Evento discute boas práticas de mobilidade em Lisboa e Brasília

Painel vai apresentar boas práticas de Lisboa e de Brasília, além de trazer informações sobre tendências de mobilidade sustentável

As boas práticas em mobilidade urbana são o tema de um painel promovido pelo Centro Interdisciplinar de Estudos em Transportes (Ceftru/UnB) em parceria com a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec). O painel “Mobilidade Urbana – Desafios e melhores práticas – Estudo de caso Lisboa e Distrito Federal” é o primeiro passo para as ações do HUB de Mobilidade Urbana, iniciativa que tem como missão reunir pesquisadores e gestores públicos para a formulação de políticas que, de fato, promovam o ir e vir da população com segurança, de forma sustentável, saudável e prazerosa.

O evento vai acontecer em 25 de abril, das 9h às 11h, na Finatec e é aberto ao público e gratuito, mas é necessário fazer a inscrição pelo Sympla. Entre os convidados estão o professor doutor Tiago Lopes Farias, da Universidade de Lisboa – Instituto Superior Técnico; a professora doutora Fabiana Serra de Arruda, da Universidade de Brasília; o professor doutor Augusto César de Mendonça Brasil, diretor-presidente da Finatec, Valter Casimiro Silveira, servidor de carreira do DNIT e Osório Coelho, da Setec/MCTI.

Anfitrião do evento, o professor Augusto Brasil explica que este é o primeiro passo para a formação de um Hub na área de mobilidade. “O objetivo é colocar as pessoas em contato para conversar sobre esse assunto e identificar boas práticas. Neste sentido, estamos trazendo o Tiago Farias que já atuou como gestor da empresa de estacionamentos superficial e subterrâneos, além de ter sido do conselho da operadora de ônibus, bondes e elevadores de Lisboa”, explica. Já Valter Casimiro vai falar sobre o que tem sido feito para melhorar a mobilidade do no Distrito Federal.

Conexões

Com o evento, a Finatec cumpre sua missão de conectar o conhecimento da universidade com a sociedade e, ao mesmo tempo, trazer as demandas da sociedade para serem solucionadas pela academia. O Ceftru é um centro de produção de conhecimentos na área de transportes e vai apresentar as principais linhas de pesquisa neste setor.

O próximo passo do Hub Mobilidade Urbana será a promoção de eventos e cursos de imersão de pesquisadores e tomadores de decisão em países onde o sistema está mais avançado, como Alemanha, Espanha, Portugal e França, como cita o professor Augusto Brasil. “Pensamos em capacitar as pessoas, mandá-las para a Europa, por exemplo, para que possam conhecer e identificar os sistemas de mobilidade em Berlim, Lisboa, Paris, Madri e, assim, desenvolver a formação de alto nível para as pessoas envolvidas com mobilidade”, defende.
Por isso, segundo Augusto Brasil, também é importante o diálogo e o engajamento de integrantes do governo que possam financiar estudos e projetos nesta área para que a mobilidade no país se desenvolva de forma mais rápida e sustentável.

Na Europa, boa parte do debate é guiado pela necessidade de redução da emissão dos gases de efeito estufa, por exemplo. No Brasil, não é assim. Tem se falado sobre planos de transporte sobre trilhos, especialmente com trens e metrôs, que reduzem a emissão desses gases, mas este não tem sido um balizador, especialmente no DF, afirma Augusto Brasil. “O metrô não teve investimento na última década. A implantação do BRT não foi concluída e é apenas uma via segregada para ônibus. Os investimentos feitos – o Trevo de Triagem Norte, o viaduto do Sudoeste e o túnel de Taguatinga – são, especificamente para os veículos particulares. Enquanto forem priorizados investimentos para veículos particulares, o transporte público fica do jeito que está”, alerta Augusto Brasil.

Serviço

O que: Painel Mobilidade Urbana, desafios e melhores práticas: estudos de caso Lisboa e Distrito Federal
Quando: 25 de abril, das 9h às 11
Inscrições: https://www.sympla.com.br/mobilidade-urbana-desafios-e-melhores-praticas-estudo-de-caso-lisboa-e-distrito-federal__1946205?share_id=3q0nu
Onde: Finatec


Painelistas
Prof Dr. Tiago Lopes Farias – Universidade de Lisboa – Instituto Superior Técnico
Profa Dra. Fabiana Serra de Arruda – Universidade de Brasília (mediadora)
Prof Dr. Augusto César de Mendonça Brasil – Finatec (anfitrião)
Valter Casimiro Silveira – Servidor de carreira do DNIT
Osório Coelho – Setec/MCTI

Nanossatélite desenvolvido com fomento da FAPDF completa um ano em órbita

Em seu primeiro ano de viagem espacial, a missão AlfaCrux passou a fazer parte do dia a dia acadêmico de professores e alunos da UnB com dados na área de telecomunicações

Em 1º de abril de 2022, o primeiro nanossatélite do Distrito Federal foi lançado para a órbita da Terra. Com apenas 10 centímetros de aresta e cerca de 1kg, o AlfaCrux ganhou o espaço para analisar e propor soluções na área das telecomunicações. O cubo fica a 500 km de altitude e dá em torno de 15 voltas no planeta por dia, captando informações e as armazenando no próprio satélite para retransmissão.

Desenvolvido com recursos da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), que investiu R$ 2,2 milhões, o projeto completou um ano do lançamento com resultados animadores que são acompanhados na estação de comando e controle por uma equipe composta por professores, técnicos e estudantes da Universidade de Brasília (UnB) das áreas de engenharia e correlatas. Ao todo, participam cerca de 17 pessoas, sendo sete da equipe fixa.

“Essa é uma missão que tem como foco a análise, investigação, avaliação de soluções de telecomunicações, desde os aspectos operacionais até a aplicação no usuário final. É um trabalho que contribui para a melhoria da formação, olhando pela perspectiva da universidade”, explica o coordenador da Missão AlfaCrux e professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Faculdade de Tecnologia da UnB, Renato Alves Borges.

Primeiros resultados

Neste primeiro ano do projeto espacial, o principal legado foi a inserção da operação espacial no dia a dia acadêmico e o início do estudo de caso sobre a missão. “O que considero um dos grandes aprendizados são as competências que estão sendo geradas e produzidas no que diz respeito a operar e conduzir um satélite. Estar à frente de uma missão espacial nessa fase de operação é relevante para o desenvolvimento do país”, revela o engenheiro eletricista e membro sênior do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE).

O projeto ajudará a validar tecnologias que possam gerar soluções para situações que o setor produtivo enfrenta diariamente. “Podemos fazer o monitoramento de ativos estratégicos e coletar informações para entender um pouco melhor o ciclo do carbono em diferentes biomas. Do espaço conseguimos olhar características que não conseguiria perceber da superfície da Terra. Também conseguimos levar comunicação para uma área remota sem comunicação em solo”, revela.

A Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal incentivou financeiramente a missão desde a fase zero até o lançamento feito nos Estados Unidos pela empresa SpaceX. “A FAPDF fomentou todo o material necessário para construir a infraestrutura. A execução está dentro da Universidade de Brasília com apoio da Finatec. É um empenho de todos e uma mudança de realidade para o DF, coloca Brasília dentro desse circuito e como protagonista no contexto de soluções e serviços espaciais”, define Renato Alves Borges. O projeto conta também com o apoio da Agência Espacial Brasileira e da Agência Nacional de Telecomunicações.

Para o presidente da FAPDF, Marco Antônio Costa Júnior, o projeto representa uma grande conquista para a ciência do Brasil. “FAPDF se orgulha de ter fomentado essa iniciativa inovadora. Ela representa a produção de tecnologia de alta performance no DF e, além disso, pudemos proporcionar aos pesquisadores e alunos da UnB uma experiência prática incrível desde a produção e construção do satélite e, após posto em órbita, a operação, a coleta e a análise dos dados recebidos”, comenta.

Futuro

Com expectativa para permanecer mais alguns anos em órbita, o nanossatélite ainda vai gerar muitos novos resultados. A coordenação da Missão AlfaCrux já desenha um novo projeto que possa contar com uma constelação de satélites.

“Esses outros satélites vão naturalmente trazer as lições aprendidas neste primeiro ano, com adequações em aspectos técnicos da comunicação e faixa de operação que permitam ampliar o escopo da produção”, diz o coordenador.

O próximo passo é também abrir diálogo com a iniciativa privada e a sociedade civil. “Estamos conversando com setores interessados em discutir problemas específicos e soluções que passam por implementação de sistemas espaciais”, acrescenta Renato Alves Borges.

Fonte: Adriana Izel, da Agência Brasília | Edição: Claudio Fernandes

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