Monitoramento, mapeamento e elaboração de sistema de alerta rápido para COVID-19 no DF via análise de SARS-CoV-2 em esgotos urbanos
Nem RT-PCR, nem exame de sangue: você sabia que o jeito mais rápido de detectar um surto de Covid-19 em uma região é pela análise do esgoto? Na verdade, segundo artigo publicado em 2020 pela revista Nature, o espalhamento de qualquer doença pode ser descoberto rapidamente por esse tipo de estudo – o que pode emitir um alerta para as autoridades de saúde quanto ao crescimento da curva de contágio.
Inspirada pela literatura disponível, a professora Cristina Brandão, do departamento de Engenharia Civil e Ambiental da UnB, bateu na porta do professor Fernando Sodré, do departamento de Química: há alguns anos, ele monitora as 8 principais estações de tratamento de esgoto do Distrito Federal, para entender como é o consumo de drogas de abuso, como o crack e a cocaína, na capital federal. E se ela pudesse adaptar a metodologia para detectar o Sars-CoV-2?
Nasceu aí o projeto “Monitoramento, mapeamento e elaboração de sistemas de alerta rápido para Covid-19 no DF via análise do Sars-CoV-2 em esgotos urbanos”, capitaneado pela professora Cristina. “As estações coletam o esgoto de cerca de 80% da população do DF, temos uma amostra bem abrangente das regiões administrativas. Podemos gerar relatórios sobre o crescimento da carga viral nos esgotos e associar os números aos casos clínicos, seria uma ferramenta auxiliar para os sistemas de saúde”, explica a professora.
A detecção de aumento na curva de contágio, quando medida pela análise de sistemas de esgoto, emite o alerta alguns dias antes da procura de pacientes por unidades de saúde. Isso significa que, munida da informação, as autoridades conseguiriam adotar medidas restritivas e controlar o crescimento do número de casos.
No longo prazo, o estudo da professora Cristina pode servir para detectar surtos de outras doenças pela capital federal – não necessariamente de uma outra pandemia, mas episódios pontuais de patógenos que se espalham com facilidade em alguma região. Outro ponto caro à professora é a transparência: a proposta é que os dados não estejam acessíveis somente à comunidade médica e às autoridade sanitárias, mas a toda a população!
O projeto tem apoio da FAP-DF e da Finatec, velha conhecida da professora Cristina – docente na UnB desde os anos 1990, ela viu a Fundação crescer ao longo das décadas. “Nunca tive problemas com a Finatec, temos um diálogo muito franco. Minha expectativa quanto a esse projeto é que seja como no passado: com uma condução tranquila e transparente, que a gente consiga fazer as coisas com a celeridade que o momento exige”, comenta.
Coordenadora: Profa. Cristina Célia Silveira Brandão
Recurso: R$98.800,00
Envolvidos: FAPDF, Finatec, UnB
Assinatura: 07/04/2021
Data fim (previsão): 06/10/2022