O F2DSys é uma ferramenta de reconhecimento biométrico facial que utiliza dados de GPS para comprovar que determinado usuário realmente encontra-se no local informado
A Universidade de Brasília (UnB) lançou no último dia 18 (segunda-feira) um aplicativo que faz reconhecimento facial por meio do celular e promete auxiliar no combate às fraudes em faculdade, cursos e até em concursos públicos. A ferramenta foi desenvolvida com recursos do Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF) e o apoio da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec).
O F2DSys – Reconhecimento Biométrico Facial em Sistemas Distribuídos para Prevenção de Fraudes em Capacitações utilizando Dispositivos Computacionais com Protocolos de Confiança utiliza dados de GPS para comprovar que determinado usuário realmente encontra-se no local, na data e horário definidos, como em salas de aula e de prova.
Para utilizá-lo, basta que a pessoa verificada – aluno, concursando – tenha um dispositivo móvel (celulares) em mãos com câmera e GPS. O aplicativo desenvolvido pelo Instituto de Ciências Exatas juntamente com o Departamento de Ciência da Computação da UnB opera um sistema gerenciador baseado em microsserviços, com acesso web. Todas as comunicações, dados e protocolos do sistema são rastreáveis e auditáveis, garantido a confiabilidade do processo.
O projeto surgiu a partir de uma demanda da FAP-DF: de substituir as folhas de chamadas de alunos em cursos de capacitação por um programa ou aplicativo mais moderno. “Nos apresentaram esse problema de como conferir a presença real dos estudantes nos cursos de capacitação e criamos o F2DSys”, disse o coordenador do projeto, professor Marcus Lamar.
O sistema pode ser aplicado em qualquer caso em que se requeira garantir que uma determinada pessoa esteja presente fisicamente em um local, data e hora definidos. Então, além da aplicação no controle de frequência dos cursos de capacitação da FAP-DF – que envolvem aulas em diferentes horários e nos mais diversos locais do DF, pode ser usado como ponto eletrônico, gerenciamento de pessoal, acompanhamento de comitivas e eventos.
O projeto passou no teste. “Foi feito um estudo de caso em quatro disciplinas da UnB (cerca de 200 usuários) para aferir a presença do aluno nas aulas durante o semestre 2021/2. No entanto devido à pandemia de Covid-19, o critério de validação da localização do aluno não foi testado exaustivamente, tendo sido possível registrar apenas onde o aluno estava geograficamente em cada aula”, disse Lamar.
A pesquisa foi totalmente financiada pela FAP-DF, que investiu mais de R$ 2,5 milhões. Para se isentarem da preocupação e burocracia de aquisição de materiais e gerenciamento do recurso, a equipe de pesquisadores liderada por Marcus Lamar contou com a ajuda da Finatec, que emprestou sua expertise no assunto.
“É importante salientar que a intenção não é monitorar ninguém. Mas sim verificar. Então, a pessoa que irá fazer uma prova ou concurso baixará o aplicativo pelo QR Code fornecido pela banca ou professor para registrar sua presença. A pessoa aponta para o rosto. É coletada a imagem. Ela é computada e verificada e é feita a devolutiva ao aluno com a menção se houve sucesso ou não na verificação de sua identidade visual. Em caso de negativa, o sistema gera um alerta”, emenda o professor Flávio Vida, que também integra a equipe de Marcus Lamar.
Além deles, a equipe de pesquisadores mobilizada no projeto é composta pelas professoras Carla Koike e Aleteia Araújo, dois pesquisadores graduados, um aluno de doutorado e sete outros estudantes de graduação dos cursos de Bacharelado em Ciência da Computação, engenharia Mecatrônica e da Computação.
O projeto teve duração prevista inicialmente para 18 meses, mas teve de ser estendido para 25 meses devido aos efeitos da pandemia.