingo, o jogo do Boliche, o jogo da Memória e o jogo da Vendinha. Hoje, ainda em processo de validação, o programa já foi testado em uma turma de integração inversa da SEE DF e será validado, ainda, junto a turma de alunos com necessidades educacionais específicas por deficiência intelectual, público ao qual estará recomendado.

Depois da análise de todos os resultados obtidos nessas aplicações, serão realizados pela equipe de avaliação, os ajustes necessários, sua conclusão e todo o processo pós-produção. Só então, com todo o processo concluído, o software estará finalizado e pronto para ser reproduzido em Mídia DVD, distribuído nas escolas públicas, classes hospitalares do DF e também disponibilizado na página da Faculdade de Educação da UnB para acesso gratuito. Segundo a coordenadora do projeto, serão produzidas cerca de mil cópias em DVD contendo o software, que poderá ser instalado em laboratórios de informática e salas de aula, sem a necessidade de utilização de internet.

Abordagem interdisciplinar

Embora o objetivo central seja a utilização do software no apoio do professor junto a estudantes que apresentem deficiência intelectual, o programa pode ser utilizado para todos os estudantes, já que a série de atividades lúdico-pedagógicas abrange diversas perspectivas de ensino e aprendizagem.

A coordenadora explica que o trabalho de concepção e desenvolvimento dos jogos que integram o novo software, exige muito esforço e um trabalho que precisa ser articulado entre todos os membros do projeto. Além da pesquisadora em educação inclusiva e do pesquisador em educação matemática e da importante colaboração inicial do professor Gilberto Lacerda, a equipe é formada bolsistas de Iniciação Cientifica, um estudante de graduação em pedagogia da UnB, Bolsistas Técnicos do Projeto FAPDF, um programador, uma produtora gráfica e uma ilustradora. “Para além do jogo em si, o professor tem a liberdade de criar e conduzir ações pedagógicas variadas que atendam às demandas dos alunos, porque o princípio mais importante a se considerar nesse processo é que: cada aluno aprende do seu jeito, mas é importante que o professor explore de forma diversificada e forma lúdica para que se realizem os processos de aprendizagem; entendemos que esse seja o diferencial do software”, explica.

Os jogos Virtuais (programados para jogar no computador), e os jogos Concretos (programados para serem montados no computador e serem jogados fora dele), foram construídos com o objetivo de promover situações de aprendizagens no contexto da educação matemática, de forma dinâmica, criativa e colaborativa. Em um processo interativo e intuitivo, os jogos apresentam a aprendizagem de conceitos matemáticos básicos, como as operações matemáticas e noções de espaço e ordem, além da compreensão do agrupamento, da quantificação discreta, da correspondência entre quantidade e símbolo numérico, regras e estruturas do sistema decimal, bem como o valor do numeral de acordo com seu posicionamento.

O programa possui uma interface bastante intuitiva e visual, permitindo a fácil exploração por parte das crianças, além de um recurso de voz, que orienta cada passo do jogador. A professora aponta que o software ainda está em fase de construção, e por essa razão, o grupo de pesquisadores vêm fazendo ajustes em relação a interface do programa, de modo que a versão final atenda, de forma efetiva, às necessidades variadas em sala de aula.

Amaralina destaca que o professor desempenha um papel primordial no planejamento e utilização do software, pois ele não é apenas aquele que oferta o programa aos seus alunos, mas sim um mediador, que está junto com as crianças na hora de realizar as intervenções, motivando e propondo desafios. Por isso a equipe integrou ao software uma densa interface com orientações psicopedagógicas e de perspectiva inclusiva para exploração didática dos recursos lúdicos afim de orientar o(a) professor(a) a desenvolver a aprendizagem matemática com todos os alunos, sejam quais forem as suas necessidades específicas para a aprendizagem. Ela destaca ainda a proposição interdisciplinar do programa. “O professor ou professora precisa estar junto, acompanhando a realização da atividade pela criança e pelo grupo, avaliando as capacidades e necessidades, estimulando a verbalização das estratégias utilizadas, exteriorizando seus pensamentos, instigando outras possibilidades, para com isso criar outras oportunidades de favorecer a construção da aprendizagem individual e colaborativa”, avalia.

Em relação ao desafio de propor práticas pedagógicas que alcancem estudantes com perspectivas de aprendizagem diferentes umas das outras, a coordenadora destaca a importância da inclusão. “ O software Hércules e Jiló no mundo da matemática, em uma perspectiva inclusiva” está recomendando para atender a um público de demandas diversificadas e singulares dos alunos que apresenta necessidades educacionais específicas porque há uma intencionalidade na sua proposta; na medida em que construímos os jogos, pensando no funcionamento desses alunos, com a compreensão de que se criarmos situações favoráveis para atender demandas educacionais diversas sobre determinadas necessidades específicas, você estará potencializando o software para todos os alunos, o que na verdade se aproxima ao que nós defendemos: de que é preciso pensar uma educação para todos”, aponta a coordenadora.

Contudo, ela ressalta que a organização do sistema de ensino que se pretende ser inclusivo tem desafios na medida em que a não consideração dessa perspectiva pode resultar na exclusão de muitos alunos do processo de aprendizagem; neste sentido a equipe considera a importância do uso da tecnologia, assim como o lúdico sendo uma perspectiva valiosa para promover a inclusão em sala de aula. “A nossa experiência, com o software e os estudos que acompanhamos e realizamos, nos indicam que o uso da tecnologia facilita a vida de todo mundo, porém ela sozinha não resolve tudo, então no caso da relação educativa, o que importa é o(a) professor(a) conhecer a tecnologia, e buscar dominar as suas propriedades para criar situações favoráveis para potencializar situações de aprendizagens significativas”.

Desafios e aprimoramento

Em relação ao fato do projeto propor a gravação e distribuição do software Hércules e Jiló no mundo da matemática em uma perspectiva inclusiva para ser disponibilizado em uma mídia como o DVD, para além da sua disponibilização online, a professora explica que é conhecido que em nossa realidade poucas são as escolas que dispõem de um sistema de internet consistente e que funcione para dar viabilidade a utilização regular de tecnologias de apoio ao processo de ensino e aprendizagem, que efetivamente possa garantir a utilização do software nos espaços escolares, sala de aula, laboratório de informática e Sala de Recursos Multifucionais.

Como desafios, ela ainda lembra que a forma como o sistema educacional se organiza ainda ratifica a invisibilidade e a exclusão de estudantes que necessitam de abordagens de ensino que considera plenamente a diversidade de formas de aprender dos alunos e integre os diferentes estilos de aprendizagem, como ricas oportunidade de promover a aprendizagem de todos, na compreensão de que não é o aluno que tem que se adequar a escola, mas a escola que tem o dever se se adequar ao aluno.

UnBeatables: apoiado pela Finatec, equipe de futebol de robôs da UnB possui três títulos mundiais

Em 2014, uma equipe formada por estudantes e professores dos cursos de engenharia mecatrônica e engenharia eletrônica da UnB (Universidade de Brasília) teve a oportunidade de participar da RoboCup 2014, em João Pessoa (PB). O torneio, que ocorre anualmente em diversos paises do mundo, reúne robôs humanoides, desenvolvidos e programados por estudantes e pesquisadores, que competem numa simulação de um jogo de futebol. Desse interesse pela tecnologia e suas diversas possibilidades, nasceu o UnBeatables, que hoje já soma três títulos mundiais de copa do mundo de futebol de robôs e diversos prêmios de robótica.

O UnBeatables, filiado ao LARA (Laboratório de Automação e Robótica) da UnB e apoiado pela Finatec – Fundação de Apoio para Pesquisa, Ensino, Extensão e Desenvolvimento Institucional teve a oportunidade de participar da competição Humanoide Robots Soccer em 2014. A partir desse momento, a equipe percebeu a potencialidade e a possibilidade de desenvolver um projeto tecnológico e pedagógico. Dessa forma, hoje,  os estudantes utilizam a programação robótica para fazer os robôs interagirem com crianças e adolescentes em hospitais e escolas públicas do DF.

Sob o comando da Dra. Professora Mariana Bernardes, do departamento de engenharia eletrônica da UnB, há seis anos, a UnBeatables vem participando de diversos torneios e competições nacionais e internacionais, tendo conquistado os títulos das RoboCups na categoria Drop-in no Brasil em 2014, RoboCup – Hefei China, em 2015, RoboCup – Leipzig Alemanha, em 2016, além do primeiro lugar na Larc (Competição Latino Americano de Robótica) em São Carlos (SP/2014), na Larc Uberlândia (MG), em 2015, na Liga Humanóide de Futebol RoboCup / Standard Platform League (SPL), no Recife, em 2016 e o segundo lugar na Larc Curitiba em 2017.

Desafios

Ano passado a equipe teve de se adaptar à algumas mudanças para participar dos campeonatos, como explica a professora Mariana. Até então o grupo dispunha apenas de dois robôs que competiam em uma única categoria que exigia apenas um jogador em campo. Com as novas regras, a categoria foi extinta e para participar, teria que ser com um time completo de jogadores. Infelizmente, por essa nova condição, a equipe não conseguiu marcar presença em 2018. Com o apoio de instiuições de pesquisa e inovação, a UnBeatables conseguiu adquirir mais três robôs no início desse ano e agora se preparam para o mundial 2019, que irá ocorrer na Austrália e para a Larc 2019, que acontecerá no Rio Grande do Sul, como destaca a coordenadora. “Na competição em grupo é necessário no mínimo quatro robôs, então corremos atrás e conseguimos comprar três novos. Já estamos tentando dar um up nos outros dois mais antigos, dessa forma poderemos nos restabelecer e competir no estilo completo. A dificuldade é maior, já que com o time completo a gente compete contra equipes com 30, 40 robôs, mas estamos confiantes”, ressalta a professora.

Eric do Vale, aluno de Engenharia Mecatrônica da UnB, que também faz parte da UnBeatables, explica que durante as competições, os robôs são avaliados sob diferentes critérios. A performance, por exemplo, deve mostrar aos jurados e expectadores que os humanoides possuem capacidade de interação e autonomia em tarefas que seriam realizadas num jogo de futebol. “Na competição funciona como num jogo de futebol mesmo, eles têm que fazer tudo de forma autônoma, a gente coloca ele dentro do campo, ou seja, precisam procurar a bola sozinho, encontrar o gol correto, encontrar os adversários, companheiros de equipe, responder ao juiz, tudo isso de forma autônoma e dinâmica”, explica o aluno de mecatrônica do oitavo período.

A coordenadora da equipe relata alguns desafios que a UnBeatables ainda enfrenta para manter o grupo nas competições, entre eles, a manutenção dos robôs e a renovação da garantia dos modelos. “Na nossa categoria é obrigado a competir com esses modelos de robôs comerciais, ninguém pode tentar trocar hardware, trocar câmera, trocar nada durante as provas, tudo isso para tentar estar num nível de igualdade entre todas as equipes. No entanto, há versões comerciais que vão evoluindo, mais avançadas, com configurações e funcionalidades tecnológicas muito abrangentes. Então as vezes é complicado para nossa equipe, que possui cinco robôs, acompanhar essa evolução se não houver apoio”, explica a professora Mariana Bernardes.

Projeto além dos campos de futebol

Ao perceber a capacidade de interação dos robôs, a UnBeatables, decidiu integrar os humanoides a outros projetos além das competições. Os estudantes perceberam que os robôs poderiam ser usados para incentivar o interesse de crianças e adolescentes em robótica. Hoje, a equipe já levou os humanoides a diversas escolas públicas do DF, além de hospitais, onde crianças e adolescentes, e até adultos, puderam interagir com os pequenos robôs. Uma dessas atividades, com a presença dos humanoides, foi a participação na Orquestra Sinfonia Diferente, onde os robôs interagiram com crianças autistas.

Antes, programados apenas para jogar bola, agora os pequenos robôs dançam, praticam lutas, possuem habilidades sociais e conversam em inglês e português com o público, como relata Bernardes. “A gente teve um contato com um pessoal que trabalha com autistas e um dos nossos robôs participou da apresentação desse grupo, ele foi o hostess do evento e as crianças ficaram super animadas. Engraçado que elas não conversavam e nem olhavam pra gente, mas conversavam de forma normal com o robô. Ele é interativo, responde conforme a gente programa, tem uma parte de reconhecimento e sintetizador de voz, então ele também responde”, finaliza a coordenadora.

A coordenadora do projeto, Professora Mariana Bernardes (FGA – UnB – Engenharia Eletrônica) ao centro com toda a equipe e o Superintendente da Finatec Gustavo Condeixa. Ao fundo o professor Roberto Baptista (FGA- UnB – Engenharia Eletrônica), e os alunos Eric do Vale, Lívia Fonseca e Natália Borges da Engenharia Mecatrônica.

Apuama Racing: equipe de fórmula e combustão da UnB apoiada pela Finatec

Em execução desde 2006, o Apuama Racing surgiu a partir do interesse de um grupo de estudantes de engenharia e professores da Universidade de Brasília (UnB), que juntos propuseram a construção de um carro, modelo kart, para participar de competições. Treze anos depois, o Apuama Racing segue firme e hoje é formado por um grupo de 55 estudantes de diversos cursos de graduação da UnB. Juntos, competem anualmente contra outras universidades brasileiras na SAE, a Sociedade de Engenheiros Automotivos (Society of Automotive Engineers).

Para competir na SAE, a equipe de combustão da UnB precisou desenvolver um protótipo de carro de corrida nas categorias combustão ou elétrico, com estilo parecido dos carros de Fórmula 1, conhecido como open wheel. Assim, cada equipe universitária precisa apresentar todos os elementos utilizados na construção, projeção e funcionamento do modelo. Também são exigidas projeções de estudo de mercado para a produção em larga escala do protótipo.

Durante a competição, promovida pela Sociedade de Engenheiros Automotivos, os estudantes participam de diversas provas, entre elas a estática, onde há a apresentação de como o modelo foi projetado e construído, porquê foi projetado e qual o diferencial do protótipo. O carro também é colocado à prova, e a equipe participa de corridas e circuitos nos quais são avaliados aspectos como resistência, aceleração e potência.

Na UnB, o Apuama é coordenado pelo doutor em engenharia mecânica Sanderson Macedo Barbalho, que também é professor adjunto do departamento de Engenharia de Produção da Universidade. De acordo com Barbalho, um dos principais diferenciais do projeto Apuama é o fato de haver integração entre diferentes áreas de pesquisa concentradas no mesmo objetivo: a execução do modelo.

O especialista explica que começou a coordenar o projeto a partir de 2013, ano em que havia apenas seis estudantes participantes. Como o fluxo de trabalho era enorme e os recursos escassos, Barbalho precisou correr atrás de apoiadores e enxergou a necessidade de incluir estudantes de outras áreas da UnB, que pudessem contribuir de diferentes maneiras com a execução do protótipo, e que dessem fôlego ao projeto.

“Pelo perfil do projeto, a gente estendeu a participação para outras áreas da UnB. Hoje fazem parte estudantes de administração, comunicação social e de todas as engenharias. Os participantes enxergam a importância de haver essa integração, essa interdisciplinaridade entre os cursos, algo que ainda precisa melhorar muito na UnB e em outras universidades também”, explica o coordenador.

O gestor aponta dois grandes desafios para a execução eficiente do projeto: a necessidade de disciplinas mais práticas que envolvam iniciativas tecnológicas e inovadoras e a busca por um processo de gestão do conhecimento mais eficiente e multidisciplinar. Ele também destaca a importância de haver apoio financeiro e de gestão como o que tem sido oferecido pela UnB e pela Finatec (Fundação de Apoio para Pesquisa, Ensino, Extensão e Desenvolvimento Institucional).

“Precisamos mudar a cultura da falta de prática do que é aprendido nas aulas. Tem que começar dentro dos próprios cursos. Temos ainda o problema da deficiência de gestão. O projeto é dentro da engenharia mecânica, mas tem professores e alunos que fazem parte e que são de outros cursos, então eu tenho que criar a cultura de que é um projeto multidisciplinar”, aponta Barbalho.

Referência nacional

Em 2017, o Apuama Racing Combustão UnB conseguiu ficar entre as dez melhores equipes do país, um resultado muito positivo, já que a maioria das equipes vencedoras sempre se concentrou nos estados da região sudeste. Em 2018, apesar dos resultados não terem sido os esperados, o Apuama manteve a participação na competição. Já para 2019, a equipe da UnB já está projetando um novo modelo de carro, o AF19, que substituirá o modelo atual e irá competir nacionalmente, em etapa que deve ser realizada em novembro.

Um grande diferencial do Apuama que o professor faz questão de destacar é a participação de várias estudantes mulheres no projeto. Segundo ele, em 2018, o capitão organizacional da equipe foi uma mulher. O professor explica que essa é uma das formas de quebrar barreiras e padrões machistas ainda presentes na academia, onde a mulher tem pouco espaço em áreas de exatas que culturalmente são controladas, em sua maioria, por homens.

Projeto muito além de um carro de corrida

O estudante de engenharia mecânica, Kalebe Filardi, atual capitão organizacional do Apuama Racing, explica que a importância desse projeto não está relacionada apenas ao funcionamento do carro construído pela equipe, mas também sobre uma forma de enxergar o conhecimento adquirido na universidade para além da academia. “Ele é especial porque foi construído por estudantes da graduação, a gente aplica o nosso conhecimento adquirido na teoria e o coloca em prática. Não é o que ele tem, mas sim o trabalho que tivemos para que ele funcionasse”, acredita o estudante.

Segundo Kalebe, todas as partes do protótipo foram construídas pelos alunos, desde a suspensão até o chassi e a engrenagem. Em sua opinião, não bastava apenas o funcionamento do modelo, era preciso mostrar às pessoas a importância de se desenvolver uma iniciativa que envolve estudo, planejamento e muita dedicação. Ele lembra o quão importante é a integração de estudantes de áreas diferentes de atuação. “A gente tinha que construir uma forma de divulgar o nosso trabalho, até para conseguirmos patrocínio, apoio, visibilidade. Nós abrimos o nosso leque, tanto para a parte de organização quanto de execução do projeto”, explica o capitão.

O estudante lembra ainda da importância que foi participar da Campus Party BSB, onde, num espaço reservado da UnB, a equipe expôs o Apuama Racing e recebeu dezenas de visitantes. “Desde 2017, quando começamos a participar da Campus, observamos que o público de Brasília está desenvolvendo um olhar mais crítico sobre a aplicação e importância da tecnologia. A percepção das pessoas em relação ao nosso projeto superou as expectativas, elas começaram a buscar informações sobre como o carro foi desenvolvido. Eles perguntam como podem ajudar, e outros dizem que possuem uma empresa, e que querem apoiar”, relata.

Sobre os planos para 2019 o estudante espera que, além do apoio da UnB e da Finatec, a equipe consiga chamar a atenção de outras instituições que queiram investir em projetos inovadores e que estimulem a pesquisa e desenvolvimento nas áreas de engenharia e tecnologia. “Este ano a gente está conseguindo um apoio muito grande da Finatec, da UnB, eles começaram a perceber na equipe um potencial profissional e de qualificação para outros estudantes de graduação que desejam atuar no mercado de trabalho”, finaliza o graduando.

 

Projeto Conexão Mata Atlântica, apoiado pela Finatec, participa de ação da Emater para plantio de mudas em Italva

O projeto Conexão Mata Atlântica apoiou a ação de edução ambiental realizada pela Emater com alunos da Escola Municipal Glicério Salles, do distrito de Duas Barras, em Italva, localizado no estado do Rio de Janeiro. A ação promoveu o plantio de cerca de 180 mudas nativas de espécies como a sete cascas, sibipiruna, pau ferro, pau brasil, vinhático de espinho, jacarandá mimoso e angico ferro.

As mudas foram doadas pelo Conexão Mata Atlântica em parceria com a Gerência de Serviço Florestal do Inea, por meio do Horto Florestal Central Santos Lima, e plantadas na propriedade do produtor rural Luiz Riscado.

Informações ASCOM do Projeto Mata Atlântica

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