EnAJUS 2019 na Finatec: Confira como foi a edição deste ano e descubra onde ocorrerão as próximas edições do evento

A segunda edição do EnAJUS – Encontro de Administração da Justiça aconteceu nos dias 4 a 6 de agosto na Finatec, em Brasília e abordou o tema Desafios da Administração da Justiça no Século XXI. Trata-se de um encontro que busca reunir pesquisadores, professores, alunos de graduação e pós-graduação em diversas áreas de conhecimento, em especial do Direito e da Administração. Além disso, também reúne operadores do Direito, como advogados, juízes, promotores, membros do ministério público em geral, da defensoria pública, enfim uma comunidade muito grande que se preocupa em entender a administração da justiça.

O evento é iniciativa do grupo de pesquisa de Administração da Justiça (AJUS) para produzir conhecimento sobre a Administração da Justiça. O EnAJUS é promovido em conjunto pela Universidade de Brasília (UnB), pelo Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas Sociais (IBEPES) e pelo Centro de Administração e Políticas Públicas (CAPP) e procura com apoio de pesquisa científica e de experiências práticas, discutir alternativas para uma administração da justiça alinhada com os desafios atuais.

“É um tema muito pouco estudado no Brasil, especialmente com a lente da Administração pública, e o EnAJUS se insere num esforço maior de entender o tema, produzir e disseminar conhecimento a respeito, além de organizar uma comunidade de professores pesquisadores interessados no tema no Brasil ” – revela o professor do comitê organizador e associado da Universidade de Brasília, Tomás de Aquino Guimarães.

O EnAJUS 2019 é um espaço de diálogo entre aqueles que participam. Essa edição, por exemplo, contou com quatorze sessões de apresentações de trabalhos cientifico em três modalidades: trabalhos teóricos empíricos, trabalhos na modalidade de ensaios teóricos e artigos técnicos com relatos de experiências e introduções de inovações, alterações em modelo de gestão na justiça. Além disso, aconteceram quatro painéis temáticos explorando assuntos contemporâneos e muito importantes para o sistema de justiça, como o papel dos tribunais constitucionais, as tecnologias e seus impactos no funcionamento da justiça, os discursos judiciais e políticas de justiça e, finalmente, o quarto painel que abordou sobre segurança pública.

Satisfeito com os resultados da segunda edição, o professor Tomás de Aquino, já revela as cidades das próximas edições do evento. “Sem falsa modéstia eu diria que o EnAJUS 2019 foi um sucesso e nós esperamos repetir esse sucesso nos próximos anos. Já estamos com a programação para o ENAJUS 2020 em Curitiba-PR e o EnAJUS 2021 em Lisboa- Portugal”.

2ª Jornada Internacional de Linguística Aplicada Crítica (JILAC) aconteceu na Finatec

A 2ª Jornada Internacional de Linguística Aplicada Crítica (JILAC) aconteceu nos dias 23 a 25 de julho na Finatec como uma iniciativa acadêmico-científico do Grupo de Estudos Críticos e Avançados em Linguagem (GECAL/CNPq/UnB).

Kleber Aparecido da Silva, professor associado da UNB, do departamento de linguística, língua portuguesa e letras clássicas , do programa de pós-graduação em linguística, disse estar satisfeito com mais uma edição do evento “Eu estou muito feliz com a realização desse evento em parceria com a Finatec, que é nossa parceira desde 2013 em eventos acadêmicos científicos. Essa edição da JILAC teve como tema justamente as Perspectivas Decoloniais da Linguística Aplicada Crítica” , destacou o professor sobre tema desse ano.

No cenário da educação nacional a JILAC visa reiterar a natureza da Linguística Aplicada Crítica pelo compromisso que assume com os sujeitos e suas reais necessidades, em vez de altear ou perpetuar vertentes metodológicas que não traduzem os anseios humanos. A aluna Elisa Campos, graduanda de Letras-Inglês na UEMS (Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul) ressalta que a sua primeira participação no evento foi importante para despertar ainda mais seu interesse pela Linguística “É a minha primeira vez no evento e foi muito importante assistir as palestras, ver pessoas fazendo comunicação científica, já que eu não tinha noção de como era. Apesar de gostar mais de literatura, a linguística é muito importante já que ela leva você à compreensão de muitas coisas que as vezes a literatura não consegue sozinha. Isso vai ser importante até para vida mesmo, já que eu vou conseguir me comunicar melhor, saber como tratar outras pessoas. Tudo está relacionado ao nosso discurso”.

Entre discussões, exposições, comunicações, palestras e minicursos o evento teve um número significativo de alunos e pesquisadores participando das atividades “Contamos com a participação de pesquisadores brasileiros e estrangeiros renomados e mais de 500 participantes de diversas áreas do Brasil. De Norte até o Sul do Brasil, todos os estados estão representados nesse evento. “ – contou o Professor Kleber.

“Estou muito feliz com a iniciativa que nós materializamos aqui na Finatec, justamente porque ela acentua a relevância de eventos dessa envergadura que tratam da linguística aplicada crítica, em relação as minorias e as classes invisibilizadas no contexto brasileiro, envolvendo, sobretudo, questões de raça e gênero. Esperamos em 2021 a realização de outra edição aqui na Finatec. ” – finalizou o professor.

Curso de férias com professor da Pensilvânia é realizado na Academia Finatec

Nos dias 17, 18 e 19 de julho aconteceu, por iniciativa da Academia Finatec, o curso de férias Workshop de Estudos Sonoros com o professor da Universidade da Pensilvânia, o colombiano Jairo Moreno.

O professor que ministra aulas no departamento de Música da universidade, ainda pesquisa a natureza do som, da escuta e do ouvido humano, bem como as relações entre as pessoas e outras formas de vida, animais e espirituais através do sonoro. “Tenho muita experiência como músico e pesquisador da teoria musical europeia. Também trabalho com os sons da música latino-americana e sua ligação com os Estados Unidos”. – revela o professor Moreno.

Os estudos sonoros são um campo muito novo e não possuem uma posição específica na academia norte americana ou europeia. Contudo, há muito tempo é estudada na Antropologia, na História Geral, Literatura, entre outras; assim como artistas que trabalham com som – não necessariamente com música – mas experimentando e pesquisando a ideia de que o som é uma matéria constitutiva para a ordem social e para o conhecimento humano.

De acordo com Moreno, os gregos eram muito atentos para o contexto do som. Platão, por exemplo, entendia o som como uma concepção mais ampla da música, que incluía a palavra, a atuação, a dança e o universo conforme ele imaginava. “Ele achava que isso era vital para a ordem política e social da cidade grega.” – pondera o professor.

Depois de Platão, também é possível citar o matemático Pitágoras que trabalhou muito com o som desenvolvendo argumentos para explicar as relações harmônicas e não harmônicas. Todos esses estudos influenciaram no desenvolvimento da música ocidental, que denominamos de música clássica, mas que também impactou a música da idade média, do renascimento e até na atualidade. “O som tem uma participação importante, é uma figura desses pensamentos, mas nunca tinha sido particularizado. Os estudos sonoros, então, fazem o papel de colocar o som em cena. Esses estudos já começaram a ser praticados aqui no Brasil e na América Latina. Já existe um grupo na USP, uma revista, na Argentina, mas ainda é incipiente. ” – declara o professor.

Segundo Jairo Moreno o curso de férias foi uma oportunidade de introduzir as questões mais fundamentais para aqueles interessados já que é um campo que envolve muitos outros e permite fazer novas conexões com diversas disciplinas a partir da escuta.

Especialista em Cidades Inteligentes realiza Workshop com o apoio da Academia Finatec

Com a intenção de solucionar os problemas da vida urbana utilizando novas tecnologias, o conceito de Cidades Inteligentes tem despertado cada vez mais interesse do governo das grandes metrópoles, sobretudo no Distrito Federal, que visa ser uma das primeiras cidades inteligentes no país.

Assim, no intuito de otimizar os processos de tomada de decisão para melhorar essas cidades, o professor Nuno Pinto, da Universidade de Mancherster, Escola de Ambiente, Educação e Desenvolvimento, do Departamento de Planejamento e Gestão Ambiental, desenvolveu um projeto que tem como objetivo discutir e criar métodos para auxiliar a tomada dessas decisões – “Tenho um projeto sobre governança de áreas metropolitanas e como novas metodologias baseadas em métodos quantitativos podem ser desenvolvidos para criar formas mais robustas para tomar decisões.” – revela o professor.

Atentos ao que há de mais novo nessa área, o Grupo Coimbra de Universidades Brasileiras em parceria com a Academia Finatec, ofereceu no dia 11 de julho no Conf ll da fundação o Workshop: Cidades Inteligentes – Métodos de apoio a decisão, processos e políticas públicas em áreas metropolitanas, com o objetivo de debater temas relevantes ao cotidiano do Distrito Federal e com projeção em áreas metropolitanas em outros países. O workshop foi conduzido por uma metodologia ativa de mapeamento de stakeholders, desafios e oportunidades, tomando como base o contexto do projeto metropolitano realizado em Brasília. Na oficina de métodos de apoio a decisão foram estudados os casos de Manchester/UK, Cidade do Mexico/Mex, Guadalajara/Mex e Barcelona/Esp.

Com o olhar voltado para a realidade da cidade de Brasília, o Professor Nuno Pinto explica o potencial que o local tem para se tornar uma “Cidade Inteligente” e onde essas práticas públicas impactariam de forma positiva – “A ideia é olhar o Distrito Federal e toda a região metropolitana no Brasil. Como DF é a maior região e tem um caso de estudo suficientemente complexo, possui ingredientes que permitem desenvolver esse tipo de metodologia. Isso porque o plano piloto e as cidades do entorno foram construídos do zero, existem instituições e instrumentos que permitem criar ferramentas para melhor governá-lo. O que existe é um desfasamento muito grande entre essas ferramentas e as comunidades que ali vivem, sobretudo, nas cidades mais pobres da região. O objetivo, assim, é desenvolver métodos, utilizando alguns existentes e integrá-los de maneira mais eficiente para que sejam conduzidos pela prática de políticas públicas. ” – revela o professor de Manchester.

FINATEC apoia desenvolvimento de software, criado por pesquisadores da UnB, que estimula o ensino inclusivo da matemática

Em meio as diversas transformações na educação causadas, em sua maioria, pelas novas tecnologias, o ensino inclusivo tem utilizado muitas ferramentas tecnológicas para inovar e desenvolver práticas pedagógicas dentro e fora da sala de aula. Foi a combinação entre tecnologia e o ensino da matemática que resultou no software em construção “Hércules e Jiló no mundo da matemática: concepção e desenvolvimento de um software, de apoio a educação matemática em uma perspectiva inclusiva”. Um projeto da Faculdade de Educação (FE) da Universidade de Brasília (UnB), que tem sido desenvolvido com fomento da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF) e apoio logístico da Finatec.

A história de “Hércules”, uma criança em busca de conhecimento, e seu fiel amigo, o cão “Jiló”, nasce no ano de 2000, quando a professora Amaralina Miranda de Souza, que hoje atua como coordenadora do atual projeto , juntamente com o professor Gilberto Lacerda dos Santos, ambos da Faculdade de Educação, perceberam a necessidade de formular uma proposta que pudesse viabilizar práticas didático-pedagógicas mais inclusivas, dinâmicas e colaborativas, onde o professor enxergasse a capacidade de aprendizado em todas as crianças e a proposta favorecesse todas as formas e estilos de aprendizagem considerando as necessidades e especificidades de cada estudante.

Este primeiro software “Hercules e Jiló”, com fomento da Secretaria de Educação Especial SEESP/MEC, foi concebido e desenvolvido para apoiar intervenções pedagógicas no campo das ciências naturais, abordando conceitos relacionados aos seres vivos. Premiado pelo PAPED (Programa de Apoio à Pesquisa em Educação a Distância) do Ministério da Educação, em 2004, o software, foi o objeto de estudo da Tese de doutorado da professora Amaralina Miranda de Souza, na Faculdade de Educação da Universidad Nacional de Educación a Distância, em Madrid, e posteriormente foi objeto de estudo da tese doutoral da professora Sumeire Brandão, que o aplicou em classes de Integração inversa do Distrito Federal (DF), com alunos do ensino regular.

Desta forma em 2005 o software ganhou uma nova abordagem, tendo como desafio oferecer um recurso lúdico de apoio a aprendizagem, em função das dificuldades que a maioria dos estudantes do ensino básico brasileiro têm em relação a aprendizagem matemática. Os professores pesquisadores Amaralina Miranda de Souza e Gilberto Lacerda integraram ao grupo o professor Cristiano Alberto Muniz, professor pesquisador da aprendizagem matemática, também professor da UnB na FE e, juntos, decidiram que o pequeno Hércules e seu cachorrinho “Jiló” iriam viajar no mundo da matemática e descobririam novos conceitos e abordagens nesse universo.

Em 2016, a propósito do Edital da FAPD F13/2016 Educação Inclusiva e como desejo de retomar a construção, os professores Amaralina Miranda de Souza e Cristiano Alberto Muniz, retomaram o projeto do software e redimensionaram sua estrutura considerando as questões do ensino da matemática voltado para o atendimento às demandas educacionais presentes na diversidade dos alunos na sala de aula, portanto em uma perspectiva inclusiva e obtiveram a aprovação do projeto “Hércules e Jiló no mundo da matemática: Concepção e desenvolvimento de um software de apoio a educação matemática em uma perspectiva inclusiva”. Nele, a estrutura inicial do software, passou por diversas mudanças, e diante dos avanços da tecnologia, o grupo de pesquisadores precisou aprimorar a iniciativa de diversas formas, privilegiando as dimensões lúdicas e pedagógicas para promover a aprendizagem matemática de forma colaborativa e inclusiva.

Assim, a estrutura seguida de 10 jogos para exploração lúdico-pedagógica, integrou 5 (cinco) novos jogos virtuais: o jogo dos Pratinhos, o Jogo Resta Mais, o jogo Monta Buquê, o jogo Passa Passa e 5 (cinco) novos jogos Concretos, também utilizados em abordagens pedagógicas inclusivas, são eles: O Jogo do Dominó, O jogo do Bingo, o jogo do Boliche, o jogo da Memória e o jogo da Vendinha. Hoje, ainda em processo de validação, o programa já foi testado em uma turma de integração inversa da SEE DF e será validado, ainda, junto a turma de alunos com necessidades educacionais específicas por deficiência intelectual, público ao qual estará recomendado.

Depois da análise de todos os resultados obtidos nessas aplicações, serão realizados pela equipe de avaliação, os ajustes necessários, sua conclusão e todo o processo pós-produção. Só então, com todo o processo concluído, o software estará finalizado e pronto para ser reproduzido em Mídia DVD, distribuído nas escolas públicas, classes hospitalares do DF e também disponibilizado na página da Faculdade de Educação da UnB para acesso gratuito. Segundo a coordenadora do projeto, serão produzidas cerca de mil cópias em DVD contendo o software, que poderá ser instalado em laboratórios de informática e salas de aula, sem a necessidade de utilização de internet.

Abordagem interdisciplinar

Embora o objetivo central seja a utilização do software no apoio do professor junto a estudantes que apresentem deficiência intelectual, o programa pode ser utilizado para todos os estudantes, já que a série de atividades lúdico-pedagógicas abrange diversas perspectivas de ensino e aprendizagem.

A coordenadora explica que o trabalho de concepção e desenvolvimento dos jogos que integram o novo software, exige muito esforço e um trabalho que precisa ser articulado entre todos os membros do projeto. Além da pesquisadora em educação inclusiva e do pesquisador em educação matemática e da importante colaboração inicial do professor Gilberto Lacerda, a equipe é formada bolsistas de Iniciação Cientifica, um estudante de graduação em pedagogia da UnB, Bolsistas Técnicos do Projeto FAPDF, um programador, uma produtora gráfica e uma ilustradora. “Para além do jogo em si, o professor tem a liberdade de criar e conduzir ações pedagógicas variadas que atendam às demandas dos alunos, porque o princípio mais importante a se considerar nesse processo é que: cada aluno aprende do seu jeito, mas é importante que o professor explore de forma diversificada e forma lúdica para que se realizem os processos de aprendizagem; entendemos que esse seja o diferencial do software”, explica.

Os jogos Virtuais (programados para jogar no computador), e os jogos Concretos (programados para serem montados no computador e serem jogados fora dele), foram construídos com o objetivo de promover situações de aprendizagens no contexto da educação matemática, de forma dinâmica, criativa e colaborativa. Em um processo interativo e intuitivo, os jogos apresentam a aprendizagem de conceitos matemáticos básicos, como as operações matemáticas e noções de espaço e ordem, além da compreensão do agrupamento, da quantificação discreta, da correspondência entre quantidade e símbolo numérico, regras e estruturas do sistema decimal, bem como o valor do numeral de acordo com seu posicionamento.

O programa possui uma interface bastante intuitiva e visual, permitindo a fácil exploração por parte das crianças, além de um recurso de voz, que orienta cada passo do jogador. A professora aponta que o software ainda está em fase de construção, e por essa razão, o grupo de pesquisadores vêm fazendo ajustes em relação a interface do programa, de modo que a versão final atenda, de forma efetiva, às necessidades variadas em sala de aula.

Amaralina destaca que o professor desempenha um papel primordial no planejamento e utilização do software, pois ele não é apenas aquele que oferta o programa aos seus alunos, mas sim um mediador, que está junto com as crianças na hora de realizar as intervenções, motivando e propondo desafios. Por isso a equipe integrou ao software uma densa interface com orientações psicopedagógicas e de perspectiva inclusiva para exploração didática dos recursos lúdicos afim de orientar o(a) professor(a) a desenvolver a aprendizagem matemática com todos os alunos, sejam quais forem as suas necessidades específicas para a aprendizagem. Ela destaca ainda a proposição interdisciplinar do programa. “O professor ou professora precisa estar junto, acompanhando a realização da atividade pela criança e pelo grupo, avaliando as capacidades e necessidades, estimulando a verbalização das estratégias utilizadas, exteriorizando seus pensamentos, instigando outras possibilidades, para com isso criar outras oportunidades de favorecer a construção da aprendizagem individual e colaborativa”, avalia.

Em relação ao desafio de propor práticas pedagógicas que alcancem estudantes com perspectivas de aprendizagem diferentes umas das outras, a coordenadora destaca a importância da inclusão. “ O software Hércules e Jiló no mundo da matemática, em uma perspectiva inclusiva” está recomendando para atender a um público de demandas diversificadas e singulares dos alunos que apresenta necessidades educacionais específicas porque há uma intencionalidade na sua proposta; na medida em que construímos os jogos, pensando no funcionamento desses alunos, com a compreensão de que se criarmos situações favoráveis para atender demandas educacionais diversas sobre determinadas necessidades específicas, você estará potencializando o software para todos os alunos, o que na verdade se aproxima ao que nós defendemos: de que é preciso pensar uma educação para todos”, aponta a coordenadora.

Contudo, ela ressalta que a organização do sistema de ensino que se pretende ser inclusivo tem desafios na medida em que a não consideração dessa perspectiva pode resultar na exclusão de muitos alunos do processo de aprendizagem; neste sentido a equipe considera a importância do uso da tecnologia, assim como o lúdico sendo uma perspectiva valiosa para promover a inclusão em sala de aula. “A nossa experiência, com o software e os estudos que acompanhamos e realizamos, nos indicam que o uso da tecnologia facilita a vida de todo mundo, porém ela sozinha não resolve tudo, então no caso da relação educativa, o que importa é o(a) professor(a) conhecer a tecnologia, e buscar dominar as suas propriedades para criar situações favoráveis para potencializar situações de aprendizagens significativas”.

Desafios e aprimoramento

Em relação ao fato do projeto propor a gravação e distribuição do software Hércules e Jiló no mundo da matemática em uma perspectiva inclusiva para ser disponibilizado em uma mídia como o DVD, para além da sua disponibilização online, a professora explica que é conhecido que em nossa realidade poucas são as escolas que dispõem de um sistema de internet consistente e que funcione para dar viabilidade a utilização regular de tecnologias de apoio ao processo de ensino e aprendizagem, que efetivamente possa garantir a utilização do software nos espaços escolares, sala de aula, laboratório de informática e Sala de Recursos Multifucionais.

Como desafios, ela ainda lembra que a forma como o sistema educacional se organiza ainda ratifica a invisibilidade e a exclusão de estudantes que necessitam de abordagens de ensino que considera plenamente a diversidade de formas de aprender dos alunos e integre os diferentes estilos de aprendizagem, como ricas oportunidade de promover a aprendizagem de todos, na compreensão de que não é o aluno que tem que se adequar a escola, mas a escola que tem o dever se se adequar ao aluno.

UnBeatables: apoiado pela Finatec, equipe de futebol de robôs da UnB possui três títulos mundiais

Em 2014, uma equipe formada por estudantes e professores dos cursos de engenharia mecatrônica e engenharia eletrônica da UnB (Universidade de Brasília) teve a oportunidade de participar da RoboCup 2014, em João Pessoa (PB). O torneio, que ocorre anualmente em diversos paises do mundo, reúne robôs humanoides, desenvolvidos e programados por estudantes e pesquisadores, que competem numa simulação de um jogo de futebol. Desse interesse pela tecnologia e suas diversas possibilidades, nasceu o UnBeatables, que hoje já soma três títulos mundiais de copa do mundo de futebol de robôs e diversos prêmios de robótica.

O UnBeatables, filiado ao LARA (Laboratório de Automação e Robótica) da UnB e apoiado pela Finatec – Fundação de Apoio para Pesquisa, Ensino, Extensão e Desenvolvimento Institucional teve a oportunidade de participar da competição Humanoide Robots Soccer em 2014. A partir desse momento, a equipe percebeu a potencialidade e a possibilidade de desenvolver um projeto tecnológico e pedagógico. Dessa forma, hoje,  os estudantes utilizam a programação robótica para fazer os robôs interagirem com crianças e adolescentes em hospitais e escolas públicas do DF.

Sob o comando da Dra. Professora Mariana Bernardes, do departamento de engenharia eletrônica da UnB, há seis anos, a UnBeatables vem participando de diversos torneios e competições nacionais e internacionais, tendo conquistado os títulos das RoboCups na categoria Drop-in no Brasil em 2014, RoboCup – Hefei China, em 2015, RoboCup – Leipzig Alemanha, em 2016, além do primeiro lugar na Larc (Competição Latino Americano de Robótica) em São Carlos (SP/2014), na Larc Uberlândia (MG), em 2015, na Liga Humanóide de Futebol RoboCup / Standard Platform League (SPL), no Recife, em 2016 e o segundo lugar na Larc Curitiba em 2017.

Desafios

Ano passado a equipe teve de se adaptar à algumas mudanças para participar dos campeonatos, como explica a professora Mariana. Até então o grupo dispunha apenas de dois robôs que competiam em uma única categoria que exigia apenas um jogador em campo. Com as novas regras, a categoria foi extinta e para participar, teria que ser com um time completo de jogadores. Infelizmente, por essa nova condição, a equipe não conseguiu marcar presença em 2018. Com o apoio de instiuições de pesquisa e inovação, a UnBeatables conseguiu adquirir mais três robôs no início desse ano e agora se preparam para o mundial 2019, que irá ocorrer na Austrália e para a Larc 2019, que acontecerá no Rio Grande do Sul, como destaca a coordenadora. “Na competição em grupo é necessário no mínimo quatro robôs, então corremos atrás e conseguimos comprar três novos. Já estamos tentando dar um up nos outros dois mais antigos, dessa forma poderemos nos restabelecer e competir no estilo completo. A dificuldade é maior, já que com o time completo a gente compete contra equipes com 30, 40 robôs, mas estamos confiantes”, ressalta a professora.

Eric do Vale, aluno de Engenharia Mecatrônica da UnB, que também faz parte da UnBeatables, explica que durante as competições, os robôs são avaliados sob diferentes critérios. A performance, por exemplo, deve mostrar aos jurados e expectadores que os humanoides possuem capacidade de interação e autonomia em tarefas que seriam realizadas num jogo de futebol. “Na competição funciona como num jogo de futebol mesmo, eles têm que fazer tudo de forma autônoma, a gente coloca ele dentro do campo, ou seja, precisam procurar a bola sozinho, encontrar o gol correto, encontrar os adversários, companheiros de equipe, responder ao juiz, tudo isso de forma autônoma e dinâmica”, explica o aluno de mecatrônica do oitavo período.

A coordenadora da equipe relata alguns desafios que a UnBeatables ainda enfrenta para manter o grupo nas competições, entre eles, a manutenção dos robôs e a renovação da garantia dos modelos. “Na nossa categoria é obrigado a competir com esses modelos de robôs comerciais, ninguém pode tentar trocar hardware, trocar câmera, trocar nada durante as provas, tudo isso para tentar estar num nível de igualdade entre todas as equipes. No entanto, há versões comerciais que vão evoluindo, mais avançadas, com configurações e funcionalidades tecnológicas muito abrangentes. Então as vezes é complicado para nossa equipe, que possui cinco robôs, acompanhar essa evolução se não houver apoio”, explica a professora Mariana Bernardes.

Projeto além dos campos de futebol

Ao perceber a capacidade de interação dos robôs, a UnBeatables, decidiu integrar os humanoides a outros projetos além das competições. Os estudantes perceberam que os robôs poderiam ser usados para incentivar o interesse de crianças e adolescentes em robótica. Hoje, a equipe já levou os humanoides a diversas escolas públicas do DF, além de hospitais, onde crianças e adolescentes, e até adultos, puderam interagir com os pequenos robôs. Uma dessas atividades, com a presença dos humanoides, foi a participação na Orquestra Sinfonia Diferente, onde os robôs interagiram com crianças autistas.

Antes, programados apenas para jogar bola, agora os pequenos robôs dançam, praticam lutas, possuem habilidades sociais e conversam em inglês e português com o público, como relata Bernardes. “A gente teve um contato com um pessoal que trabalha com autistas e um dos nossos robôs participou da apresentação desse grupo, ele foi o hostess do evento e as crianças ficaram super animadas. Engraçado que elas não conversavam e nem olhavam pra gente, mas conversavam de forma normal com o robô. Ele é interativo, responde conforme a gente programa, tem uma parte de reconhecimento e sintetizador de voz, então ele também responde”, finaliza a coordenadora.

A coordenadora do projeto, Professora Mariana Bernardes (FGA – UnB – Engenharia Eletrônica) ao centro com toda a equipe e o Superintendente da Finatec Gustavo Condeixa. Ao fundo o professor Roberto Baptista (FGA- UnB – Engenharia Eletrônica), e os alunos Eric do Vale, Lívia Fonseca e Natália Borges da Engenharia Mecatrônica.

XI Colóquio de Psicologia Escolar aconteceu na Finatec

O XI Colóquio de Psicologia Escolar organizado pelo Núcleo de Estudos em Psicologia Escolar (NEPE) e coordenado pela Profª Claisy M., aconteceu nos dias 27 e 28 de junho de 2019 no auditório da Finatec. Esteve presente na ocasião a Reitora da Universidade de Brasília, professora Márcia Abrahão além dos professores do Laboratório de Psicologia Escolar do Instituto de Psicologia da UnB.

Com intuito de promover o desenvolvimento de alunos e profissionais que atuam nas áreas da Psicologia, Educação, Direitos Humanos e Serviços Sociais o Colóquio abordou temas em diferentes contextos como os Processos criativos, cognitivos e de aprendizagem, a Psicologia e a Estética, a Inclusão e a Diversidade, o Desenvolvimento do Talento Feminino e a Militarização nas Escolas Públicas.

A aluna Barbara Melo ressaltou a importância de adquirir experiência em eventos como esse para exercitar os conhecimentos adquiridos em sala de aula “Acho muito interessante para os alunos que estão cursando a disciplina de Psicologia escolar ver os profissionais que atuam na área contar as suas experiências de práticas transformadoras nas escolas. O evento superou as minhas expectativas, uma vez que é totalmente diferente ver os conteúdos aplicado nos temas abordados. ” – Concluiu a estudante de Psicologia na Unb.

Acontece na Finatec a 1ST International Conference of the Third Sector

Como iniciativa do Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais da Universidade de Brasília a 1ST INTERNATIONAL CONFERENCE OF THE THIRD SECTOR aconteceu nos dias 26 e 27 de junho no anfiteatro 2 da Finatec.

O Terceiro Setor é conhecido pela solidariedade, voluntariado e receitas com isenção fiscal. Outra característica é a responsabilidade por gerar empregos e promover o desenvolvimento em diversas áreas como educação, saúde, assistência social, meio ambiente, sustentabilidade, finanças e tecnologia.

Com o objetivo de promover intercâmbio de conhecimento entre as organizações sociais e disseminar boas práticas de accountability, compliance e governança, os workshops abordaram temas como os desafios desse Setor, a Educação Universitária nesse contexto, as relações entre o Terceiro Setor e o Ministério Público entre outros.

Lorena, uma das alunas de Ciências Contábeis da UNB que participou do evento, destacou a importância de ter contato com pessoas que atuam nessa área em outros países. “O interessante da Conferência é podemos ver a visão de profissionais da área que atuam na América Latina e Europa além de entender como funciona aqui no Brasil” – destaca a estudante.

A dirigente do Instituto de Inclusão, Tamires de Souza, também elogiou a iniciativa. “Acho interessante poder adotar algumas medidas e mudanças para seguir em frente no Terceiro Setor que é um campo que vai crescer muito na nossa sociedade ” finaliza a dirigente do Instituto.

Apuama Racing: equipe de fórmula e combustão da UnB apoiada pela Finatec

Em execução desde 2006, o Apuama Racing surgiu a partir do interesse de um grupo de estudantes de engenharia e professores da Universidade de Brasília (UnB), que juntos propuseram a construção de um carro, modelo kart, para participar de competições. Treze anos depois, o Apuama Racing segue firme e hoje é formado por um grupo de 55 estudantes de diversos cursos de graduação da UnB. Juntos, competem anualmente contra outras universidades brasileiras na SAE, a Sociedade de Engenheiros Automotivos (Society of Automotive Engineers).

Para competir na SAE, a equipe de combustão da UnB precisou desenvolver um protótipo de carro de corrida nas categorias combustão ou elétrico, com estilo parecido dos carros de Fórmula 1, conhecido como open wheel. Assim, cada equipe universitária precisa apresentar todos os elementos utilizados na construção, projeção e funcionamento do modelo. Também são exigidas projeções de estudo de mercado para a produção em larga escala do protótipo.

Durante a competição, promovida pela Sociedade de Engenheiros Automotivos, os estudantes participam de diversas provas, entre elas a estática, onde há a apresentação de como o modelo foi projetado e construído, porquê foi projetado e qual o diferencial do protótipo. O carro também é colocado à prova, e a equipe participa de corridas e circuitos nos quais são avaliados aspectos como resistência, aceleração e potência.

Na UnB, o Apuama é coordenado pelo doutor em engenharia mecânica Sanderson Macedo Barbalho, que também é professor adjunto do departamento de Engenharia de Produção da Universidade. De acordo com Barbalho, um dos principais diferenciais do projeto Apuama é o fato de haver integração entre diferentes áreas de pesquisa concentradas no mesmo objetivo: a execução do modelo.

O especialista explica que começou a coordenar o projeto a partir de 2013, ano em que havia apenas seis estudantes participantes. Como o fluxo de trabalho era enorme e os recursos escassos, Barbalho precisou correr atrás de apoiadores e enxergou a necessidade de incluir estudantes de outras áreas da UnB, que pudessem contribuir de diferentes maneiras com a execução do protótipo, e que dessem fôlego ao projeto.

“Pelo perfil do projeto, a gente estendeu a participação para outras áreas da UnB. Hoje fazem parte estudantes de administração, comunicação social e de todas as engenharias. Os participantes enxergam a importância de haver essa integração, essa interdisciplinaridade entre os cursos, algo que ainda precisa melhorar muito na UnB e em outras universidades também”, explica o coordenador.

O gestor aponta dois grandes desafios para a execução eficiente do projeto: a necessidade de disciplinas mais práticas que envolvam iniciativas tecnológicas e inovadoras e a busca por um processo de gestão do conhecimento mais eficiente e multidisciplinar. Ele também destaca a importância de haver apoio financeiro e de gestão como o que tem sido oferecido pela UnB e pela Finatec (Fundação de Apoio para Pesquisa, Ensino, Extensão e Desenvolvimento Institucional).

“Precisamos mudar a cultura da falta de prática do que é aprendido nas aulas. Tem que começar dentro dos próprios cursos. Temos ainda o problema da deficiência de gestão. O projeto é dentro da engenharia mecânica, mas tem professores e alunos que fazem parte e que são de outros cursos, então eu tenho que criar a cultura de que é um projeto multidisciplinar”, aponta Barbalho.

Referência nacional

Em 2017, o Apuama Racing Combustão UnB conseguiu ficar entre as dez melhores equipes do país, um resultado muito positivo, já que a maioria das equipes vencedoras sempre se concentrou nos estados da região sudeste. Em 2018, apesar dos resultados não terem sido os esperados, o Apuama manteve a participação na competição. Já para 2019, a equipe da UnB já está projetando um novo modelo de carro, o AF19, que substituirá o modelo atual e irá competir nacionalmente, em etapa que deve ser realizada em novembro.

Um grande diferencial do Apuama que o professor faz questão de destacar é a participação de várias estudantes mulheres no projeto. Segundo ele, em 2018, o capitão organizacional da equipe foi uma mulher. O professor explica que essa é uma das formas de quebrar barreiras e padrões machistas ainda presentes na academia, onde a mulher tem pouco espaço em áreas de exatas que culturalmente são controladas, em sua maioria, por homens.

Projeto muito além de um carro de corrida

O estudante de engenharia mecânica, Kalebe Filardi, atual capitão organizacional do Apuama Racing, explica que a importância desse projeto não está relacionada apenas ao funcionamento do carro construído pela equipe, mas também sobre uma forma de enxergar o conhecimento adquirido na universidade para além da academia. “Ele é especial porque foi construído por estudantes da graduação, a gente aplica o nosso conhecimento adquirido na teoria e o coloca em prática. Não é o que ele tem, mas sim o trabalho que tivemos para que ele funcionasse”, acredita o estudante.

Segundo Kalebe, todas as partes do protótipo foram construídas pelos alunos, desde a suspensão até o chassi e a engrenagem. Em sua opinião, não bastava apenas o funcionamento do modelo, era preciso mostrar às pessoas a importância de se desenvolver uma iniciativa que envolve estudo, planejamento e muita dedicação. Ele lembra o quão importante é a integração de estudantes de áreas diferentes de atuação. “A gente tinha que construir uma forma de divulgar o nosso trabalho, até para conseguirmos patrocínio, apoio, visibilidade. Nós abrimos o nosso leque, tanto para a parte de organização quanto de execução do projeto”, explica o capitão.

O estudante lembra ainda da importância que foi participar da Campus Party BSB, onde, num espaço reservado da UnB, a equipe expôs o Apuama Racing e recebeu dezenas de visitantes. “Desde 2017, quando começamos a participar da Campus, observamos que o público de Brasília está desenvolvendo um olhar mais crítico sobre a aplicação e importância da tecnologia. A percepção das pessoas em relação ao nosso projeto superou as expectativas, elas começaram a buscar informações sobre como o carro foi desenvolvido. Eles perguntam como podem ajudar, e outros dizem que possuem uma empresa, e que querem apoiar”, relata.

Sobre os planos para 2019 o estudante espera que, além do apoio da UnB e da Finatec, a equipe consiga chamar a atenção de outras instituições que queiram investir em projetos inovadores e que estimulem a pesquisa e desenvolvimento nas áreas de engenharia e tecnologia. “Este ano a gente está conseguindo um apoio muito grande da Finatec, da UnB, eles começaram a perceber na equipe um potencial profissional e de qualificação para outros estudantes de graduação que desejam atuar no mercado de trabalho”, finaliza o graduando.

 

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