A jornada da Academia Finatec começou com o pé direito em 2019. Na última quarta-feira (8/5) a Fundação promoveu o 1° Ciclo de Palestras da Academia Finatec. O evento recebeu mais de 300 inscrições e reuniu professores, estudantes e profissionais de diversos setores na sede da Fundação, no campus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília (UnB). O evento é a porta de entrada do projeto Academia Finatec, que irá oferecer a toda comunidade acadêmica cursos de qualificação e treinamentos nos mais diversos segmentos profissionais.
Antes do início das atividades do Ciclo, a Finatec promoveu o lançamento de dois livros: a obra “O Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) e seu potencial impacto na inovação no Brasil”, dos autores Sanderson César, Juliana Corrêa e Cristina M. Quintella, além do título “Energias renováveis: atitudes sustentáveis” de autoria de Flamínio Levy Neto
Durante a cerimônia de abertura do evento, Edson Paulo da Silva, presidente da Finatec e coordenador acadêmico da Academia Finatec, destacou o papel da Academia como projeto que pretende ser um ponto de convergência entre os saberes acadêmicos. “Nós pretendemos oferecer cursos, em níveis de latu senso e de formação continuada, cursos livres com a pretensão de colaborar para a formação do aperfeiçoamento profissional para a solução dos problemas que ainda estão por vir,” garante Silva.
Silva lembrou que os temas oferecidos durante o 1º Ciclo foram construídos com base em temáticas atuais e inovadoras, que são importantes para o desenvolvimento científico e tecnológico do país. “Para os problemas que já existem, a Academia Finatec se propõe a oferecer uma formação diferenciada, explorando de forma sinergética os saberes que necessita o mercado”, afirmou o presidente.
Temas atuais e inovadores
Sérgio Frontim, mestre em sistemas de potência e pesquisador colaborador da UnB, foi um dos convidados pela Finatec a palestrar durante o Ciclo. Sobre o tema “Energias Renováveis”, Frontim destacou a importância de debates em relação às mudanças no setor energético do país e o impacto dessas transformações no desenvolvimento do país. Para ele, a Academia Finatec surge no mercado com o objetivo de atender a demanda do país por profissionais capazes de acompanhar os avanços nesse setor.
“O setor de engenharia no mundo e no brasil, principalmente, vai sofrer grandes transformações nesse século XXI, muitas tecnologias vão entrar no sistema, novos materiais, novos processos, ou seja, vai ser uma transição muito impactante. A Academia Finatec tem muito a contribuir, e vai ajudar a capacitação dos novos engenheiros, dos especialistas já existentes de tal forma a tornar viável essas novas tecnologias e a sua implantação no nosso sistema”, apontou Frontim.
Rafael Marques de Lima, estudante de engenharia de energia na UnB, participou da palestra sobre energias renováveis. Estagiário de uma empresa de energia fotovoltaica, afirmou que discutir este tema na área acadêmica é uma das formas de chamar a atenção da sociedade para a sustentabilidade no setor energético. Ele elogiou a palestra e não escondeu a satisfação de ter participado do evento.
“É um tema que está no nosso cotidiano. É algo que eu já tenho bastante contato e ele (palestrante) trouxe uma abordagem diferente, trouxe gráficos, comparando o crescimento do Brasil com outros países, que são indicadores para termos como base. Para muitas pessoas isso não é realidade, porém cada um gerar sua própria energia é algo de agora e para o futuro” disse o estudante.
Também estudante de engenharia de energia na UnB, Francisco Neto, que trabalha numa empresa de energia solar, afirmou que a importância do tema para o desenvolvimento econômico e ambiental do país. O estudante destacou ainda que esse tipo de atividade, como o ciclo proposto pela Finatec, ajuda a comunidade a fazer parte de pautas atuais, que na verdade estão próximas da realidade. “A palestra teve realmente uma abordagem nova, interessante e que também mostrou boas perspectivas para o futuro, principalmente para o Brasil. Mostrou que o Brasil ainda tem uma geração muito tímida, e acredito que se deve muito ao desconhecimento dessas energias renováveis, inclusive a solar e a eólica, as duas principais”, afirmou Neto.
Olhar para o futuro
Acompanhando as transformações de gestão e estrutura pelas quais as empresas têm passado, a Academia Finatec promoveu também a palestra “Efetividade de Programas de Compliance”. O convidado para ministrar sobre o tema foi o ex-Ministro-Chefe da Controladoria Geral da União (CGU) e atual Presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, Luiz Navarro.
Com atuação na área de Compliance a anticorrupção há mais de 15 anos, Navarro comentou sobre a importância do tema no momento atual do país. Na opinião dele, a Academia possui capacidade para se tornar referência em qualificação profissional. “Compliace se tornou um tema presente em diversos cenários, sobretudo o de integridade, que é aquele ligado a governança e anticorrupção. Ao mesmo tempo em que o tema ganhou importância, começaram a surgir vários programas de prateleira, que não são programas com verdadeira eficácia. A Finatec tem todas as condições de ter uma Academia de excelência pois pode agregar conhecimento e expertise dos professores da UNB, assim como de outras pessoas no mercado, destacou Navarro.
Participantes também debateram as transformações na área de educação do país. A palestra Educação 4.0 ficou por conta do doutor em educação e professor da UnB, Remi Castioni. Adriana Melo, que atua na área de política educacional também como professora na UnB, foi prestigiar o colega, e afirmou que se surpreendeu com a proposta de inovação na área. “A palestra deixou aquele sentimento: preciso aprender mais, preciso saber mais, preciso estudar mais. Até para repensar a nossa própria prática como professor pesquisador da Universidade. Há uma grande distância entre como a gente vê currículo dos cursos de graduação e como é a atuação dessas pessoas que estamos formando”, relatou Adriana Melo.
A Academia Finatec segue a todo vapor, e a expectativa é de que nos próximos meses a instituição ofereça cursos de pós-graduação e continue com o trabalho de excelência e profissionalismo, já previstos após o resultado positivo deste primeiro ciclo.