Painel reúne atores do mercado e apresentou o Ciberlab – Centro de Prevenção de Incidentes Cibernéticos – à sociedade brasiliense

Numa sociedade em que expomos nossos dados diariamente na internet, a segurança cibernética é assunto emergente em discussões nos ambientes acadêmicos, públicos e privados. No Brasil, o crime cibernético está tomando uma proporção jamais vista. No ano passado, o Brasil teve 112 terabytes (TB) de dados vazados, o que corresponde a 43% dos vazamentos registrados no mundo. A implementação da Lei Geral de Proteção de Dados, a LGPD, que tem como objeto de tutela o dado da pessoa física,é outro driver para a discussão em comento.

Segundo dados do relatório ESET Security Report, publicado no ano passado, os ataques de ransomware (ataque feito através de um software nocivo usado para bloquear dados de computadores e servidores através do uso de algum tipo de criptografia) passaram a ser cada vez mais direcionados e as empresas não estão devidamente preparadas para enfrentar este tipo de ameaça.

Nesse contexto, o Ciberlab, parceria entre a empresa Aware e a Finatec, atua no desenvolvimento e aplicação de tecnologias voltadas para segurança cibernética para empresas públicas e privadas. Para dar o start neste projeto, recebemos na sala de Conferência da Finatec atores do setores público e privado, especialistas e gestores nos temas LGPD, Governança e Segurança.

O Painel Prontidão Cibernética e Proteção de Dados no Contexto da Transformação Digital faz parte do calendário de atividades do Ciberlab, que prevê eventos  bimestrais sobre assuntos de relevância sobre o tema.  Estavam presentes Fabrício Alves, Membro da Comissão de Juristas de Inteligência Artificial no Senado Federal; Rodrigo Carvalho, ex Secretário de Tecnologia da Informação do STJ; Wilson Lauria, sócio co-fundador da Aware e Humberto Ribeiro, co-fundador do Ciberlab e mediador do painel. 

Rodrigo Carvalho, ex Secretário de Tecnologia da Informação do STJ

Criada para apoiar projetos de pesquisa, a Finatec como fundação de apoio, somente executava projetos ligados a universidades, o diretor presidente da Fundação, Professor Augusto Brasil, explicou a importância desse coBusiness: “As fundações sempre tiveram esse DNA que é fazer gestão de projetos, que muitas vezes eram captados preferencialmente pelos professores das universidades. Dos anos 90 pra cá, década em que a Finatec foi fundada, esse cenário mudou bastante e não que isso tenha deixado de ser importante para nós, ainda é muito importante essa gestão, mas para as próximas décadas precisamos firmar essas esse coBusiness. Então devemos manter essa gestão de projetos, que é a existência da Finatec, mas o contexto de fundação e dessa relação entre universidade e as instituições fora da Universidade mudou muito. A missão da Finatec, por exemplo, é conectar o conhecimento das suas apoiadas.”, comenta Brasil. 

Professor Augusto Brasil, diretor presidente da Fundação

Os hubs são fundamentais nesse novo cenário do mercado de inovação, a Aware  trouxe esse formado de “hub do conhecimento” de forma mais concreta pro nosso espaço. “É nesse sentido que no último ano começamos  a formatar o que nós conhecemos como hub e eu queria agradecer aqui especialmente General Lauria e Humberto Ribeiro por essa ótima parceria que nasceu da Aware, que é justamente uma conexão, que é uma conexão entre a universidade. Gostaria também de agradecer a presença do professor Rildo dos Santos que é justamente essa essa outra parte do hub dentro da Universidade. E aí vem essa transferência de  conhecimento da universidade para fora e de fora para dentro da Universidade, esse fluxo vai melhorar tudo para a sociedade. Assim nasce o  Ciberlab,  que tem um tema em que um tema tá muito quente hoje que é o tema de cyber segurança de dados.”, comenta o diretor da Finatec. 

 Vivemos um processo de transformação digital intenso e ajudou  de diversas formas a sociedade humana a se firmar enquanto busca de condição de bem-estar, conveniência para as pessoas, de saúde pública, de aumento da capacidade educacional, nas diversas vertentes da logística. “Num determinado momento a gente também percebe que esse aumento da transformação digital que muda tempo e espaço das pessoas. Aquilo que antes levava esses dias, passa a levar x segundos, aquilo que antes eu precisava me deslocar eu faço online. Agora com uma outra interface do outro lado do mundo em tempo real, tudo isso trouxe um aumento da nossa exposição de vulnerabilidades digitais, seja por descuido,  por negligência ou seja inclusive por atos de má-fé dos agentes agressores que existem no planeta fora né?! Num determinado momento os agressores tinham um nível de maturidade ainda Inicial.”, comenta Humberto Ribeiro, representante da Aware.

Humberto Ribeiro, co-fundador do Ciberlab e da Aware

O que é prontidão cibernética?

Prontidão Cibernética é atuar – preventivamente e proativamente – com foco em toda a cadeia produtiva a fim de impedir que o elemento adverso obtenha acesso indevido ao ecossistema alvo. Em síntese, é quebrar o processo de ataque em suas fases iniciais.

Criando conexões e espalhando conhecimento, o Painel Prontidão Cibernética e Proteção de Dados no Contexto da Transformação Digital, como primeiro evento do Ciberlab alcançou o seu objetivo.  “Eu que agradeço todo o carinho e dizer que eu tô muito feliz com esse encontro de hoje, porque ele cria uma conexão com todas as falas que nós ouvimos hoje. Dentro dessa área que é  fronteira do conhecimento hoje, evolui exponencialmente. E esse nosso objetivo, eu me sinto plenamente atendido com essa oportunidade então agradeço agradeço a vocês aqui foi um dia maravilhoso muito obrigado obrigado pela presença de todos e contem com a Finatec sempre para promover este evento. Essa reunião marca um bom momento da fundação.” agradece o professor Augusto Brasil.

Assista o painel

Confira as fotos do evento:

Projetos premiados: Professores vão a São Paulo para o Prêmio CONFAP

A cidade de São Paulo sedia entre os dias 22 a 24 de março a primeira edição de 2023 do Fórum Nacional CONFAP. O evento reúne dirigentes das 27 Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (FAPs) e representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e das agências federais de fomento à CT&I para debater temas prioritários da política científica e tecnológica no Brasil.

Esta edição do Fórum é uma realização do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (CONFAP) em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

A  Profº. Dra. Suélia de Siqueira Rodrigues Fleury Rosa (FGA-UnB)  é a vencedora em segundo lugar do Prêmio CONFAP “Professora Odete Fátima Machado da Silveira” na  categoria “Pesquisador Inovador – Inovação para o Setor Empresarial”. 

foto: Chico Max/ Divulgação CONFAP

Representando o projeto Vesta,  primeira máscara facial com nanotecnologia de proteção contra vírus e bactérias. Financiado pela Fapdf e gerido pela Finatec, a barreira criada pelos estudiosos têm quitosana, um composto natural encontrado na casca de crustáceos, como o camarão, que envolve e degrada a membrana do vírus, inativando a contaminação. Por ser tão pequena quanto o vírus, a trama – que são os espaços formados entre as fibras e também chamados de poros – acaba impedindo a passagem do patógeno.

Além disso, o seu tecido é composto por um tipo de tecnologia que exerce atração eletrostática no vírus, que é atraído pela superfície por interpretar que está se aproximando de vias aéreas humanas. Dessa forma, uma pessoa infectada que estiver usando a Vesta adequadamente não vai contaminar ninguém porque o vírus será eliminado. Mas o ideal é que as outras pessoas também estejam protegidas pelo mesmo equipamento.

O outro professor premiado foi o  Renato Alves Borges, da UnB, em 3º lugar na categoria Pesquisador(a) Inovador(a) – Inovação Para o Setor Público  (Indicado pela FAPDF – Distrito Federal).

foto: Chico Max/ Divulgação CONFAP

O projeto de destaque de Renato é o Alfa Crux, nanosatélite lançado no espaço em 2022. Também fomentado pela FAP-DF e gerido pela Finatec. “Nosso objetivo é aumentar a conectividade em escala global, disponibilizando enlace de comunicação tanto para o setor civil quanto para a área de defesa do país. Isso é a base para viabilizar a ‘internet das coisas’, que possibilita ao usuário estar conectado por meio de dispositivos como celular e relógio. Essas soluções via satélite já são usadas hoje no país, mas carecemos ampliá-las. O projeto beneficiará, por exemplo, agricultores em regiões com folhagem densa ou com muita umidade, como é a Amazônia. Não é qualquer sinal que consegue penetrar nesses ambientes”, explica o chefe do Departamento de Engenharia Elétrica da UnB e um dos coordenadores do Alfa Crux, professor Renato Borges.

fonte: https://confap.org.br/news/forum-nacional-confap-sao-paulo-sp-2023/

Pesquisadores da UnB projetaram equipamento único no mundo para testar resistência de turbinas de motores de avião

Professores da Universidade de Brasília (UnB) projetaram equipamento único no mundo para realizar sofisticados ensaios que simulam, em ambiente de laboratório, as condições extremas que a conexão entre as pás e os discos de turbinas de motores de aviões estão submetidas durante vôo.

Os pesquisadores buscam avaliar a resistência ao aparecimento de fissuras (trincas) causadas pela fadiga do metal nesta interface pá-disco visando aumentar a segurança das peças e diminuir seu peso, melhorando a eficiência do motor.

As pesquisas são financiadas pela Safran, uma gigante do setor industrial francês que fabrica  motores a jato para aviões e helicópteros. Coordenado por José Alexander Araújo, professor titular do Departamento de Engenharia Mecânica da UnB e PhD pela Universidade de Oxford, o trabalho consiste não apenas em testar espécimes (peças metálicas retiradas do próprio disco da turbina) sob condições muito similares às enfrentadas durante um vôo, mas também em desenvolver modelos matemáticos que sejam capazes de prever a durabilidade das turbinas para uma operação segura, ou seja, antes do aparecimento de uma trinca.  A quebra da pá ou do disco pode ser fatal para a segurança dos passageiros pois as partes rompidas podem perfurar o sistema hidráulico da aeronave ou mesmo sua fuselagem.

Em 2018 a imprensa americana divulgou detalhes de um acidente desta natureza onde uma passageira morreu após ter parte do corpo sugada para fora da janela quebrada por um estilhaço da pá. “Trata-se de pesquisa de alto nível, cara mas com resultados vitais para o projeto e à segurança do motor da aeronave. Não seria possível de ser desenvolvida sem a parceria entre universidade, fundação de apoio e empresa. Só as peças para os testes custam aproximadamente trinta e oito mil reais cada. Ensaiamos 26 peças destas nos últimos dois anos.  Além disto, para construir o equipamento de testes desenvolvido na UnB houve investimentos da ordem de R$ 3 milhões.  Assim, são os cérebros da universidade pública associados aos investimentos captados juntos ao setor privado nacional e internacional e uma moderna e competente gestão administrativa do projeto por meio de uma Fundação de apoio privado como a Finatec, que são a receita do sucesso para uma pesquisa aplicada de ponta!” ressalta o  professor Araújo.

O pesquisador também avalia o impacto de um projeto dessa natureza para a reputação da pós-graduação da UnB. “Este projeto demonstra que fomos identificados por uma gigante do setor aeronáutico mundial como um dos laboratórios líderes na produção de conhecimento e tecnologia nesta área. Isso resulta em forte internacionalização da universidade com presença de alunos e cientistas franceses em nossa pós-graduação.  Isso põe o Departamento de Engenharia Mecânica da UnB no mapa dos grandes em nível internacional!”

Professor José Alexander Araújo, professor titular do Departamento de Engenharia Mecânica da UnB e PhD pela Universidade de Oxford e Gabriel Juvenal, aluno de doutorado orientado por ele

Questionado sobre o papel da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), neste processo, o professor Araújo resume como vital. “É a Finatec e seus excelentes quadros técnicos que cuidam de forma célere de todas as importações, compras e prestações de conta do projeto. Isto nos dá o tempo e a tranquilidade necessária para nos concentrarmos na atividade fim: a produção do conhecimento e a formação dos alunos!”

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