Brasília produzirá primeiro teste de Covid-19

 Departamento de Biologia Celular da UnB está realizando pesquisa de diagnóstico da doença com proteínas desenvolvidas em células de insetos e plantas

A Universidade de Brasília está muito perto de começar a produzir o primeiro kit de diagnóstico de Covid-19 com proteínas desenvolvidas em células de insetos e plantas a partir da aplicação de gene do Coronavírus (transmissor da doença) nesses seres vivos.

Com a gestão da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), o Projeto “Geração de insumos biotecnológicos utilizando diferentes sistemas” deve levar  seis meses para liberar os primeiros protótipos de teste de Covid-19 nas pessoas.

O exame que identificará se uma pessoa está contaminada pela doença é o resultado de uma pesquisa iniciada no ano passado pelo Departamento de Biologia Celular da UnB. Os biólogos conseguiram clonar o gene que codifica as proteínas da capa do Coronavírus.

A partir da coleta dessas amostras, introduziram o material em células de plantas e insetos e começaram a obter um novo tipo de proteína capaz de reagir à presença do vírus em sangue contaminado, detectando, assim, a presença do Coronavírus, que é o vetor da Covid-19.

O trabalho científico é coordenado pelo professor Bergmann Ribeiro, da UnB, em parceria com o professor Tatsuya Nagata (também da universidade) e com outros professores da Universidade Federal de Goiás, onde estão os soros (com amostras de sagues) de pessoas infectadas com o Coronavírus disponíveis para a experiência.

“A principal vantagem é o custo e o encerramento da demora para ser aprovada por um controle de qualidade. O teste será bem mais em conta. E a detecção, muito mais rápida. Esse vírus veio para ficar. Então, vamos precisar desses teste o tempo inteiro”, salienta o docente.

A pesquisa já rendeu reconhecimento internacional. A revista científica Journal of Virological Methods  publicou um artigo na semana passada sobre o procedimento de purificação dessa proteína em células e insetos. “Ninguém tinha ainda publicado um trabalho numa revista científica relacionada à purificação dessa proteínas do Coronavírus em células de insetos”, enfatiza Bergmann.

Equipamentos

O coordenador da pesquisa destaca a importância do apoio da Finatec no trabalho. A fundação agiliza o papel de gestão dos recursos na aquisição de material, insumos e equipamentos utilizados pela equipe de pesquisadores, fazendo pesquisa de preços e cotação. “O pesquisador não tem dor de cabeça com a burocracia. Vai ter mais tempo para se dedicar à pesquisa”, ratifica.

Um dos maquinários adquiridos pela Finatec com serventia ao trabalho foi a Leitora de placa, responsável por fazer a interação da proteína produzida em plantas e insetos com o anticorpo que está no sangue da pessoa. “Se tiver anticorpo com o vírus nessa pessoa, a máquina detecta”, explicou o docente.

O projeto “Geração de insumos biotecnológicos utilizando diferentes sistemas” faz parte do convênio 003/2020, celebrando entre a Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (Fap-DF) e a Finatec, que tem como objetivo a conjunção de esforços entre os partícipes, por mútua cooperação técnico científica, visando apoiar a execução e o desenvolvimento de projetos e ações de Pesquisa, Inovação e Extensão destinadas ao combate à COVID-19.

Economia criativa: Cocreation Lab DF forma primeiras turmas de empreendedores

Ao todo, 37 projetos apresentam seus pitches finais a partir desta segunda-feira (22)

Parte de um amplo programa de fomento à inovação no Distrito Federal, o Cocreation Lab conclui as primeiras turmas a partir desta segunda-feira (22), com o início dos pitches finais de 37 projetos de economia criativa. As apresentações serão transmitidas ao vivo e seguem até quinta-feira (25).

Durante cinco meses, os projetos receberam apoio de 130 mentores, que ajudaram os futuros empreendedores na formatação dos negócios, com centenas de horas de mentoria, diagnósticos e mais de 50 eventos gratuitos. Nesse período, especialistas em diversas áreas da economia criativa ajudaram a tirar sonhos da cabeça e a colocá-los no papel, em áreas como moda, agronegócio, design, games e nanotecnologia.

 “Mais de 60% dos projetos inscritos chegaram a esta fase, o que é um número extraordinário, que mostra o potencial do ecossistema do Distrito Federal”, comemora Luiz Salomão Ribas Gomez, idealizador do CocreationLab e consultor da TXM Business, startup responsável pela metodologia usada no projeto.

O CocreationLab do Distrito Federal é parte integrante do programa de animação do Ecossistema de Inovação do Distrito Federal, uma parceria entre a Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), com apoio da Universidade de Brasília – através do CDT (NIT DA UnB) – e do Instituto Federal de Brasília.

No DF, dois polos de Cocreation Lab estão localizados na UnB: um no campus Darcy Ribeiro e outro no campus FGA. Os outros dois ficam nos campus do IFB: em Samambaia e São Sebastião. Ainda em 2021, será lançado o edital de seleção para cinco novas turmas, uma delas com apoio do Sebrae.

Veja os projetos que serão apresentados em cada espaço do DF:

Ipê Rosa

Bio Farm

Kursay

EntregaFer

Chayim

Coopertronik

Ipê Roxo

Akvofluo

Chame a Lú

Conecta Jobs

Dyona

Foodtech

IdeiaSpace

Nutriva Kids

Sócius

Veggi e Taís

VibeUp!

Ipê Branco

ProSenior

Bamburiti

Cromática

Escrita Consciência

Groof

Nanosensors

Levare Bioprocessos

BUMI

Experience Box

EngiTech

P-Last

Arena Gamer BSB

Recarregue

Envoltoria Embalagens Agroecológicas

Ipê Amarelo

Virtual Design Fla´s

Vem Sem Glúten

Venda Mais na Sua Região

Fenix Pintura por Elas

Reforço e Acompanhamento Escolar e Inovação

Digital Startups Inovação e Consultoria

Projeto apoiado pela Finatec desenvolve ferramenta que conecta alunos à escola em tempo real

A ferramenta está no pacote de produtos desenvolvidos para aproveitar tecnologia adquirida na pandemia. Governo Federal investe R$ 3,5 bilhões com a conectividade nas escolas públicas do País. Objetivo é não deixar que esse recurso vá para o ralo.

O agravamento da pandemia de Covid-19 fez com que a nossa sociedade se adaptasse aos novos tempos impostos pela expansão da doença. Muitos paradigmas foram quebrados. Como por exemplo, as atividades presenciais. Uma das formas encontradas para compensar a ausência de trabalhadores, artistas, professores, alunos foi a aquisição de tecnologia.

O afastamento das crianças das escolas gerou gastos no sistema educacional, acelerando a introdução de certa tecnologia que pode auxiliar no processo de aprendizagem. O governo federal está gastando agora R$ 3,5 bilhões em conectividade de alunos com as escolas.

Mas, com a volta à normalidade, o desafio agora é evitar que, após o retorno das atividades presenciais, esse dinheiro público que foi gasto com tecnologia seja perdido com o abandono dela.

Ao aceitar o desafio, a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento de Educação (FNDE), está apoiando o “Projeto Desenvolvimento Regional Governo Pós Pandemia”.

Um dos objetivos do projeto é fazer com que a tecnologia utilizada no período da pandemia seja útil daqui para frente. “Se você não tem escola envolvida na execução daquela nova tecnologia, o desenvolvimento é pífio. Para que tenha utilidade no pós-pandemia, o resto precisa funcionar também. Essa é uma das preocupações do projeto”, explica o coordenador técnico, o professor José Carneiro da Cunha.

Iniciado em abril de 2020, quando o número de mortes provocadas pela pandemia aumentava, o projeto voltado para a educação básica, que vai

da primeira série da alfabetização ao ensino médio, começou a estudar os desdobramentos da pandemia sobre a educação.

Entre os aspectos diagnosticados no âmbito educacional, está a violência contra crianças cometida em casa, a necessidade de obras de tecnologia para colégios, novos conceitos arquitetônicos, melhorias na segurança do transporte escolar, entre outros.

Então, a iniciativa apoiada pela Finatec desenvolveu uma série de 35 produtos que visam solucionar os fatores diagnosticados na pesquisa. Vão desde o emprego de tecnologia capaz de constatar se uma criança sofre violência em casa a melhorias para as escolas, como o emprego de tecnologia, uso de tabletes e sistemas capazes de conectar os alunos ao corpo docente em tempo real.

O Projeto que tem recurso da ordem de R$ 90 milhões do FNDE está sendo implementado em 200 escolas públicas do País (três delas no Distrito Federal).

Uma das ferramentas permite fazer um acompanhamento em tempo real do desenvolvimento cognitivo do estudante. “Dá para saber, por exemplo, em qual disciplina ele tem mais dificuldade, pela quantidade de vezes que ele tentou resolver uma questão ou exercício. Vai ficar disponível na rede. Ao final, o professor recebe um e-mail com uma série de materiais relacionados com a dificuldade diagnosticada do aluno, que vai ter acesso via professor”, explica Carneiro. Segundo ele, até abril de 2023, serão contemplados 11 mil alunos.

A tecnologia será um importante aliado do professor, mas não vai suprimir sua importância em sala de aula. “Uma coisa que fica clara no projeto é que não se substitui o professor”, afirma o coordenador do projeto, José Carneiro.

IBICT é a mais recente ICT apoiada pela Finatec

A Portaria Conjunta nº 152/2021 MEC/MCTI, publicada em 13 de outubro de 2021, autoriza a Finatec a atuar como Fundação de Apoio do IBICT – Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT, unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações – MCTI, pelo período de 1 (um) ano. Os secretários Wagner Vilas Boas de Souza da Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação e Marcelo Marcos Morales da Secretaria de Pesquisa e Formação Científica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, usaram de suas atribuições e se apoiaram nas disposições da Lei.

A portaria entrou em vigor no dia 07 de outubro de 2021.

Desenvolvido por pesquisadores da UnB, app ajuda no rastreio e restauração do Cerrado

O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul e ocupa a mesma posição aqui no Brasil, correspondendo a cerca de 22% do território brasileiro. Classificado como savana, é um dos biomas em maior risco de extinção no Brasil. Chamado de Berço das Águas, por ser ponto de encontro das principais bacias hidrográficas do país, o Cerrado apresenta desafios em solos degradados.

Realizado pelo Centro de Gestão e Inovação da Agricultura Familiar (Cegafi-UnB) em parceria com a Finatec e com apoio do Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF Cerrado) e Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), o projeto Restaura Cerrado identificou essas questões e desenvolveu o aplicativo Radis Cerrado. O app é gratuito e tem o objetivo de auxiliar no monitoramento da recomposição da vegetação nativa e na regulação ambiental de propriedades rurais, além de coletar dados socioprodutivos dessas propriedades rurais para auxiliar no planejamento e comercialização dos produtos.

“O aplicativo é um importante passo para facilitar o processo de entrega de dados de monitoramento aos órgãos ambientais estaduais e promover o cumprimento das ações para regularização ambiental em larga escala no Cerrado”, ressalta o coordenador do Cegafi e do  projeto Restaura Cerrado, professor Mário Ávila.  

O app foi submetido a testes de campo com o método User eXperience (UX) com técnicos especialistas em restauração ambiental, agricultores e assentados da reforma agrária. A equipe do projeto também realizou um workshop com diversos especialistas, pesquisadores (inclusive da Embrapa) e analistas ambientais da SEMA e IBRAM, para eles testaram e deram contribuições importantes para a versão final do aplicativo.

Como o aplicativo funciona?

O Radis Cerrado está disponível gratuitamente para sistema Android no Google Play e tem, entre suas funcionalidades, acompanhar o cadastro ambiental rural, projetos de restauração e monitoramento, além do crescimento da vegetação ao longo dos anos. O usuário também pode preencher um diagnóstico socioeconômico, onde é possível inserir informações sobre extrativismo, produção vegetal e animal,  permitindo o planejamento de produção e comercialização de ingredientes da agricultura familiar. 

Fidelis da Luz

Ele se cadastra, insere os dados do imóvel e insere os dados das áreas que têm que ser restauradas (como tamanho, localização, tipo de vegetação original). O aplicativo calcula quantas parcelas (de 4  m x 25 m) ele precisa de amostras da área em recomposição. E depois ele pode ir inserindo os dados solicitados pelo órgão ambiental, que o aplicativo já calcula os indicadores ecológicos da recomposição da vegetação nativa (cobertura de solo ou de copa, densidade de indivíduos regenerantes, número e proporção de espécies nativas e exóticas). 

No módulo de dados socioprodutivos, ele pode armazenar informações sobre o que e quanto produz ao longo do tempo, para ajudar na gestão produtiva e compartilhar seus dados no sistema.

Uma importante característica do app é sua interface simplificada com objetivo de facilitar que os registros sejam realizados por agricultores, quilombolas, assentados da reforma agrária e técnicos ambientais. “No nosso acampamento fizemos alguns testes e ficou provado que as famílias tinham condição de utilizar o app, por sua interface de fácil manipulação. Nossas famílias, apesar de terem baixa escolaridade, já têm familiaridade com o celular. Então, para eles, o Radis Cerrado é fácil de ser utilizado”, conta Bruno Maciel, agricultor e líder do acampamento Roseli Nunes. 

Bruno Maciel

Impactos para a sociedade e meio ambiente

O aplicativo visa facilitar o processo de coleta de dados de monitoramento da recomposição da vegetação nativa, seu processamento e envio para o órgão ambiental. Isso facilitará o processo de regularização ambiental de imóveis rurais que possuem passivo ambiental. Ao facilitar esse processo, ele ajuda os produtores rurais a cumprirem a legislação ambiental e, assim, ajuda o meio ambiente. Os dados da vegetação em fase de recomposição serão recepcionados e armazenados no próprio servidor do GDF, na plataforma do Sistema Distrital de Dados Ambientais.

A pesquisadora responsável, professora Iris Roitman, explica o impacto positivo do uso do app “Isso trará maior transparência sobre o status da regularização ambiental e recomposição da vegetação nativa no DF. Além disso, as informações anuais especializadas sobre a dinâmica da recomposição da vegetação vão compor um banco de dados importante que servirá para pesquisas ecológicas acerca da restauração ambiental.”

Para a fase de testes do aplicativo foram escolhidas duas comunidades do Distrito Federal: o acampamento Roseli Nunes e o assentamento Oziel Alves, ambos em Planaltina (DF), que abrigam cerca de 300 famílias voltadas à produção agroecológica de base familiar.

No acampamento Roseli Nunes, foram desenvolvidas ações de recomposição da vegetação nativa lideradas pela Associação Rede Rio São Bartolomeu de Mútua Cooperação (Rede Bartô), que trabalha com recuperação de áreas degradadas. O Restaura Cerrado acompanhou essas ações e testou o aplicativo para monitorar o estágio inicial da restauração.

“Na nossa comunidade, o Radis Cerrado é muito importante para que as famílias entendam um pouco do potencial do que é a preservação ambiental e de fazer esse monitoramento ambiental. Além disso, terá importância fundamental para a implementação da regularização fundiária do nosso acampamento”, avalia Bruno Maciel.

A família Queiroz, moradora do acampamento Roseli Nunes desde 2014, será uma das que utilizará o Radis Cerrado como ferramenta auxiliar no trabalho de restauração da paisagem local. “Quando chegamos por aqui, tinha muito gado e começamos a fazer o reflorestamento com plantio de árvores nativas e frutíferas. Com o apoio do projeto da Rede Bartô, hoje temos duas agroflorestas e uma pequena reserva com muitas árvores. Com o aplicativo, o objetivo é aumentar nossa plantação e restaurar a vegetação daqui”, disse Lindaura Queiroz. 

Lindaura e João Batista Queiroz

A agricultora Odimaria Gonçalves toca sozinha seus 4 hectares de terra no mesmo acampamento desde 2012. Ela também integra o grupo de agricultores que utilizará o aplicativo em seu trabalho de reflorestamento, o qual ela destaca com muito orgulho. “Acredito que, na minha reserva, já plantamos umas 200 árvores nativas, como jatobá, copaíba e araticum. Também trabalho com verduras e frutas sem veneno e sem adubo químico. Depois que minhas filhas foram criadas, eu procurei um local para plantar e viver. Tenho muito orgulho do meu trabalho porque plantamos para que as pessoas possam comer comida saudável e sem veneno”, celebra. 

Odimaria Gonçalves

Hoje o aplicativo é customizado para atender as normas ambientais do DF, mas a pretensão é ampliar para outras unidades federativas. A ideia é que a tecnologia seja replicada entre gestores ambientais de outros endereços do bioma Cerrado considerados corredores ecológicos, como Cavalcante (GO), Alto Paraíso (GO),  Niquelândia (GO), Formosa (GO), Pirenópolis (GO), Cristalina (GO), Palmas (TO), Gurupi (TO), Jalapão (TO), Arinos (MG), Montes Claros (MG), Serra Bonita (TO), Chapada Gaúcha, Paracatu (MG), Unaí (MG), Buritis (MG), Barreiras (BA), Luis Eduardo Magalhães (BA), Correntes (PI), São Raimundo Nonato (PI), Carolina (MA), Balsas (MA) e Cocos (BA).

Com o objetivo de facilitar e deixar os pesquisadores envolvidos com a pesquisa, a Fundação de Apoio é a ponte entre as instituições envolvidas. “A Finatec é importante para viabilizar a execução de projetos científicos e tecnológicos que aproximam o conhecimento acadêmico e a sociedade para gerar soluções tecnológicas voltadas para as pessoas, órgãos ambientais e o meio ambiente.” comenta Roitman.

Quer saber mais sobre o projeto? Acesse o Instagram: @restaura_cerrado

Protocolo de Intenções é consolidado e aquece independência tecnológica Base Industrial de Defesa

Na última segunda-feira, 13, aconteceu a Cerimônia de Assinatura do Protocolo de Intenções entre o Ministério da Defesa (MD) e a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos da Universidade de Brasília (Finatec).

O Protocolo é parte da execução do plano estratégico, com ênfase na tríplice hélice – quando empresa, academia e governo contribuem para a inovação tecnológica e o desenvolvimento econômico do país – no fortalecimento da Base Industrial de Defesa (BID) e o atingimento da independência tecnológica.

A Fundação tem a missão de disseminar o conhecimento para sociedade “Com a assinatura do Protocolo de Intenções, podemos visualizar uma aplicação direta na sociedade, não só na sociedade civil, mas na área da defesa, das instituições, na academia e principalmente nas startups”, explicou Augusto César, Diretor presidente da Finatec.

Augusto César, Diretor presidente da Finatec

Parcerias como essa vão proporcionar um grau cada vez maior de autonomia tecnológica, além de permitir que diminua gradativamente a dependência que ainda o Brasil de produtos estrangeiros. Esteve presente na solenidade o Secretário de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa (SEPROD), Marcos Rosas Degaut Pontes; o Diretor do Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação (DECTI), General de Divisão Luiz Antônio Duizit Brito; o Diretor-Geral da APTSJC, Marcelo Nunes da Silva; o Diretor-presidente da Finatec, Augusto César de Mendonça Brasi; o Chefe de Assuntos Estratégicos, General de Exército Eduardo Antônio Fernandes; o Secretário de Pessoal, Ensino e Desporto, Tenente Brigadeiro do Ar, Jeferson Domingues de Freitas; demais autoridades militares e civis.

Fonte: https://www.gov.br/defesa/pt-br/centrais-de-conteudo/noticias/protocolo-de-inovacao-e-tecnologia-estimula-base-industrial-de-defesa

Fotos: Igor Soares

Projeto ALEI promove curso de capacitação para servidores do TRF1

Com o objetivo de agilizar o tempo de resolução dos processos no sistema judiciário, a equipe do professor Nilton Silva, da Engenharia na Unb desenvolveu o framework ALEI (Análise Legal Inteligente), um software que vai acelerar casos que tramitam em segunda instância Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1).

O projeto tem como objetivo levantar informações em processos, principalmente no que tange os precedentes em cortes superiores e jurisprudência. A ferramenta já está sendo utilizada pelos gabinetes da Corte e com o intuito de aprimorar os usuários para utilizar a ferramenta,  o TRF 1ª Região realizou, entre os dias 2 e 13 de agosto, capacitação para compartilhamento de conhecimentos entre professores e especialistas da UnB e servidores e servidoras do TRF1.

O curso, promovido pelo Centro de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento de Servidores da 1ª Região (Cedap), ocorreu de forma remota e contou com três turmas especializadas e direcionadas para diferentes áreas de atuação.

A primeira turma, “Arquitetura do Sistema”, foi direcionada aos profissionais de Tecnologia da Informação (TI), com o objetivo de apresentar os aspectos associados à engenharia de software do Alei. A segunda turma, “Funcionalidade do Sistema” foi direcionada para os analistas e técnicos judiciários dos gabinetes dos desembargadores federais, e expôs os aspectos técnicos da ferramenta como sistema de apoio à confecção de minutas de voto. Já a terceira e última turma, “Módulos de Inteligência Artificial” foi destinada, também, aos profissionais de TI, mas, desta vez, apresentou os módulos de IA embarcados no Sistema.

Projeto Victor usa a inteligência artificial para facilitar o trabalho dos servidores do STF

Com a premissa de facilitar o trabalho dos servidores do STF através da Inteligência Artificial (IA), o projeto Victor chega na quarta etapa de desenvolvimento e já é um grande marco na história do judiciário brasileiro, com ascensão internacional. Iniciado em 2017, o Victor foi idealizado para auxiliar o tribunal na análise dos recursos extraordinários recebidos de todo o país, especialmente em relação a sua classificação em temas de repercussão geral de maior incidência.

O STF recebe recursos em meio eletrônico de todos os Tribunais do país, além de processos que tramitam nos juizados especiais, que se encontravam em “volumes” de arquivos no formato pdf, documentos textuais em formato de imagem, sem camada de texto puro que viabilizasse a leitura por máquina.

Fruto de uma parceria entre o STF, a UNB e a Finatec, o projeto apresentou bons resultados ainda em laboratório. Além dos desafios de um projeto dessa magnitude, como a extração de dados para a pesquisa, que por si só leva meses para ser concluída, rapidamente constatou-se que, para desenvolver um classificador de temas, era necessário resolver também o problema subjacente quanto ao dado: o texto puro.

Para conseguir aplicar a IA em linguagem textual, o projeto Victor elencou a execução das seguintes atividades: conversão de imagens em textos no processo digital ou eletrônico, separação do começo e do fim de um documento (peça processual, decisão, etc), separação e classificação das peças processuais mais utilizadas nas atividades do STF e a identificação dos temas de repercussão geral de maior incidência.

Por se tratar de uma inteligência artificial com o objetivo de analisar os recursos processuais, classificado por temas gerais aos autos, o Victor é um indicativo, ou seja, não decide os recursos e sempre é validado ou confirmado durante a efetiva apreciação do caso concreto pelos ministros.

O nome do projeto é uma homenagem ao ministro do Supremo de 1960 a 1969, Victor Nunes Leal, autor da obra “Coronelismo, Enxada e Voto” e principal responsável pela sistematização da jurisprudência do STF em súmula, o que facilitou a aplicação dos precedentes judiciais aos recursos.

Projeto RAEESA gerenciado pela Finatec lança livro contando os resultados do projeto e a experiência dos pesquisadores

“Este livro foi elaborado durante a pandemia mundial de COVID-19, que vem até o momento provocando diversos impactos sociais e econômicos. Neste ambiente de diversidades e incertezas, os autores expressam seus sentimentos àqueles que perderam os seus entes queridos.”

Os lixões a céu aberto, por muitos anos, foram espaços utilizados sem planejamento ou medidas de proteção ao meio ambiente, causando crises sanitárias e perda na qualidade do solo. Pensando nisso, um grupo de professores da UnB se uniram para desenvolver uma metodologia para qualificar e quantificar a geração de energia elétrica pela hibridização de fontes alternativas como componente complementar da integração de técnicas tradicionais de remediação ambiental.

No Brasil, atualmente existem cerca de 3.000 lixões, que devem ser eliminados ou recuperados até o ano de 2024 de acordo com a Lei no 14.026 de 15 de julho de 2020. E neste cenário o projeto Hibridização de Fontes de Geração de Energia Elétrica como Alternativa Tecnológica de Remediação Ambiental de Áreas Degradadas por Resíduos Sólidos Urbanos (Estudo de Caso: Aterro Controlado do Jockey Clube- Brasília, DF) evidencia as diversas possibilidades técnicas e econômicas para aproveitamento destas áreas degradadas.

Coordenado pelos professores da Universidade de Brasília, Antônio César Pinho Brasil Júnior do Departamento de Engenharia Mecânica, Luciano Soares da Cunha do Instituto de Geociências e Sérgio de Oliveira Frontin do Departamento de Engenharia Mecânica, esse projeto faz parte do Programa de P&D da Aneel, iniciado em setembro de 2018.

O projeto teve como empresa proponente a CEB Geração S.A., empresa cooperada CEB Lajeado S.A. e a entidade executora Universidade de Brasília (UnB) que contou com o apoio técnico da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec). Um dos frutos da pesquisa foi o livro Hibridização de Fontes de Geração de Energia Elétrica como Alternativa Tecnológica de Remediação Ambiental de Áreas Degradadas por Resíduos Sólidos Urbanos, disponível para download no fim deste texto.

Os professores responsáveis pelo estudo concederam uma entrevista para a Finatec contando mais sobre o projeto:

 Quais eram as principais metas ou objetivos previstos para esse projeto?

O objetivo geral desta proposta de P&D foi o desenvolvimento de uma metodologia para qualificar e quantificar a geração de energia elétrica pela hibridização de fontes alternativas como componente complementar da integração de técnicas tradicionais de remediação ambiental de áreas degradadas por Resíduos Sólidos Urbanos.

Esta metodologia foi utilizada como estudo de caso, aplicada ao Aterro Controlado do Jockey Clube- Brasília. DF. A partir da década de 70, duas áreas, próximas ao Jockey Club passaram a concentrar a disposição de resíduos urbanos de Brasília e assim permaneceram ativas como lixões até a metade da década de 90, quando então passaram a operar como um aterro controlado até ser encerrado no início de 2018.

Quais foram os principais resultados do projeto?

Os resultados do projeto demonstram que é possível aplicar o conceito da hibridização de fontes de geração de energia elétrica com uma alternativa tecnológica para a remediação ambiental de áreas degradadas por resíduos sólidos urbanos.

Quais são os impactos de médio e longo prazo que esse projeto pode trazer para a sociedade e para o meio ambiente na região onde ele foi desenvolvido/aplicado?

A metodologia desenvolvida foi aplicada no Lixão do Jockey Clube, que como já mencionado é uma área degradada de cerca de 200 ha, bem próxima do centro de Brasília. Os estudos indicaram viabilidade técnica e econômica para a implantação de um sistema híbrido composto de diversas fontes de geração de energia, como por exemplo:  aproveitamento do gás metano, aproveitamento energético dos resíduos sólidos urbanos remanescentes além do aproveitamento do potencial solar da região.

Neste cenário, utilizamos a implantação de um sistema híbrido de geração efetivamente como uma alternativa de mitigação do meio ambiente que hoje se encontra degradado, e desta forma a médio e longo prazo, recupera-se a área para sociedade, promovendo o desenvolvimento da região com geração de emprego de renda a partir da implantação do empreendimento e que   estrategicamente se tornará uma fonte de geração de energia.

Do ponto de vista técnico, foi visualizado a seguinte composição de geração de energia possível de ser realizada com base em uma concepção tecnológica inovadora, que visou integrar a geração de eletricidade à remediação ambiental da área do aterro fechado.

Para um projeto de vinte anos de execução, foi proposta uma usina híbrida que agrega subsistemas de aproveitamento do gás de aterro (usando grupos geradores), de aproveitamento de RSU aterrados em uma pequena termelétrica em ciclo orgânico (ORC), de uma central solar fotovoltaica e de uma central solar heliotérmica.

Todo este sistema é capaz de proporcionar um retorno econômico no contexto da geração de eletricidade, processando as emissões de chorume ao longo do ciclo de vida do projeto e reduzindo emissões de gases de efeito estufa.

Quais os principais resultados a serem entregues à sociedade?

Como já mencionados, a metodologia desenvolvida, o livro publicado, e a grande produção acadêmica gerada constituída por dissertações de mestrado,  trabalhos de conclusão de cursos e informes técnicos, oferecem para a comunidade resultados de estudos que vão contribuir em diversas vertentes para a sociedade, como por exemplo: i) na saúde pública considerando a redução do efeito estufa, riscos de contaminação dos recursos hídricos devido ao chorume,  ii) na geração de recursos energético complementares, principalmente neste momento, quando da ocorrência da redução de água nos reservatórios das principais usinas hidroelétricas, iii) na geração de emprego e renda em decorrência da implantação dos empreendimentos de geração em áreas…degradadas. 


Reconhecendo a importância deste segmento, deve-se enfatizar que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai promover em setembro deste ano, o primeiro leilão voltado para a recuperação energética de resíduos, que engloba os projetos de geração termelétrica a partir do lixo.


Para este leilão já estão cadastradas 12 usinas de recuperação energética de resíduos, com capacidade instalada total de 315 megawatts (MW), nos estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.

Como surgiu a ideia de publicar o livro? O que os leitores podem esperar sobre o conteúdo da publicação?

A ideia de publicar um livro para consolidar os conhecimentos e experiências adquiridos durante a realização de um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) remonta de longa data.

Quando uma equipe de professores e alunos é formada para a realização de um projeto de P&D, a ideia de publicar um livro surge naturalmente diante do grande volume de produção científica que é gerado e do relatório final que é produzido para a entidade patrocinadora do projeto, quando muitas das vezes é de difícil acesso e consulta. 

O livro, em sua versão impressa ou digital, como já indicado, consolida de forma didática e ordenada o material produzido, podendo ser utilizado em cursos acadêmicos e em eventos técnicos, além de divulgar a competência da Universidade de Brasília de forma mais abrangente.

Devemos primeiramente registrar que este livro foi elaborado durante a pandemia mundial de COVID-19, que vem até o momento provocando diversos impactos sociais e econômicos. Neste ambiente de diversidades e incertezas, os autores expressam seus sentimentos àqueles que perderam os seus entes queridos.

Mesmo assim, neste cenário perturbador, esperamos que a publicação possa transmitir a experiência dos autores, tanto para os profissionais que trabalham nesta área, como auxiliar na capacitação das futuras gerações de profissionais.

Vale, portanto, neste momento de muitas dificuldades, mas certamente de plena realização, citar a poetisa Cora Coralina que, nos lembra que devemos todos subir montanhas, mas sempre removendo pedras e plantando flores.

Este projeto foi feito em parceria com a Finatec. De que forma essa parceria impactou no desenvolvimento do trabalho?

A participação da Finatec como Fundação de Apoio em qualquer projeto de P&D é de primordial importância, tendo em vista que conta com uma equipe administrativa de extrema competência e dedicação. Os pesquisadores assim, podem se dedicar quase que exclusivamente às pesquisas, pois as atividades de compra de equipamentos, acompanhamento financeiro, aquisição de passagens etc. são realizadas pela Finatec com total responsabilidade perante as empresas patrocinadoras.

Esperamos contar cada vez mais com a Finatec, alavancando e reforçando as atividades de prospecção de novos projetos e atuando como entidade repositora (biblioteca digital) da produção científica gerada durante a execução de Projetos de P&D. Que a Finatec possa tornar a sua página da Internet num ponto de encontro dos pesquisadores tanto para a continuidade de projetos como para a realização de novos projetos onde se poderá contar com um acervo anterior pertinente ao que se pretende realizar.

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