Finatec despede-se do professor Marco Aurélio Oliveira

Faleceu nesta quarta-feira (04/09), aos 60 anos, Marco Aurélio Gonçalves de Oliveira, professor do Departamento de Engenharia Elétrica (ENE) da UnB e ex- Diretor Financeiro da fundação no período de 2011 a 2013.

A vida do professor Marco Aurélio foi marcada por sua contagiante energia e pela vocação de ensinar e pesquisar. Mago, como era carinhosamente chamado, deixa uma marca única e um grande legado para a educação e para a sociedade.

Na Finatec, ele será especialmente lembrado pela brilhante condução da nossa fundação no período em que foi Diretor Financeiro da instituição, compartilhando a gestão com a Profa. Júlia Issy Abrahão (Diretora-Presidente) e o Prof. Roberto Brandão Cavalcanti (Diretor-Secretário).

Os membros da atual Diretoria da Finatec, o Diretor-Presidente professor Armando Caldeira-Pires e o Diretor-Secretário professor Alex Araújo, estiveram presentes no velório (05/09) que aconteceu das 9h às 12h, no Cemitério Campo da Esperança, levando nosso abraço de afeto, homenagens e sinceras condolências à família.

Foto: Beatriz Ferraz/Secom UNB

1º Projetar Finatec: evento com foco em novos conhecimentos para pesquisadores que buscam aprimorar prática em projetos

No final da tarde da última quarta-feira (21), a Finatec realizou o 1º Projetar Finatec, evento que reuniu dezenas de professores e coordenadores que possuem parceria no desenvolvimento de pesquisas e projetos, com o apoio da Fundação. Estavam presentes membros do Conselho Superior e da Diretoria Executiva da instituição. Dionei Valter da Silva, assessor especial da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal, a FAP – DF, foi o convidado para palestrar sobre “Ecossistema de Inovação no Distrito Federal na visão da FAPDF”.

Além de trazer ao evento temas atuais como inovação, cidades inteligentes, inteligência artificial e novas tecnologias na gestão pública, a Finatec abriu espaço para que coordenadores e professores presentes participassem do debate. Um buffet recebeu os convidados no segundo andar do restaurante do prédio da Finatec, e num ambiente descontraído a nova diretoria da Fundação demonstrou interesse e desejo de maior aproximação e prestação de suporte, de forma eficiente, a todos os parceiros da Fundação.

O “Projetar Finatec” é uma iniciativa da nova Diretoria como forma de promover a integração entre a UnB, a Finatec e a FAP, e destacar a importância do investimento em projetos inovadores, tecnológicos e que tragam soluções e amparo ao desenvolvimento social e econômico, não apenas para o DF, mas para todo o país, como aponta o Diretor-Presidente da Finatec, prof. Dr. Armando Caldeira-Pires. “É papel da Finatec estar em contato com o coordenador, permitir que ele converse com a sociedade, não só na graduação, mas principalmente projetos de desenvolvimento de pesquisa e inovação tecnológica, para a promoção de melhorias efetivas da sociedade”, aponta.

Professor Dr. Armando Caldeira-Pires, Diretor-Presidente da Finatec

Caldeira-Pires explica que durante o encontro com os coordenadores foram distribuídos questionários de avaliação, que servirão de base para que a equipe executiva da Finatec possa verificar os pedidos e promover melhorias junto aos coordenadores dos projetos e junto à própria FAP. “A reunião de hoje foi um sucesso, nós tivemos uma adesão bastante forte e iremos analisar cada questionário de avaliação entregue, e com isso iremos tirar uma fotografia de como eles nos veem, como nosso serviço está sendo feito, se ele está sendo executado adequadamente”, avalia o Diretor-Presidente.

Para o professor Dr. José Alexander Araújo, Diretor-Secretário da Finatec, o 1º Projetar marca o início de uma nova jornada da Fundação junto aos coordenadores e parceiros, os quais Araújo considera como clientes. “Esse encontro é fundamental, os coordenadores dos projetos são nossos clientes, e é importante estar perto deles para entender quais as demandas e as dificuldades. É um momento também para colocar o quadro de colaboradores da Finatec à disposição, mostrar que mesmo com os desafios econômicos nós estamos de mangas arregaçadas para resolver os problemas e contamos com eles para fazer isso juntos”, diz Araújo.

Professor Dr. José Alexander Araújo, Diretor-Secretário da Finatec.

O Diretor-Secretário destaca ainda a parceria construída com a Fundação de Apoio à Pesquisa do DF. “A FAP é uma parceira estratégica, uma alavancadora de projetos e iniciativas no cenário de inovação do DF e nós estaremos ombreados com a fundação para colaborar no que for necessário para fazer do DF um autor principal do cenário de inovação do país, e facilitar todas as atividades que possam gerar recursos, novos produtos, novas tecnologias no DF e no Brasil”, explica.

O Prof. Dr. Francisco de Assis Rocha Neves, Diretor-Financeiro da Fundação, explica que a proximidade com a FAP-DF irá resultar em inúmeros benéficos à sociedade. “A FAP é um motor propulsor do DF no financiamento de pesquisa e inovação. E a aproximação dela com a Finatec vai ser muito positiva e a partir disso vamos poder potencializar a criação de novas frentes de conhecimento e exploração de pesquisa e inovação. Nesse momento, a presença dos coordenadores aqui, vendo a FAP-DF, é um estímulo a mais para fortalecer essa integração”, destaca.

Neves avalia que a Finatec tem o objetivo de atender com excelência as demandas dos coordenadores de projetos, e que essa boa relação é primordial. “Os coordenadores são nossos clientes, sem eles não existe Finatec, e nós queremos que todos aqui na Finatec, reconheçam a importância dos coordenadores, e tentem atender a todas as demandas trazidas por eles de forma eficiente. Eles representam a única forma da Finatec vencer e crescer, por isso a gente precisa dedicar muita atenção”, afirma.

Professor Dr. Francisco de Assis Rocha Neves, Diretor-Financeiro da Finatec.

Para o assessor especial da FAP-DF e convidado especial da primeira edição do evento, Dionei Walter da Silva, a proximidade da instituição com a UnB e Finatec demonstra o interesse em promover melhorias na sociedade. Ele explica que os temas trazidos durante a palestra vão de encontro com o projeto da Fundação de promover a inovação e a transformação por meio do conhecimento. “Nosso objetivo é ser um motor de transformação do DF, um polo de renovação. Para isso é necessário ter ciência, tecnologia, mas mais que isso é preciso ter aplicação em inovação. Usar os recursos da FAP, em parceria com as universidades e pesquisadores, para resolver problemas reais da sociedade”, destaca o assessor.

Dionei Valter da Silva, assessor especial da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal, a FAP – DF

Transparência e Integração

Segundo o Prof. Dr. Antônio César Brasil, um dos membros do Conselho Superior da Finatec, a Fundação tem o compromisso de responder, de forma eficiente e atuante, às demanda sociais, acadêmicas e econômicas da sociedade brasiliense e de todo o país. “A nossa ação junto aos coordenadores de projetos e demais representações institucionais da UnB é de extrema importância, porque essa ação vai definir os novos desafios que a Fundação terá nos próximos anos. Conseguiremos crescer se fizermos com que a Universidade de Brasília avance de maneira conjunta, a partir da captação de projetos, execução de novas ideias, objetos diferenciados, os quais tanto o DF quanto o Brasil precisa”, avalia o professor Brasil.

Professor Dr. Antônio César Brasil, membro do Conselho Superior da Finatec.

Na visão da Laila Salmen Espindola, coordenadora do projeto “ARBOCONTROL – Componente 1 – Pesquisa para o controle de vetor”, o trabalho da Finatec é primordial, não apenas por ser uma fundação de apoio aos parceiros, mas também porque gera renda e contribui para o desenvolvimento econômico do DF e de outros estados. “A FAP-DF e a UnB, casadas nessa capacidade de diálogo podem desenvolver-se mais ainda, porque essa parceria gera não apenas ciência, mas também empregabilidade. Os funcionários da Finatec são pagos com os nossos projetos, então geramos empregabilidade para pessoas capacitadas, atuamos na sociedade geral com o compromisso de gerar inovação, e gerar retorno positivo para a sociedade”, defende a professora Espindola.

Professora Laila Salmen Espindola, coordenadora do projeto “ARBOCONTROL – Componente 1 – Pesquisa para o controle de vetor”

Já o Prof. Dr. Pio Penna Filho, do Instituto de Relações Internacionais da UnB, avalia que a relação entre a Finatec, a UnB e a FAP deve ser estreita, resultando assim em alternativas viáveis na administração e execução de pesquisas e projetos. “É extremamente importante e relevante para a UnB que nós, professores e pesquisadores, e a Finatec, como Fundação, tenhamos essa aproximação com a FAP-DF. Ainda mais considerando que além de todas as inovações tecnológicas, ainda vivemos um período de contingenciamento de recursos. Os recursos para pesquisas estão minguados, então são necessárias alternativas para nós pesquisadores, para que possamos garantir a sobrevivência das pesquisas, e também o avanço da produção cientifica”, finaliza Penna Filho.

Professor Dr. Pio Penna Filho, do Instituto de Relações Internacionais da UnB

Finatec, FAP-DF e Unb assinam acordo que prevê modernização do principal órgão de fomento à pesquisa do DF

Na quinta-feira (15/08) a Finatec, FAP-DF e Universidade de Brasília celebraram a assinatura de uma cooperação técnico-científica para otimização organizacional da FAP-DF. Com vigência de um ano, o projeto será realizado pelo Centro de Estudos Avançados de Governo e Administração Pública (Ceag) da Unb, da Faculdade de Administração, Contabilidade, Economia e Gestão de Políticas Públicas (Face/UnB) e apoiado pela Finatec (Fundação de Apoio para Pesquisa, Ensino, Extensão e Desenvolvimento Institucional) que fará a gestão administrativa e financeira do contrato.

A importância do acordo está, sobretudo, no mapeamento e implementação de processos formais de trabalho e boas práticas com foco no desempenho da FAP-DF. De acordo com Alexandre Santos, presidente da instituição, o órgão encontra dificuldades de executar o próprio orçamento, que chega a R$ 360 milhões. “Os problemas e as dificuldades, como a falta de servidores e a precária infraestrutura de controle, afetam diretamente as ações de fomento à pesquisa e inovação e, consequentemente, todo o ecossistema de ciência e tecnologia”, avalia o gestor.

O Diretor Presidente da Finatec, professor da Engenharia Mecânica/UnB, Armando Caldeira-Pires esteve presente na assinatura do contrato e comemorou a oportunidade já que o convênio celebra benefícios para a sociedade. “Vir aqui e participar desse convênio, cuja característica está no DNA da Finatec desde o início, é muito gratificante. Esperamos que todo esse conhecimento que está na cabeça dos professores e pesquisadores dessa instituição possa escoar para onde a sociedade necessita por meio da FAP-DF, que tem o papel de fazer a interlocução entre essas esferas”, declarou o diretor presidente.

Fotos: Raquel Aviani/Secom UnB
Fontes: SECOM/Unb / Agência Brasília

Finatec fará a gestão administrativa de projeto da Unb/Agência Espacial Brasileira que promete lançar satélite

O memorando de entendimento foi assinado pelos representantes da UnB, FAP-DF e AEB em encontro realizado, no Salão de Atos do prédio da Reitoria da UnB (13/08). No documento, as partes comprometem-se a colaborar no desenvolvimento do projeto Alfa Crux, garantindo a soberania nacional e promovendo desenvolvimento técnico-científico e acadêmico nos mais diversos campos de aplicação de nanossatélites.

O projeto prevê que um nanossatélite entre em órbita em 2020 promovendo conexão de comunicação em áreas de interesse estratégico do país, bem como em regiões remotas, onde não se tem infraestrutura ou interesse econômico em ofertar o serviço. “Nosso objetivo é aumentar a conectividade em escala global, disponibilizando enlace de comunicação tanto para o setor civil quanto para a área de defesa do país. Isso é a base para viabilizar a ‘internet das coisas’, que possibilita ao usuário estar conectado por meio de dispositivos como celular e relógio. Essas soluções via satélite já são usadas hoje no país, mas carecemos ampliá-las. O projeto beneficiará, por exemplo, agricultores em regiões com folhagem densa ou com muita umidade, como é a Amazônia. Não é qualquer sinal que consegue penetrar nesses ambientes”, explica o chefe do Departamento de Engenharia Elétrica da UnB e um dos coordenadores do Alfa Crux, professor Renato Borges.

O projeto é desenvolvido no âmbito do Laboratório de Simulação e Controle de Sistemas Aeroespaciais (Lodestar), formado por uma equipe de docentes da UnB e estudantes da pós-graduação. Entre os objetivos acadêmico-científicos planejados estão publicações em revistas internacionais, depósito de patentes, registro de software e participação em conferências e congressos. “No futuro queremos treinar nossos professores e alunos para propagar o conhecimento gerado com o projeto. Queremos deixar um legado sólido em termos de documentação”, garante o coordenador do Alfa Crux.

O projeto é fomentado pela FAP-DF (Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal) e será gerido pela Finatec (Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino, Extensão e Desenvolvimento Institucional). O cronograma da iniciativa estende-se por três anos: o primeiro lançamento está previsto para 2020; no ano seguinte haverá testes em órbita e desenvolvimento de outras tecnologias; e o objetivo para 2022 é lançar um segundo satélite. “Começamos com um, mas queremos colocar a UnB comandando uma constelação com vários nanossatélites. Seria algo inédito na realidade brasileira”, antecipa o pesquisador.

Foto: Audrey Luiza/Secom UnB
Fonte: SECOM/Unb

EnAJUS 2019 na Finatec: Confira como foi a edição deste ano e descubra onde ocorrerão as próximas edições do evento

A segunda edição do EnAJUS – Encontro de Administração da Justiça aconteceu nos dias 4 a 6 de agosto na Finatec, em Brasília e abordou o tema Desafios da Administração da Justiça no Século XXI. Trata-se de um encontro que busca reunir pesquisadores, professores, alunos de graduação e pós-graduação em diversas áreas de conhecimento, em especial do Direito e da Administração. Além disso, também reúne operadores do Direito, como advogados, juízes, promotores, membros do ministério público em geral, da defensoria pública, enfim uma comunidade muito grande que se preocupa em entender a administração da justiça.

O evento é iniciativa do grupo de pesquisa de Administração da Justiça (AJUS) para produzir conhecimento sobre a Administração da Justiça. O EnAJUS é promovido em conjunto pela Universidade de Brasília (UnB), pelo Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas Sociais (IBEPES) e pelo Centro de Administração e Políticas Públicas (CAPP) e procura com apoio de pesquisa científica e de experiências práticas, discutir alternativas para uma administração da justiça alinhada com os desafios atuais.

“É um tema muito pouco estudado no Brasil, especialmente com a lente da Administração pública, e o EnAJUS se insere num esforço maior de entender o tema, produzir e disseminar conhecimento a respeito, além de organizar uma comunidade de professores pesquisadores interessados no tema no Brasil ” – revela o professor do comitê organizador e associado da Universidade de Brasília, Tomás de Aquino Guimarães.

O EnAJUS 2019 é um espaço de diálogo entre aqueles que participam. Essa edição, por exemplo, contou com quatorze sessões de apresentações de trabalhos cientifico em três modalidades: trabalhos teóricos empíricos, trabalhos na modalidade de ensaios teóricos e artigos técnicos com relatos de experiências e introduções de inovações, alterações em modelo de gestão na justiça. Além disso, aconteceram quatro painéis temáticos explorando assuntos contemporâneos e muito importantes para o sistema de justiça, como o papel dos tribunais constitucionais, as tecnologias e seus impactos no funcionamento da justiça, os discursos judiciais e políticas de justiça e, finalmente, o quarto painel que abordou sobre segurança pública.

Satisfeito com os resultados da segunda edição, o professor Tomás de Aquino, já revela as cidades das próximas edições do evento. “Sem falsa modéstia eu diria que o EnAJUS 2019 foi um sucesso e nós esperamos repetir esse sucesso nos próximos anos. Já estamos com a programação para o ENAJUS 2020 em Curitiba-PR e o EnAJUS 2021 em Lisboa- Portugal”.

2ª Jornada Internacional de Linguística Aplicada Crítica (JILAC) aconteceu na Finatec

A 2ª Jornada Internacional de Linguística Aplicada Crítica (JILAC) aconteceu nos dias 23 a 25 de julho na Finatec como uma iniciativa acadêmico-científico do Grupo de Estudos Críticos e Avançados em Linguagem (GECAL/CNPq/UnB).

Kleber Aparecido da Silva, professor associado da UNB, do departamento de linguística, língua portuguesa e letras clássicas , do programa de pós-graduação em linguística, disse estar satisfeito com mais uma edição do evento “Eu estou muito feliz com a realização desse evento em parceria com a Finatec, que é nossa parceira desde 2013 em eventos acadêmicos científicos. Essa edição da JILAC teve como tema justamente as Perspectivas Decoloniais da Linguística Aplicada Crítica” , destacou o professor sobre tema desse ano.

No cenário da educação nacional a JILAC visa reiterar a natureza da Linguística Aplicada Crítica pelo compromisso que assume com os sujeitos e suas reais necessidades, em vez de altear ou perpetuar vertentes metodológicas que não traduzem os anseios humanos. A aluna Elisa Campos, graduanda de Letras-Inglês na UEMS (Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul) ressalta que a sua primeira participação no evento foi importante para despertar ainda mais seu interesse pela Linguística “É a minha primeira vez no evento e foi muito importante assistir as palestras, ver pessoas fazendo comunicação científica, já que eu não tinha noção de como era. Apesar de gostar mais de literatura, a linguística é muito importante já que ela leva você à compreensão de muitas coisas que as vezes a literatura não consegue sozinha. Isso vai ser importante até para vida mesmo, já que eu vou conseguir me comunicar melhor, saber como tratar outras pessoas. Tudo está relacionado ao nosso discurso”.

Entre discussões, exposições, comunicações, palestras e minicursos o evento teve um número significativo de alunos e pesquisadores participando das atividades “Contamos com a participação de pesquisadores brasileiros e estrangeiros renomados e mais de 500 participantes de diversas áreas do Brasil. De Norte até o Sul do Brasil, todos os estados estão representados nesse evento. “ – contou o Professor Kleber.

“Estou muito feliz com a iniciativa que nós materializamos aqui na Finatec, justamente porque ela acentua a relevância de eventos dessa envergadura que tratam da linguística aplicada crítica, em relação as minorias e as classes invisibilizadas no contexto brasileiro, envolvendo, sobretudo, questões de raça e gênero. Esperamos em 2021 a realização de outra edição aqui na Finatec. ” – finalizou o professor.

Curso de férias com professor da Pensilvânia é realizado na Academia Finatec

Nos dias 17, 18 e 19 de julho aconteceu, por iniciativa da Academia Finatec, o curso de férias Workshop de Estudos Sonoros com o professor da Universidade da Pensilvânia, o colombiano Jairo Moreno.

O professor que ministra aulas no departamento de Música da universidade, ainda pesquisa a natureza do som, da escuta e do ouvido humano, bem como as relações entre as pessoas e outras formas de vida, animais e espirituais através do sonoro. “Tenho muita experiência como músico e pesquisador da teoria musical europeia. Também trabalho com os sons da música latino-americana e sua ligação com os Estados Unidos”. – revela o professor Moreno.

Os estudos sonoros são um campo muito novo e não possuem uma posição específica na academia norte americana ou europeia. Contudo, há muito tempo é estudada na Antropologia, na História Geral, Literatura, entre outras; assim como artistas que trabalham com som – não necessariamente com música – mas experimentando e pesquisando a ideia de que o som é uma matéria constitutiva para a ordem social e para o conhecimento humano.

De acordo com Moreno, os gregos eram muito atentos para o contexto do som. Platão, por exemplo, entendia o som como uma concepção mais ampla da música, que incluía a palavra, a atuação, a dança e o universo conforme ele imaginava. “Ele achava que isso era vital para a ordem política e social da cidade grega.” – pondera o professor.

Depois de Platão, também é possível citar o matemático Pitágoras que trabalhou muito com o som desenvolvendo argumentos para explicar as relações harmônicas e não harmônicas. Todos esses estudos influenciaram no desenvolvimento da música ocidental, que denominamos de música clássica, mas que também impactou a música da idade média, do renascimento e até na atualidade. “O som tem uma participação importante, é uma figura desses pensamentos, mas nunca tinha sido particularizado. Os estudos sonoros, então, fazem o papel de colocar o som em cena. Esses estudos já começaram a ser praticados aqui no Brasil e na América Latina. Já existe um grupo na USP, uma revista, na Argentina, mas ainda é incipiente. ” – declara o professor.

Segundo Jairo Moreno o curso de férias foi uma oportunidade de introduzir as questões mais fundamentais para aqueles interessados já que é um campo que envolve muitos outros e permite fazer novas conexões com diversas disciplinas a partir da escuta.

Especialista em Cidades Inteligentes realiza Workshop com o apoio da Academia Finatec

Com a intenção de solucionar os problemas da vida urbana utilizando novas tecnologias, o conceito de Cidades Inteligentes tem despertado cada vez mais interesse do governo das grandes metrópoles, sobretudo no Distrito Federal, que visa ser uma das primeiras cidades inteligentes no país.

Assim, no intuito de otimizar os processos de tomada de decisão para melhorar essas cidades, o professor Nuno Pinto, da Universidade de Mancherster, Escola de Ambiente, Educação e Desenvolvimento, do Departamento de Planejamento e Gestão Ambiental, desenvolveu um projeto que tem como objetivo discutir e criar métodos para auxiliar a tomada dessas decisões – “Tenho um projeto sobre governança de áreas metropolitanas e como novas metodologias baseadas em métodos quantitativos podem ser desenvolvidos para criar formas mais robustas para tomar decisões.” – revela o professor.

Atentos ao que há de mais novo nessa área, o Grupo Coimbra de Universidades Brasileiras em parceria com a Academia Finatec, ofereceu no dia 11 de julho no Conf ll da fundação o Workshop: Cidades Inteligentes – Métodos de apoio a decisão, processos e políticas públicas em áreas metropolitanas, com o objetivo de debater temas relevantes ao cotidiano do Distrito Federal e com projeção em áreas metropolitanas em outros países. O workshop foi conduzido por uma metodologia ativa de mapeamento de stakeholders, desafios e oportunidades, tomando como base o contexto do projeto metropolitano realizado em Brasília. Na oficina de métodos de apoio a decisão foram estudados os casos de Manchester/UK, Cidade do Mexico/Mex, Guadalajara/Mex e Barcelona/Esp.

Com o olhar voltado para a realidade da cidade de Brasília, o Professor Nuno Pinto explica o potencial que o local tem para se tornar uma “Cidade Inteligente” e onde essas práticas públicas impactariam de forma positiva – “A ideia é olhar o Distrito Federal e toda a região metropolitana no Brasil. Como DF é a maior região e tem um caso de estudo suficientemente complexo, possui ingredientes que permitem desenvolver esse tipo de metodologia. Isso porque o plano piloto e as cidades do entorno foram construídos do zero, existem instituições e instrumentos que permitem criar ferramentas para melhor governá-lo. O que existe é um desfasamento muito grande entre essas ferramentas e as comunidades que ali vivem, sobretudo, nas cidades mais pobres da região. O objetivo, assim, é desenvolver métodos, utilizando alguns existentes e integrá-los de maneira mais eficiente para que sejam conduzidos pela prática de políticas públicas. ” – revela o professor de Manchester.

FINATEC apoia desenvolvimento de software, criado por pesquisadores da UnB, que estimula o ensino inclusivo da matemática

Em meio as diversas transformações na educação causadas, em sua maioria, pelas novas tecnologias, o ensino inclusivo tem utilizado muitas ferramentas tecnológicas para inovar e desenvolver práticas pedagógicas dentro e fora da sala de aula. Foi a combinação entre tecnologia e o ensino da matemática que resultou no software em construção “Hércules e Jiló no mundo da matemática: concepção e desenvolvimento de um software, de apoio a educação matemática em uma perspectiva inclusiva”. Um projeto da Faculdade de Educação (FE) da Universidade de Brasília (UnB), que tem sido desenvolvido com fomento da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF) e apoio logístico da Finatec.

A história de “Hércules”, uma criança em busca de conhecimento, e seu fiel amigo, o cão “Jiló”, nasce no ano de 2000, quando a professora Amaralina Miranda de Souza, que hoje atua como coordenadora do atual projeto , juntamente com o professor Gilberto Lacerda dos Santos, ambos da Faculdade de Educação, perceberam a necessidade de formular uma proposta que pudesse viabilizar práticas didático-pedagógicas mais inclusivas, dinâmicas e colaborativas, onde o professor enxergasse a capacidade de aprendizado em todas as crianças e a proposta favorecesse todas as formas e estilos de aprendizagem considerando as necessidades e especificidades de cada estudante.

Este primeiro software “Hercules e Jiló”, com fomento da Secretaria de Educação Especial SEESP/MEC, foi concebido e desenvolvido para apoiar intervenções pedagógicas no campo das ciências naturais, abordando conceitos relacionados aos seres vivos. Premiado pelo PAPED (Programa de Apoio à Pesquisa em Educação a Distância) do Ministério da Educação, em 2004, o software, foi o objeto de estudo da Tese de doutorado da professora Amaralina Miranda de Souza, na Faculdade de Educação da Universidad Nacional de Educación a Distância, em Madrid, e posteriormente foi objeto de estudo da tese doutoral da professora Sumeire Brandão, que o aplicou em classes de Integração inversa do Distrito Federal (DF), com alunos do ensino regular.

Desta forma em 2005 o software ganhou uma nova abordagem, tendo como desafio oferecer um recurso lúdico de apoio a aprendizagem, em função das dificuldades que a maioria dos estudantes do ensino básico brasileiro têm em relação a aprendizagem matemática. Os professores pesquisadores Amaralina Miranda de Souza e Gilberto Lacerda integraram ao grupo o professor Cristiano Alberto Muniz, professor pesquisador da aprendizagem matemática, também professor da UnB na FE e, juntos, decidiram que o pequeno Hércules e seu cachorrinho “Jiló” iriam viajar no mundo da matemática e descobririam novos conceitos e abordagens nesse universo.

Em 2016, a propósito do Edital da FAPD F13/2016 Educação Inclusiva e como desejo de retomar a construção, os professores Amaralina Miranda de Souza e Cristiano Alberto Muniz, retomaram o projeto do software e redimensionaram sua estrutura considerando as questões do ensino da matemática voltado para o atendimento às demandas educacionais presentes na diversidade dos alunos na sala de aula, portanto em uma perspectiva inclusiva e obtiveram a aprovação do projeto “Hércules e Jiló no mundo da matemática: Concepção e desenvolvimento de um software de apoio a educação matemática em uma perspectiva inclusiva”. Nele, a estrutura inicial do software, passou por diversas mudanças, e diante dos avanços da tecnologia, o grupo de pesquisadores precisou aprimorar a iniciativa de diversas formas, privilegiando as dimensões lúdicas e pedagógicas para promover a aprendizagem matemática de forma colaborativa e inclusiva.

Assim, a estrutura seguida de 10 jogos para exploração lúdico-pedagógica, integrou 5 (cinco) novos jogos virtuais: o jogo dos Pratinhos, o Jogo Resta Mais, o jogo Monta Buquê, o jogo Passa Passa e 5 (cinco) novos jogos Concretos, também utilizados em abordagens pedagógicas inclusivas, são eles: O Jogo do Dominó, O jogo do Bingo, o jogo do Boliche, o jogo da Memória e o jogo da Vendinha. Hoje, ainda em processo de validação, o programa já foi testado em uma turma de integração inversa da SEE DF e será validado, ainda, junto a turma de alunos com necessidades educacionais específicas por deficiência intelectual, público ao qual estará recomendado.

Depois da análise de todos os resultados obtidos nessas aplicações, serão realizados pela equipe de avaliação, os ajustes necessários, sua conclusão e todo o processo pós-produção. Só então, com todo o processo concluído, o software estará finalizado e pronto para ser reproduzido em Mídia DVD, distribuído nas escolas públicas, classes hospitalares do DF e também disponibilizado na página da Faculdade de Educação da UnB para acesso gratuito. Segundo a coordenadora do projeto, serão produzidas cerca de mil cópias em DVD contendo o software, que poderá ser instalado em laboratórios de informática e salas de aula, sem a necessidade de utilização de internet.

Abordagem interdisciplinar

Embora o objetivo central seja a utilização do software no apoio do professor junto a estudantes que apresentem deficiência intelectual, o programa pode ser utilizado para todos os estudantes, já que a série de atividades lúdico-pedagógicas abrange diversas perspectivas de ensino e aprendizagem.

A coordenadora explica que o trabalho de concepção e desenvolvimento dos jogos que integram o novo software, exige muito esforço e um trabalho que precisa ser articulado entre todos os membros do projeto. Além da pesquisadora em educação inclusiva e do pesquisador em educação matemática e da importante colaboração inicial do professor Gilberto Lacerda, a equipe é formada bolsistas de Iniciação Cientifica, um estudante de graduação em pedagogia da UnB, Bolsistas Técnicos do Projeto FAPDF, um programador, uma produtora gráfica e uma ilustradora. “Para além do jogo em si, o professor tem a liberdade de criar e conduzir ações pedagógicas variadas que atendam às demandas dos alunos, porque o princípio mais importante a se considerar nesse processo é que: cada aluno aprende do seu jeito, mas é importante que o professor explore de forma diversificada e forma lúdica para que se realizem os processos de aprendizagem; entendemos que esse seja o diferencial do software”, explica.

Os jogos Virtuais (programados para jogar no computador), e os jogos Concretos (programados para serem montados no computador e serem jogados fora dele), foram construídos com o objetivo de promover situações de aprendizagens no contexto da educação matemática, de forma dinâmica, criativa e colaborativa. Em um processo interativo e intuitivo, os jogos apresentam a aprendizagem de conceitos matemáticos básicos, como as operações matemáticas e noções de espaço e ordem, além da compreensão do agrupamento, da quantificação discreta, da correspondência entre quantidade e símbolo numérico, regras e estruturas do sistema decimal, bem como o valor do numeral de acordo com seu posicionamento.

O programa possui uma interface bastante intuitiva e visual, permitindo a fácil exploração por parte das crianças, além de um recurso de voz, que orienta cada passo do jogador. A professora aponta que o software ainda está em fase de construção, e por essa razão, o grupo de pesquisadores vêm fazendo ajustes em relação a interface do programa, de modo que a versão final atenda, de forma efetiva, às necessidades variadas em sala de aula.

Amaralina destaca que o professor desempenha um papel primordial no planejamento e utilização do software, pois ele não é apenas aquele que oferta o programa aos seus alunos, mas sim um mediador, que está junto com as crianças na hora de realizar as intervenções, motivando e propondo desafios. Por isso a equipe integrou ao software uma densa interface com orientações psicopedagógicas e de perspectiva inclusiva para exploração didática dos recursos lúdicos afim de orientar o(a) professor(a) a desenvolver a aprendizagem matemática com todos os alunos, sejam quais forem as suas necessidades específicas para a aprendizagem. Ela destaca ainda a proposição interdisciplinar do programa. “O professor ou professora precisa estar junto, acompanhando a realização da atividade pela criança e pelo grupo, avaliando as capacidades e necessidades, estimulando a verbalização das estratégias utilizadas, exteriorizando seus pensamentos, instigando outras possibilidades, para com isso criar outras oportunidades de favorecer a construção da aprendizagem individual e colaborativa”, avalia.

Em relação ao desafio de propor práticas pedagógicas que alcancem estudantes com perspectivas de aprendizagem diferentes umas das outras, a coordenadora destaca a importância da inclusão. “ O software Hércules e Jiló no mundo da matemática, em uma perspectiva inclusiva” está recomendando para atender a um público de demandas diversificadas e singulares dos alunos que apresenta necessidades educacionais específicas porque há uma intencionalidade na sua proposta; na medida em que construímos os jogos, pensando no funcionamento desses alunos, com a compreensão de que se criarmos situações favoráveis para atender demandas educacionais diversas sobre determinadas necessidades específicas, você estará potencializando o software para todos os alunos, o que na verdade se aproxima ao que nós defendemos: de que é preciso pensar uma educação para todos”, aponta a coordenadora.

Contudo, ela ressalta que a organização do sistema de ensino que se pretende ser inclusivo tem desafios na medida em que a não consideração dessa perspectiva pode resultar na exclusão de muitos alunos do processo de aprendizagem; neste sentido a equipe considera a importância do uso da tecnologia, assim como o lúdico sendo uma perspectiva valiosa para promover a inclusão em sala de aula. “A nossa experiência, com o software e os estudos que acompanhamos e realizamos, nos indicam que o uso da tecnologia facilita a vida de todo mundo, porém ela sozinha não resolve tudo, então no caso da relação educativa, o que importa é o(a) professor(a) conhecer a tecnologia, e buscar dominar as suas propriedades para criar situações favoráveis para potencializar situações de aprendizagens significativas”.

Desafios e aprimoramento

Em relação ao fato do projeto propor a gravação e distribuição do software Hércules e Jiló no mundo da matemática em uma perspectiva inclusiva para ser disponibilizado em uma mídia como o DVD, para além da sua disponibilização online, a professora explica que é conhecido que em nossa realidade poucas são as escolas que dispõem de um sistema de internet consistente e que funcione para dar viabilidade a utilização regular de tecnologias de apoio ao processo de ensino e aprendizagem, que efetivamente possa garantir a utilização do software nos espaços escolares, sala de aula, laboratório de informática e Sala de Recursos Multifucionais.

Como desafios, ela ainda lembra que a forma como o sistema educacional se organiza ainda ratifica a invisibilidade e a exclusão de estudantes que necessitam de abordagens de ensino que considera plenamente a diversidade de formas de aprender dos alunos e integre os diferentes estilos de aprendizagem, como ricas oportunidade de promover a aprendizagem de todos, na compreensão de que não é o aluno que tem que se adequar a escola, mas a escola que tem o dever se se adequar ao aluno.

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