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Técnicos da UnB transformam a realidade de famílias residentes em áreas vulneráveis ou em situação de risco

Bons resultados já podem ser constatados por meio das ações de moradores

A Universidade de Brasília (UnB), por meio do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, está inovando com o lançamento do primeiro curso de especialização que propõe uma imersão em vivências territoriais. Iniciado em outubro de 2022 e chegando ao seu término este mês, o curso oferece uma série de módulos de estudo, incluindo oficinas, visitas a áreas vulneráveis e experiências práticas que possibilitam uma troca de conhecimentos entre os participantes do curso e as comunidades locais.

Os resultados positivos já são visíveis, com projetos de urbanismo e melhorias habitacionais sendo celebrados pelos moradores. Destacam-se iniciativas como a promoção de economia solidária na ARIS Dorothy Stang, a implementação de hortas urbanas no Parque Paranoá, a reforma da Cozinha Popular do MTD no Sol Nascente e o planejamento comunitário para a preservação da Lagoinha. Além disso, há esforços em andamento, como a produção de cartilhas para auxiliar na luta pela regularização fundiária em Santa Luzia, o desenvolvimento de projetos de infraestrutura turística e paisagística no assentamento Pequeno William MST, e a promoção de ações voltadas para o fortalecimento do planejamento territorial afrorrural do Quilombo Mesquita.

O engajamento da comunidade, com o apoio financeiro da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), é notável, incluindo a concessão de bolsas para jovens do ensino médio, residentes nas áreas abordadas, permitindo-lhes participar ativamente desse processo de transformação. “Isso mudou a realidade deles. Os pais comentam que os filhos começaram a se interessar mais pelos problemas locais após essa interação com os técnicos da UnB”, observa Liza Andrade, coordenadora do projeto.

A expectativa é que, até o final deste ano ou início do próximo, seja lançada a segunda edição do curso de Residência. Esta iniciativa é parte de um esforço nacional, com apenas cinco universidades no Brasil desenvolvendo cursos nesse formato, visando fortalecer a assistência técnica em habitação de interesse social nas periferias. A participação ativa dos professores e estudantes nas comunidades é fundamental para o sucesso do programa, especialmente com o apoio do Ministério das Cidades, por meio do Programa Periferia Viva da Secretaria Nacional de Periferias.

Liza Andrade destaca a importância de superar a elitização na área de Arquitetura, onde apenas 16% da população tem acesso a esse tipo de assistência habitacional. “As pessoas que vivem em territórios de risco necessitam de profissionais não apenas da arquitetura, mas também da engenharia, para abordar essa questão social. Esta assistência técnica é fundamental para mudar a realidade”, ressalta.

O curso de pós-graduação Residência Multiprofissional em Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS): Habitat, Agroecologia, Economia, Sociedade e Saúde Ecossistêmica em Territórios do DF e entorno, do Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da UnB, tem como objetivo formar “assessores sociotécnicos” em parceria com os moradores locais, visando soluções mais resilientes e solidárias para os desafios habitacionais enfrentados por diversas comunidades, incluindo camponeses, quilombolas e moradores da periferia.

A coordenação do projeto, liderada por Liza Andrade, destaca o processo de criação da disciplina Fundamentos em Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) em 2021, que serviu de base para a concepção do curso e contou com o apoio de diversos professores. O projeto recebeu recursos por meio de uma emenda parlamentar da deputada Erika Kokay, reconhecendo assim o impacto positivo que tem nas comunidades atendidas.

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