Vantagens e desafios do hidrogênio verdeSeminário Hidrogênio Renovável reúne comunidade acadêmica, setor produtivo e governo para debater caminhos para a produção em larga escala
O hidrogênio renovável é uma das inovações capazes de sustentar o crescimento da demanda por eletricidade. Existem várias vantagens associadas ao uso de hidrogênio. Em primeiro lugar, é uma fonte de energia limpa, pois a sua utilização não liberta dióxido de carbono (CO2) ou outros gases poluentes.
O tema foi tratado durante o Seminário Hidrogênio Renovável, promovido pela Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) e a Universidade de Brasília (UnB). Apesar das vantagens, existem alguns desafios para a adoção em larga escala. Um deles é o custo de produção, relativamente alto quando comparado aos combustíveis fósseis. Além disso, ainda é necessário avançar em tecnologias de armazenamento e conversão para maximizar a eficiência do hidrogênio.
“Esse seminário reflete o ponto atual da Finatec, que vem propondo várias ações como essa e cumpriundo a nossa função que é não só conectar o conhecimento da universidade e disseminá-lo para a sociedade, empresas e comunidade em geral, mas também ser um catalisador e um potencializador desse conhecimento para todo mundo. Então a fundação está cumprindo esse papel.”, comenta o professor Augusto Brasil, diretor presidente da Finatec.
Entre os impactos do hidrogênio renovável visualizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), estão a redução das emissões de gases de efeito estufa, a flexibilidade operativa da rede elétrica, considerando que o hidrogênio pode ser armazenado e transportado com relativa facilidade, e a abertura de oportunidades de negócios, com criação de empregos e a possibilidade de agregação de valor para diversos produtos da indústria nacional.
O diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Hélvio Neves Guerra, explica como a implementação madura de fontes renováveis no país reflete nos dias de hoje: “A matriz elétrica do Brasil mais recentemente está crescendo com a implantação das eólicas, fotovoltaicas. Hoje, na nossa matriz elétrica, mais de 85% é composta por fontes renováveis. Isso é possivelmente a matriz mais limpa do mundo se não for a mais limpa está junto com alguns outros poucos países em relação a renovabilidade e a sustentabilidade da matriz elétrica.”
Duas décadas
Apesar de o hidrogênio estar muito em voga no momento, as discussões a nível federal no Brasil acontecem há mais de 20 anos. “Em 2020 o Ministério do Meio Ambiente em conjunto Empresa de Pesquisa Energética publicaram o Plano Nacional de expansão de energia do DNA 2050 e nele foi a primeira vez que o hidrogênio entrou como uma tecnologia disruptiva no plano para 30 anos de expansão de energia”, relata a Patrícia Naccache, diretora Substituta do Departamento de Transição Energética do Ministério das Minas e Energia (MME).
O vice-diretor da Faculdade de Tecnologia da Unb, professor Paulo Gomes, avalia que a discussão sobre essa fonte de energia é extremamente relevante. “Eu trabalho com resíduos sólidos e todo mundo pergunta sobre hidrogênio verde. É incrível como esse assunto hoje em dia é de grande interesse, surge nos assuntos técnicos e científicos. É um tema que tenho muito mais dúvidas do que respostas e espero aprender um pouquinho nesse caminho que nós vamos começar a traçar,” afirma Gomes.
Para o professor Ivan Camargo, do Departamento de Engenharia Elétrica da UnB, a iniciativa da Finatec, de chamar parceiros para o Seminário Hidrogênio Renovável, e a Aneel lançar uma Chamada pública para receber propostas de desenvolvimento do Hidrogênio Verde no país mostra que estamos engatinhando nesse processo e caminhando na direção correta. “A Finatec que está fazendo um papel muito importante para a gente na universitário de Brasília, que é conseguir congregar todos eles nessa discussão para a gente apresentar projetos e trazer dinheiro para pesquisa para a universidade.” comenta o professor Ivan Camargo de engenharia elétrica da UnB.
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