Desenvolvimento de respirador mecânico de baixo custo com sistemas de controle de volume e pressão e adequado às condições sanitárias para pacientes em UTI devido ao COVID-19
Quando a Organização Mundial da Saúde declarou que a Covid-19 é uma pandemia, o professor Sanderson Barbalho, da Engenharia de Produção da UnB, estava na Alemanha para uma série de pesquisas. Ele tratou de voltar para o Brasil: sabia que o melhor lugar para praticar o isolamento social era em casa, com a família.
O professor mal chegou e encontrou outra pesquisa para trabalhar neste momento histórico: ele decidiu criar um respirador mecânico, item tão necessário nos meses críticos do avanço da doença. Ao lado de especialistas na área – e reunindo a própria experiência profissional no desenvolvimento de equipamentos médicos – o professor tinha como objetivo criar um equipamento de baixo custo, replicável e que pudesse ser usado em uma UTI.
“Principalmente em cidades pequenas e locais mais inóspitos, o pessoal não tem recursos para comprar equipamentos em quantidade. Quanto menor o custo, melhor, mas tem que haver esse trade-off entre o custo e o padrão de qualidade mínimo para você colocar e uma pessoa respirar”, argumenta o pesquisador.
O protótipo está em fase de desenvolvimento – a equipe já sabe como o respirador vai funcionar e está trabalhando no painel de controle, enquanto aguarda a chegada das peças para montar o primeiro respirador da pesquisa.
“O que a gente pensou, nosso ponto de partida foi fazer um respirador e ter a possibilidade de entregá-lo a hospitais. Outro impacto é, de fato, a gente conseguir fazer um projeto desse tipo gerando um produto de alto nível. A gente está introduzindo tecnologias de IoT, desenvolvendo aplicativo para o médico – isso não existe no mercado”, adianta Sanderson.
Um dos desafios da equipe é justamente esse: desenvolver um produto com tecnologia moderna, mas de baixo custo. “A gente está conseguindo fazer, digamos, uma coisa tupiniquim, com um bom padrão de qualidade”, comemora. A equipe da UnB conta com o apoio de professores do IFB, e está em contato também com pesquisadores de instituições como a UFSCar e a USP, que estão desenvolvendo equipamentos similares.
O projeto, assinado em junho de 2020, ainda está em andamento e conta com o apoio da Finatec. Para o professor Sanderson, esse tipo de ajuda é essencial no andamento do projeto, sobretudo por permitir ao pesquisador o foco na parte prática da pesquisa, deixando a gestão com uma equipe especializada.
“A Finatec viabiliza a gestão financeira do projeto, o pagamento das bolsas dos alunos, tudo isso daí o professor não consegue fazer. Nosso trabalho é técnico, a gente quer desenvolver o produto. Por outro lado, é super importante ter alguém cuidando desse lado burocrático, sem eles a gente não consegue trabalhar”, pondera.
Coordenador: Prof. Sanderson Barbalho
Recurso: R$1.100.000,00
Envolvidos: FAPDF, Finatec, UnB
Assinatura: 05/08/2020
Data fim (previsão): 06/03/2022