Desde que o homem deixou de ser nômade, a vida em sociedade começou a ser uma de suas preocupações. Ele precisou construir áreas dedicadas para se viver em família e participar da comunidade. Prédios públicos, residências, comércio, escolas, hospitais e muitas outras construções passaram a compor o ambiente social.
Contudo, de lá para cá, o processo da cadeia produtiva da construção civil alterou-se drasticamente. Hoje, todas as etapas são pensadas para que haja o menor impacto ambiental possível.
Com o objetivo de incrementar as pesquisas dessa área, com foco em tecnologias sustentáveis para o ambiente construído nasceu o PISAC. De acordo com a professora pesquisadora da Universidade de Brasília, Raquel Blumenschein, o programa teve origem de uma parceria tríplice. “Eu estava buscando modelos de aceleração de mudanças de paradigmas da cadeia produtiva da construção, quando me deparei com duas oportunidades: uma parceria com a BRE que queria ampliar seus mercados, junto ao seu Diretor Internacional à época, Orivaldo Barros, e representantes da Câmara Brasileira da Indústria da Construção que buscavam soluções para o seu programa de inovação. A junção desses três vetores deu vida ao PISAC” – reflete a professora pesquisadora.
A parceria entre o setor produtivo e a universidade já era realizada desde o ano de 2002, quando a professora Raquel ainda coordenava o LACIS. Mais tarde, com a cooperação da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), do Building Research Establishment (BRE/UK); o apoio do Centro de Excelência Comunidades Integradas Sustentáveis da BRE TRUST/UnB e outros agentes públicos e privados como a FINEP, o MCTIC e a Finatec, foi possível realizar o PISAC.
Trata-se de um centro de referência em tecnologias sustentáveis que trabalha em rede, como catalizador de capacidades técnicas consolidadas no país e internacionalmente, visando à pesquisa e desenvolvimento com foco no ambiente construído. O projeto propõe formas de democratizar tecnologias existentes, incentiva P&D nas esferas públicas e privadas, fortalece a indústria e comunidade local, repensa os paradigmas artesanais da indústria de construção brasileira e integra, por meio de redes, o compartilhamento das expertises, recursos e responsabilidade dos setores envolvidos.
De acordo com Blumenschein um dos principais resultados é a concepção e o desenvolvimento da universidade BIM, projeto de suma importância para o Brasil que está aliado com a estratégia de uso da plataforma BIM (Building Information Modeling) no setor público. “Essa plataforma já está sendo utilizada em vários países e demonstra uma possibilidade de economia nos processos produtivos, já que trabalha os erros dos projetos reduzindo desperdícios, ampliando e otimizando o canteiro de obras. ” – pontua a professora pesquisadora.
Outro resultado é a formação de algumas redes junto à cadeia produtiva para o desenvolvimento de protótipos. O PISAC contempla prototipação, desenvolvimento, testes e monitoramento de soluções, além de capacitação, formação, consultoria e pesquisa para a UniBIM.
“Estamos muito satisfeitos com o PISAC, ele proporcionou a integração de vários departamentos da universidade. Hoje temos uma equipe multidisciplinar da FT, da FGA da FAU e da Psicologia. Professores e estudantes de graduação e pós-graduação envolvidos com várias pesquisas tais como a gestão do conhecimento, sustentabilidade e inovação na cadeia produtiva da indústria da construção. O PISAC tem nos permitido trabalhar com vários departamentos e várias áreas de pesquisa com resultados muito positivos” – comemora a pesquisadora Raquel Blumenschein.