Projeto Vesta se destaca no Prêmio de Inovação Darcy Ribeiro 2022
Vinte duas pesquisas foram premiadas, a equipe Vesta levou 4 prêmios
Fomentar a inovação na UnB e consolidar um dos princípios da regulamentação interna para propriedade intelectual da instituição criada em 1998, é a essência do Prêmio de Inovação Darcy Ribeiro. Essa regulamentação prevê um prêmio de tecnologia, a ser concedido aos pesquisadores que se destacarem na Universidade na área de inovação.
Com isso, a primeira edição do Prêmio de Inovação Darcy Ribeiro, aconteceu no fechamento da Feira de Feira de Negócios e Inovação, realizada pelo DPI, NITCDT e PCTec em parceria com Fiocruz, Finatec, Sebrae, FAP-DF e a empresa Fibra.
Homenageando o cientista brasileiro e ex-docente da UnB, Marco Antônio Raupp, falecido em julho de 2021, vinte e duas pesquisas, referentes aos anos de 2020 e 2021, foram premiadas nas categorias Pesquisadores Destaque, Inventor Destaque, Autor Destaque e Transferência de Tecnologia, além das categorias especiais Mulheres na Ciência, Tecnologias em Temática Relevante e Tecnologias Sociais.
Entre os premiados, está o projeto executado pela Finatec. A máscara Vesta, representada pelas professoras Suélia Rodrigues e Marcella Carneiro, tem três camadas: entre duas tramas de TNT como a que cobre a máscara tipo PFF2, um tecido com nanopartículas que atraem e inativam o coronavírus.
A idealizadora, professora Suélia Rodrigues, foi premiada em três categorias: Pesquisador Destaque, Mulheres na Ciência e Temática Relevante. “Inicialmente gostaria de dizer que o prêmio é de todos aqueles que trabalharam de maneira direta e indireta. É muito importante a gente dedicar àqueles que se esforçaram. Dedicar também àqueles que usaram a máscara” , comenta Rodrigues.
Após dois anos de intenso trabalho e pesquisa, a primeira máscara facial com nanotecnologia de proteção contra vírus e bactérias foi apresentada para a sociedade em junho deste ano e já está liberada para sua comercialização. Numa solenidade no auditório do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília (CDT), estudantes, professores, representantes de entidades privadas e públicas puderam ver de perto o equipamento capaz de deter e até aniquilar qualquer tipo de vírus, inclusive, o Sars-CoV-2, que transmite a Covid-19. Inclusive, já aprovada pela Anvisa.
“A gestão da Universidade está de parabéns em resgatar na gente esse sentimento do Darcy Ribeiro da luta, construção, a vontade de continuar lutando. São nesses momentos que as nossas energias são renovadas. Parece que tem uma vara de condão tocasse na nossa cabeça e tudo que passamos e lutamos, refletiu que pensamos “Vale, vale pena enfrentar!”, então me sinto ganhando o troféu de uma grande batalha”, exclama Suélia.
Antes de todos os processos de pesquisa em campo, é necessário deixar todo o estudo in vitro alinhado. A professora Marcella Carneiro coordenou as pesquisas de biocompatibilidade das máscaras para saber se elas tinham toxicidades, a atividade antiviral e antibacteriana, ou seja, todos os testes de bancada.
“Primeiro validamos o modelo, se a máscara funcionava como barreira física e química, todos os testes que são importantes para validação da Anvisa: filtração de partículas, resistência mecânica e inflamabilidade, todos os testes pré clínicos.”, explica Marcela.
Trabalho em equipe
Pesquisadores, financiadores e fundação de apoio são a tríade necessária para a realização de grandes projetos. A professora Marcella, comenta sobre a sua equipe: “Eu coordenei, mas tinha uma equipe grande comigo, todos nos dedicamos para algo que era tão importante pra sociedade na ocasião e que a gente nota que vai ser uma conquista daqui pra frente para nos proteger de doenças infecciosas. Para servir como proteção individual de profissionais, garantindo qualidade de vida e trabalho.”, comenta a professora.
“É muito gratificante ver que o projeto foi reconhecido e validado pela sociedade, principalmente porque vai ser aplicação do conhecimento na Universidade transformado em um produto, fazendo o movimento de translação da ciência, que é da ideia ao produto. No final das contas o prêmio é dos brasileiros.”, comemora Carneiro.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil constituiu em 1998 o Fundo Nacional de Solidariedade (FNS), que dedica seu recurso integralmente à aplicação em oferta de ações de Assistência social para pessoas em situação de risco e vulnerabilidade, portanto, foi o financiador do projeto na etapa in vitro.
“No ano em que se deu apoio ao Projeto Vesta, num cenário pandêmico da COVID-19, não havia ainda esse alcance com relação às máscaras inativantes, mas sim no financiamento das máscaras comuns, essa ação foi uma novidade apesar de neste ano termos financiado a aquisição de itens de higiene sanitária e para aquisição de oxigênio, em especial na região de Manaus. Sendo então uma experiência inovadora e motivante para que novos eixos dentro da estrutura do Fundo Nacional de Solidariedade pudessem ser pensados para futuras campanhas.”, explica Franklin Ribeiro Queiroz, Coordenador de projetos do FNS/CNBB.
Dedicada a execução das etapas do projeto, a Finatec trabalha de forma transversal para atender os pesquisadores. “Foi muito bom trabalhar com a Finatec, os caminhos são úteis! Nos dão o suporte necessário, principalmente na parte financeira: comprovação de notas fiscais e planejamento de recursos. Tudo que precisei tive o apoio da Finatec.”, comenta Marcella Carneiro.
O financiador também recebe esse atendimento: “Foi uma experiência inovadora e motivante. Um campo que nos abriu um horizonte e lançou um desafio importante, as situações inesperadas como uma pandemia tem muito a nos ensinar, nos desfiam!”, exclama Franklin.
“A Vesta abriu outros olhares para a pesquisa, espero que outros professores da Universidade de Brasília se sintam motivados a patentear suas tecnologias, a depositar seus inventos é nisso que resulta: 3 prêmios!”, finaliza a professora Suélia Rodrigues.
Fonte: Secom UnB