Fazer escolhas para vida costuma ser desafiador, quando se trata de carreira pode ser ainda mais difícil, mesmo sabendo que as diversas áreas de mercado tem vertentes e podem ser descobertas ao longo dos anos. Os colégios de ensino médio tem o desafio de incentivar os alunos a descobrirem as possibilidades de carreira e incentivar a fazer escolhas mais assertivas.
Atividades de jornada acadêmica podem oferecer aos estudantes a oportunidade de conhecer diferentes áreas de estudo, profissões e carreiras. Isso ajuda os alunos a explorarem seus interesses, habilidades e aspirações, permitindo uma melhor orientação vocacional, além de despertar a curiosidade e o interesse por diferentes áreas do conhecimento.
Na última sexta-feira, 23, o professor Augusto Brasil recebeu os alunos do Galois Gold, um programa inovador para estudantes do Ensino Médio que desejam ingressar em uma universidade renomada. Com acesso exclusivo a provas, simulados, redações e testes em grupo, os participantes têm a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos e se preparar para o desafio do vestibular.
Professor Augusto Brasil, diretor presidente da Finatec
Na ocasião, os alunos participaram da palestra “Ética dos Algoritmos e a Atuação das Engenharias na Róbotica”, além de conhecer o Laboratório de Automação e Robótica – LARA. Essa experiência proporciona uma visão mais realista da vida acadêmica, dos recursos disponíveis e das atividades desenvolvidas em um ambiente universitário.
A sócia-fundadora do colégio Galois, Dulcineia Marques, explica o objetivo do programa: “não é só transpor essa barreira dos vestibulares, mas também começar a conhecer a realidade Universitária e a carreira que eles estão cogitando, para que sejam assertivos na escolha profissional”.
A geração desses jovens não enfrentam mais a evolução da tecnologia, mas sim o desafio de viver num mundo totalmente digitalizado, sem esquecer de praticar os princípios básicos da vida em sociedade: a ética. “Os temas aqui não são só de tecnologia, não são apenas de inteligência artificial, vocês vão viver cotidianamente a digitalização e a inteligência artificial, mas é fundamental que o sistema de ensino seja prospectivos para desenvolver habilidades humanas e ética, para a geração de vocês chegar lá na frente e conseguir viver a inteligência artificial, mas também viver de maneira realmente humana.” comenta, o professor Augusto, diretor presidente da Finatec.
Professora Cláudia Ucchoa
A professora Cláudia Ucchoa apresentou os projetos do LARA, que se debruçam nos temas: robótica aérea, móvel, cirúrgica, reabilitação e humanóide, com atividades de pesquisa básica e aplicada.
Dulcineia Morais
“O professor Augusto trouxe essa questão de ética no algoritmo porque a tecnologia está a todo vapor, mas a gente tem uma parte humana que não podemos deixar de cuidar. E é importante eles ouvirem isso aqui porque no ambiente escolar nem sempre conseguimos trabalhar a ética e a moral no ambiente tecnológico por causa da quantidade de conteúdo que se tem que oferecer para os vestibulares. Estou muito feliz em mostrar para eles que nós temos que trabalhar ética é uma moral, porque eu sou apaixonada por valores!”, finaliza Dulcineia Morais.
O Prêmio Tesouro Nacional foi instituído em 1996, como parte das comemorações do 10º aniversário da Secretaria do Tesouro Nacional. Ele tem por objetivo expandir as fronteiras do conhecimento em finanças públicas, promovendo a normalização de temas específicos quando tratados consistentemente pela pesquisa científica.
Em sua 28ª edição ininterrupta, o Prêmio Tesouro Nacional se consolida como referência não só pela quantidade e qualidade dos trabalhos apresentados, mas também pelo impacto e repercussão provocados na Administração Pública, no meio universitário e na área de finanças públicas em geral.
O concurso é promovido e realizado pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), tendo a Fundação Getúlio Vargas (FGV/RJ) como patrocinadora e o apoio institucional do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento e da Escola Nacional de Administração Pública (Enap).
O 28° Prêmio Tesouro Nacional 2023 premiará as melhores submissões nas categorias “Artigos” e “Soluções em Gestão Fiscal”.
Categoria “Artigos”
A categoria “Artigos” tem como objetivo estimular a produção científica na área de Finanças Públicas, com base nos temas propostos.
Os autores dos três melhores trabalhos serão premiados com a quantia de R$ 25.000,00, R$ 12.500,00 e R$ 7.500,00, respectivamente. Os vencedores e as menções honrosas, se houver, também receberão certificado de participação e terão seus trabalhos publicados em edição especial da Revista Cadernos de Finanças Públicas, do Tesouro Nacional.
Nesta categoria podem participar apenas pessoas físicas. Por exemplo, servidores públicos, professores, estudantes, profissionais liberais e pesquisadores da área. Qualquer cidadão com idade mínima de 18 anos, de qualquer nacionalidade e formação acadêmica (no último ano de graduação ou já graduado), pode concorrer com trabalhos individuais ou coletivos.
A mudança da categoria “Monografias” que passa a ser “Artigos”, teve como objetivo flexibilizar e ampliar o conjunto de submissões para o Prêmio Tesouro, estimulando a participação de profissionais de finanças públicas.
Categoria “Soluções em Gestão Fiscal”
A nova categoria “Soluções em Gestão Fiscal” tem como objetivo identificar, reconhecer e valorizar soluções em gestão fiscal bem-sucedidas, aplicadas em governos, privilegiando impacto, inovação e tecnologia.
Os autores das três melhores soluções em gestão fiscal serão premiados com a quantia de R$ 6.000,00,R$ 4.000,00 e R$ 2.000,00 respectivamente. Os vencedores e as menções honrosas, se houver, também receberão certificado de participação e terão seus trabalhos publicados.
Nesta categoria pode participar qualquer pessoa física representante de pessoa jurídica de direito público que planeje e/ou execute orçamento próprio ou de ente federado. Todos podem concorrer ao desafio e propor soluções dentro de suas áreas de atuação, sendo permitida a inscrição individual ou em grupo.
Regulamento
O regulamento e as informações completas sobre o 28° Prêmio Tesouro Nacional encontram-se disponíveis no link abaixo.
As inscrições para o CocreationLab DF estão abertas. O maior programa de pré incubação do país é uma iniciativa da Fundação de Apoio à Pesquisa (FAP-DF), com apoio da Finatec, UnB, IFB e Sebrae DF e utiliza a metodologia TXM (Think, Experience, Manage) para ajudar a tirar ideia do papel e transformá-las em negócios, por meio de mentorias, workshops, palestras e outras atividades, tudo gratuito. As inscrições podem ser feitas pelo inscrever.txm.business.
O programa é para qualquer pessoa que queira tirar do papel suas ideias e começar a empreender. É necessário preencher o formulário e informar qual é a sua ideia. Todos os participantes passarão por uma seleção, que irá escolher as 75 com maior potencial para se transformarem em negócios. O programa já ajudou a formar 114 empresas de economia criativa no DF.
As atividades são divididas em cinco polos: Campus Samambaia/IFB; Faculdade Gama da Universidade de Brasília (FGA/UnB); Universidade de Brasília Edifício CDT/UnB; Instituto Federal de Brasília – Campus São Sebastião e Parque Tecnológico de Brasília – BIOTIC. Marileusa Chiarello, Diretora do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da UnB.
A Pró-Reitoria de Extensão e Cultura do IFB (PREX/IFB) lan ça edital do Programa IFB Mais Empreendedor em parceria com a Fundação de Empreendedorismos Científicos e Tecnológicos (Finatec).Serão selecionados até 10 propostas de ações de extensão para serem desenvolvidas no âmbito do Programa IFB Mais Empreendedor com apoio financeiro institucional.
A proposta é atender entre cinco e dez microempreendedores individuais (MEI) ou pequenos empreendedores (MPE), cada projeto, através de ações de desenvolvimento do negócio e suporte técnico-operacional que visem o aprimoramento das atividades empresariais de cada MEI e MPE selecionado. Cada proposta terá um coordenador de projeto (bolsista) e até 4 estudantes (bolsistas) por até seis meses para apoio na criação, planejamento e execução da ação. As ações poderão ser executadas até 12/2023.
Submissão de projetos de 10 a 15 de junho de 2023.
A Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos – Finatec e a Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento – Aesbe assinaram, em 18.05.2023, Termo de Parceria para trazer benefícios nos cursos ofertados pela Fundação aos colaboradores das empresas associadas à Aesbe. A primeira ação proveniente do acordo é o desconto referente a 25% de desconto na inscrição do curso “Conceitos básicos e aplicações da métrica Technology Readiness Level (TRL) em programas de PD&I”, que será promovido pela Finatec de 12 a 15 de junho de 2023.
O curso de TRL é destinado aos colaboradores envolvidos em qualquer atividade relacionada ao desenvolvimento tecnológico e inovação, e tem como objetivo apresentar a métrica NASA-TRL para profissionais do saneamento, focando na estruturação e avaliação de projetos inovadores. A metodologia do curso consiste em aulas expositivas e tarefas. Será ministrado das 9h às 12h, de 12 a 15 de junho, por meio de aulas virtuais, síncronas via plataforma Zoom, com um total de 11h de carga horária.
Nos dias 25 a 27 de maio, Brasília sediou pela primeira vez uma MiniDebConf. O evento reuniu na Finatec a comunidade brasileira do Projeto Debian para palestras celebrando o maior projeto de Software Livre no mundo.
O Projeto Debian é uma associação de indivíduos que têm como causa comum criar um sistema operacional livre: conjunto de programas básicos e utilitários que fazem seu computador funcionar. No núcleo do sistema operacional está o kernel. O kernel é o programa mais fundamental no computador e faz todas as operações mais básicas, permitindo que você execute outros programas.
Carlos Henrique Lima Melara
Nas atividades do dia a dia os usuários buscam aplicativos que ajudam a realizar suas tarefas, desde editar um documento até a administração de um negócio, muitas vezes o sistema operacional é um detalhe para aqueles que não dominam o tema. O Debian vem com mais de 59.000 softwares pré-compilados e empacotados em um formato amigável, o que faz com que sejam de fácil instalação em sua máquina, um gerenciador de pacotes (APT) e outros utilitários que tornam possível gerenciar milhares de pacotes em milhares de computadores de maneira tão fácil quanto instalar um único aplicativo. Todos são livres.
Davi Antônio e Bruno Ribas
Funciona como uma torre: na base está o kernel. Sobre ele estão todas as ferramentas básicas. Acima delas estão todos os outros softwares que você executa em seu computador. No topo da torre está o Debian — cuidadosamente organizando e ajustando o restante de modo que tudo funcione em conjunto.
Um dos organizadores do evento, Lucas Kanashiro, comenta a importância desses encontros da comunidade: “A ideia de promover esse projeto é fomentar o tema de Software Livre como um todo. Então a liberdade do usuário de poder executar compartilhar e distribuir, soltar a maneira que quiser, em contrapartida software privativo, onde os usuários não tem essa liberdade. Então aqui na MiniDebConf Brasília a gente tá tentando fortalecer essa comunidade aqui em Brasília, aos poucos estamos conseguindo atrair pessoas novas, estudantes e profissionais da área.”, comenta o desenvolvedor oficial do Debian.
Lucas Kanashiro
Assim como esse projeto mundial, a Finatec também busca criar conexões e estabelecer ambientes propícios para o crescimento de comunidades de desenvolvedores de tecnologias. “ Tivemos a oportunidade de realizar o evento aqui na Finatec através da professora Carla Rocha, que também compartilha vários valores que a gente tá buscando aqui no no evento. O espaço aqui é bem amplo, arejado, os funcionários são muito prestativos, todos os imprevistos que a gente encontrou e foram solucionados de certa forma de maneira muito tranquila. Espaço excelente, gostamos bastante do auditório e do anfiteatro, além do prédio ser bem localizados, até pelo fato de ser próximo aqui ao centro do de Brasília, onde pessoal que vem era de os estados estão hospedados bem perto, então aqui ficou um lugar bem estratégico.”, exclama Kanashiro.
Painel aborda os resultados de pesquisa aplicada no processo de transição do governo federal
Doutores da Universidade de Brasília (UnB) apresentaram os resultados de uma pesquisa recente que trata da “metodologia de check-up de prontidão cibernética, para mensuração do grau de exposição aos riscos das instituições”. A prontidão cibernética é uma estratégia de defesa contra as ameaças cibernéticas, tão comuns atualmente.
Durante o processo de transição do governo federal, um inovador instrumento de Governança de Riscos foi utilizado, e um laudo técnico avaliou as vulnerabilidades e os riscos cibernéticos de algumas das principais instituições no Poder Executivo Federal.
Professor Rildo Ribeiro dos Santos
Seis meses após esse trabalho, pesquisadores da UnB analisam a metodologia aplicada, os resultados agregados obtidos, bem como os benefícios trazidos pelos mecanismos de prontidão cibernética, a resistência das organizações e a proteção de dados de governos e dos cidadãos.
Painel
No último dia 23, a Finatec promoveu o painel “Risco cibernético, um diagnóstico do Poder Executivo na transição”. O evento é uma iniciativa do Centro de Serviços de Prevenção de Incidentes Cibernéticos (Ciberlab), fruto de uma parceria entre a Finatec e Aware, com participação da Universidade de Brasília, através do Grupo de Pesquisa CIGOD-UnB, Ciência, Governança de Dados e Cibersegurança, registrado no CNPq.
O evento trouxe como painelistas, o doutor em Ciência da Informação pela UnB nos campos de Proteção da Informação Digital, professor Eduardo Wallier Vianna; o doutor em Física Computacional pelo IFSC/USP nos campos de banco de dados, data mining e IA e o professor Rildo Ribeiro dos Santos. Eles realizaram um estudo de caso real que teve como alvo as superfícies expostas de ataque de instituições federais.
Professor Eduardo Wallier Vianna e Professor Rildo Ribeiro dos Santos
Durante o painel foi possível conhecer os componentes-chave desta metodologia, com seus aspectos técnicos e gerenciais, e também reflexões sobre o alcance e o valor agregado desse moderno instrumento de governança.
O surgimento dos hubs tem sido cada vez mais frequente, um modelo de grupo que facilita a discussão de temas relevantes. “Gostaria de manifestar a minha alegria e prazer por conseguirmos fazer essa sequência de eventos que fazem parte da construção de um hub de prontidão cibernética. O primeiro evento foi justamente para divulgar e lançar a ideia e agora estamos aqui criando conexões, com o um hub promovido pela Finatec, estamos conquistando a academia e a sociedade, isso me deixa muito feliz!”, celebra o professor Augusto Brasil, diretor presidente da Finatec.
Humberto Ribeiro, representante da Aware e Professor Augusto Brasil, diretor presidente da Finatec
Painel reuniu autoridades para discutir os cases da capital portuguesa e o histórico avanço do Distrito Federal
O surgimento de grandes centros urbanos veio numa crescente desordenada com o surgimento de polos industriais, conglomerados comerciais, residências mais próximas ao centro e circuitos culturais. Apesar de todos esses fatores refletirem crescimento para as cidades, a mobilidade urbana nem sempre acompanha esse fluxo de mudanças.
O planejamento das cidades precisa refletir o senso de movimento que ela precisa ter: como a população vai se locomover? A estrutura de transporte (vias e transporte público) promovem bem-estar para quem usa os espaços públicos? O processo de mobilidade urbana está diretamente ligado à urbanização das cidades, que apresentam suas necessidades depois de anos estruturadas.
Brasília, por exemplo, foi projetada com o conceito de utilitarismo, pensando no bem do maior número de pessoas. Ao longo da construção foram definidos os espaços para moradia, trabalho e lazer. A princípio era pra ser funcional e completamente planejada.
Em abril, a Finatec abriu a série de eventos do Hub de Mobilidade Urbana, evento proposto pelo diretor presidente Augusto Brasil. “A missão desta como Fundação de Apoio, é não só apoiar os projetos da Universidade de Brasília, a sua principal apoiada, mas também das outras que nós somos credenciados, o Instituto Federal, por exemplo, o IBICT, e a EBSERH. Dentro desse contexto a fundação então de um tempo pra cá, sob minha gestão na Fundação, nós começamos a formatar hubs de áreas do conhecimento.” comenta o professor.
Professor Augusto Brasil, diretor presidente da Finatec
A professora de Engenharia Civil da Faculdade de Tecnologia da UnB, Fabiana Serra foi a mediadora da conversa. “Esse evento de mobilidade urbana tem como objetivo trazermos discussões que são relevantes para a sociedade e como de fato a universidade pode contribuir na busca de soluções para os problemas identificados. Por exemplo, o transporte público é um assunto que a gente precisa discutir mais e mais, porque nós temos que pensar na qualidade do serviço que é prestado para o usuário, temos que entender melhor o sistema de governança do sistema de transporte, como está a gestão do sistema de transporte, né?” , indaga a professora.
Professora Fabiana Serra, UnB
“Nós precisamos avançar e para justamente tentar avançar com esse hub, eu convidei essas pessoas, que são pessoas que eu acho que são estratégicas para falar sobre o assunto e falar sobre práticas de nós evoluirmos nisso – do ponto de vista energético, do ponto de vista das emissões de gases de efeito estufa e também das opções tecnológicas e de investimento, por exemplo do Ministério Investimento Científico, para desenvolver o equipamento de mobilidade e a mobilidade como um todo.”, explica Brasil.
Brasília, a capital dos carros?
Segundo dados da Codeplan, Brasília é uma cidade com 3 milhões de habitantes, com uma frota de ônibus de quase 3 mil veículos, 600 mil usuários por dia no sistema de transporte público por ônibus, mais 170 mil no metrô. 36% da população que se movimenta em Brasília usa o transporte público, então é um percentual relativamente alto.
O ex-secretário de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal (SEMOB), Valter Casimiro, esteve presente no evento e explicou a matemática dos veículos da Capital: “Nós temos 3 milhões de habitantes, a cada três, dois têm um veículo. E aí é o que reflete o nosso fluxo. O Augusto falou assim: “fiquei preso hoje no engarrafamento aqui tentando vir para cá”, é por conta disso: 2 milhões de veículos na nossa cidade. Aqui no Distrito Federal temos cidades dormitório, nem todo mundo se desloca aqui para Brasília em grandes distâncias, então a gente tem uma malha cicloviária relativamente grande, a gente só perde aqui no Brasil para São Paulo, temos a segunda maior malha (637 km), mas a gente vai discursar um pouco aqui que ainda precisa evoluir muito.”, comenta Casimiro.
Valter Casimiro, ex-secretário de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal, agora representante do Departamento de Infraestrutura de Transportes (DNIT)
Mesmo tendo os meios de transporte mais comuns já implementados, a capital ainda precisa avançar muito para estar entre as principais cidades inteligentes em mobilidade urbana. A SEMOB focou no desenvolvimento do sistema de bilhetagem. “Existia uma autarquia que fazia isso e identificamos que o melhor, vamos dizer assim, “operador de tarifa” para colocar crédito no cartão é o banco. Banco faz isso muito bem, todo mundo tem aqui uma conta bancária e tem seu crédito no cartão, e quando a gente identificou que a autarquia que fazia esse serviço tinha muitos problemas de interligação de sistema, optamos por chamar o Banco de Brasília, que é um banco que fomenta o desenvolvimento para o Distrito Federal, desde então a gente diminui 99% dos problemas que nós tínhamos com bilhetagem.” comenta Valter Casimiro.
Débito, Crédito ou PIX?
A SEMOB anunciou a novidade prevista na Portaria 118/2023, a previsão é de que os novos equipamentos aceitem os meios de pagamento digital. “Vamos começar a usar o cartão bandeirado em toda a nossa rede. Hoje nós usamos no metrô porque nós temos estações que são fixas, a gente tá mudando todo o sistema para um sistema online, hoje no nosso sistema é offline, e com isso a gente vai conseguir ampliar o uso do meio eletrônico para poder pagar. Para vocês terem ideia, hoje a gente ainda tem 30% do pessoal pagando em dinheiro no sistema, que é um volume muito alto e aumenta o custo para o sistema, porque você tem toda essa movimentação de dinheiro que aumenta muito custo.”, explica Valter Casimiro.
O novo sistema é para facilitar o pagamento por parte dos usuários e reduzir a circulação de dinheiro nos veículos. Além de diversificar as formas de pagamento de tarifas, o novo modelo vai contribuir para aumentar a segurança nos ônibus. Os usuários dos coletivos deverão ficar atentos na hora de escolher a forma de pagamento. O uso do cartão bancário não permite os transbordos sem a cobrança de nova tarifa.
As vantagens do novo sistema se relacionam com a facilidade do usuário na hora de sair de casa. “A bilhetagem online vai permitir que você use o cartão de débito e de crédito no sistema da roleta do ônibus e vai permitir a alimentação do cartão mobilidade com o cartão de débito ou PIX. Isso vai ser alimentado de forma online, então vai possibilitar que você recarregue seu cartão com o celular sem precisar ir para um sistema de bilheteria do BRB, que gera fila ou você paga por boleto, que demora 48 horas para poder fazer a alimentação do cartão. Isso vai fazer de forma automática, então acredito que em aproximadamente seis meses todo o sistema já esteja funcionando desse jeito para poder facilitar a vida do usuário do transporte coletivo”, explica o ex-secretário de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal (SEMOB), agora representante do Departamento de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Lisboa: cidade inteligente
Portugal tem cerca de 10 milhões de habitantes distribuídos por 308 concelhos (distritos), um deles é o de Lisboa, que tem duas áreas metropolitanas: uma no Porto e uma em Lisboa. A de Lisboa tem 18 municípios. Na capital portuguesa também existe um grande desafio: o transporte individual. Segundo o professor Tiago Farias, do Instituto Superior técnico, escola de engenharia, “no país, 60% da população usa transporte individual, sendo 46% só na cidade de Lisboa. Ou seja, há um peso muito forte no transporte individual.”
Para viver essa mudança, os gestores de mobilidade urbana precisaram pensar em estratégias para potencializar o transporte público. Foram implementados um novo modelo de governança, reforçar e requalificar a oferta, implementar novas tarifas, expansão da rede metropolitana de Lisboa, urbanismo tático, conectividade.
“Nos últimos 10 anos eu diria muito por causa da revolução das tecnologias digitais e da revolução dos sistemas de proporção elétrica, o mundo viu nascer novos players que têm ocupado de uma forma dinâmica há uma velocidade para que isto são tudo muitos deles são empresas com carisma exponencial, são células que rapidamente colocam num terreno nos seus produtos. Portanto, às vezes é uma dificuldade ainda maior para quem gere a cidade, para quem gere o espaço público, de conseguir regular e definir exatamente o que pretende quando os produtos surgem e equipamentos mais depressa, não é?”, comenta o professor Tiago Farias.
Professor Tiago Farias, do Instituto Superior técnico, escola de engenharia
“Eu vi o professor Tiago falando de toda essa questão da modelagem, os três pilares para poder ter uma mobilidade mais eficiente, principalmente na questão do transporte público, e nós elencamos algumas questões que entendemos como prioritário aqui em Brasília para poder melhorar a questão do transporte público. O PDTU aqui do Distrito Federal já prevê algumas características que foram colocadas no transporte de Lisboa. Então nós temos aqui o operador como o Distrito Federal, como o órgão regulador do sistema, que define as linhas, os traçados, a forma que tem que ser atendido os horários e o operador contratado ele simplesmente executa aquilo que o operador do sistema, o órgão gestor, determina. Então a ampliação de oferta, horários, o traçado que a linha vai passar, tudo é o Distrito Federal que determina.”, comenta Valter Casimiro.
O evento aconteceu na Finatec e reuniu atores da sociedade civil e acadêmica. A professora Fabiana Serra explica a importância de debates como esse. “Acho que aqui é o lugar, a Finatec, para a gente trazer as discussões, né? Então, assim, o professor Augusto é um parceiro já de alguns anos, eu fiquei muito feliz com essa iniciativa dele e eu realmente espero e tenho certeza que nós vamos fazer outros eventos como esse. Então é importante que a gente faça essas rodas de debate justamente para que venham ideias, experiências, para que a gente possa se basear e trazer soluções aqui para o Distrito Federal, né? Sempre com foco na sociedade. Como é que nós podemos melhorar o deslocamento da população aqui do DF?”
Em seu primeiro ano de viagem espacial, a missão AlfaCrux passou a fazer parte do dia a dia acadêmico de professores e alunos da UnB com dados na área de telecomunicações
Em 1º de abril de 2022, o primeiro nanossatélite do Distrito Federal foi lançado para a órbita da Terra. Com apenas 10 centímetros de aresta e cerca de 1kg, o AlfaCrux ganhou o espaço para analisar e propor soluções na área das telecomunicações. O cubo fica a 500 km de altitude e dá em torno de 15 voltas no planeta por dia, captando informações e as armazenando no próprio satélite para retransmissão.
Desenvolvido com recursos da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), que investiu R$ 2,2 milhões, o projeto completou um ano do lançamento com resultados animadores que são acompanhados na estação de comando e controle por uma equipe composta por professores, técnicos e estudantes da Universidade de Brasília (UnB) das áreas de engenharia e correlatas. Ao todo, participam cerca de 17 pessoas, sendo sete da equipe fixa.
“Essa é uma missão que tem como foco a análise, investigação, avaliação de soluções de telecomunicações, desde os aspectos operacionais até a aplicação no usuário final. É um trabalho que contribui para a melhoria da formação, olhando pela perspectiva da universidade”, explica o coordenador da Missão AlfaCrux e professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Faculdade de Tecnologia da UnB, Renato Alves Borges.
O projeto completou um ano do lançamento com resultados que são acompanhados na estação de comando e controle | Foto: Divulgação/Lodestar UnB
Primeiros resultados
Neste primeiro ano do projeto espacial, o principal legado foi a inserção da operação espacial no dia a dia acadêmico e o início do estudo de caso sobre a missão. “O que considero um dos grandes aprendizados são as competências que estão sendo geradas e produzidas no que diz respeito a operar e conduzir um satélite. Estar à frente de uma missão espacial nessa fase de operação é relevante para o desenvolvimento do país”, revela o engenheiro eletricista e membro sênior do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE).
O projeto ajudará a validar tecnologias que possam gerar soluções para situações que o setor produtivo enfrenta diariamente. “Podemos fazer o monitoramento de ativos estratégicos e coletar informações para entender um pouco melhor o ciclo do carbono em diferentes biomas. Do espaço conseguimos olhar características que não conseguiria perceber da superfície da Terra. Também conseguimos levar comunicação para uma área remota sem comunicação em solo”, revela.
A Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal incentivou financeiramente a missão desde a fase zero até o lançamento feito nos Estados Unidos pela empresa SpaceX. “A FAPDF fomentou todo o material necessário para construir a infraestrutura. A execução está dentro da Universidade de Brasília com apoio da Finatec. É um empenho de todos e uma mudança de realidade para o DF, coloca Brasília dentro desse circuito e como protagonista no contexto de soluções e serviços espaciais”, define Renato Alves Borges. O projeto conta também com o apoio da Agência Espacial Brasileira e da Agência Nacional de Telecomunicações.
Para o presidente da FAPDF, Marco Antônio Costa Júnior, o projeto representa uma grande conquista para a ciência do Brasil. “FAPDF se orgulha de ter fomentado essa iniciativa inovadora. Ela representa a produção de tecnologia de alta performance no DF e, além disso, pudemos proporcionar aos pesquisadores e alunos da UnB uma experiência prática incrível desde a produção e construção do satélite e, após posto em órbita, a operação, a coleta e a análise dos dados recebidos”, comenta.
Futuro
Com expectativa para permanecer mais alguns anos em órbita, o nanossatélite ainda vai gerar muitos novos resultados. A coordenação da Missão AlfaCrux já desenha um novo projeto que possa contar com uma constelação de satélites.
“Esses outros satélites vão naturalmente trazer as lições aprendidas neste primeiro ano, com adequações em aspectos técnicos da comunicação e faixa de operação que permitam ampliar o escopo da produção”, diz o coordenador.
O próximo passo é também abrir diálogo com a iniciativa privada e a sociedade civil. “Estamos conversando com setores interessados em discutir problemas específicos e soluções que passam por implementação de sistemas espaciais”, acrescenta Renato Alves Borges.
Fonte: Adriana Izel, da Agência Brasília | Edição: Claudio Fernandes