Seminário Saúde Mental na Parentalidade
Publicada em 1 de abril de 2024
A complexidade das relações familiares exige constante atualização dos profissionais que atuam no campo da parentalidade, assim como a permanente aquisição de novas ferramentas e estratégias de intervenção na saúde pública, como condição para o enfrentamento dos desafios contemporâneos face à problemática da violência intrafamiliar, às questões raciais e aos diferentes arranjos na constituição familiar.
O Seminário é fruto da pesquisa “Escola da família: promovendo saúde mental na parentalidade”, apoiado por emenda parlamentar da bancada do Distrito Federal em 2022. Nesse contexto, o Seminário Saúde Mental na Parentalidade marca a finalização desse trabalho e pretende fomentar debates interdisciplinares sobre intervenção, políticas públicas em saúde e concepções teóricas da parentalidade e suas vulnerabilidades.
“Esse projeto então é um desdobramento do projeto Escola da Família de Niterói, em relação à temática da saúde, a gente percebeu que seria interessante afunilar um pouco a temática e trazer a discussão também da questão da saúde mental, tendo em vista os números de depressão pós-parto e também da violência e da solidão das mulheres gestantes, a situação em que elas estão expostas e a quantidade de que existe no Brasil.”, explica Aline Tarouquella Matias, pesquisadora do projeto.
O período da infância é de suma importância na constituição da subjetividade. As crianças estão sujeitas às vicissitudes do ambiente que as rodeia. O cuidado dos adultos possibilita ao bebê viver e se desenvolver enquanto não possui ainda condições de fazê-lo por si próprio. Os adultos cuidadores são os responsáveis, num primeiro momento, pelo que ocorre no ambiente da criança. Portanto, cuidar das gestantes, dos familiares é também promover saúde mental.
“O projeto possibilitou a formação de 95 profissionais na área da saúde do DF, no tema da saúde mental da parentalidade, que é um tema extremamente sensível nesse momento da vida, na ideia das depressões pós-parto, das violências, da solidão. Os espaços de saúde podem ser acolhedores e de promoção da saúde mental. Esse projeto também trouxe três dissertações, tivemos 13 bolsistas de pesquisa, uma publicação numa revista A1, da CAPS, com o tema da parentalidade, a gente tem um chamado público sobre isso, produzimos três vídeos explicando o projeto. O livro está sendo finalizado com a editora Blucher.”, comenta a professora Kátia Tarouquella Brasil, coordenadora do projeto.
A deputada Erika Kokay esteve presente na abertura do evento e explicou a importância de apoiar projetos como esse e a vulnerabilidade da mulher. “Todos os anos, nós destinamos uma emenda de bancada, que são emendas mais vultosas para a Universidade de Brasília, para que nós possamos realizar projetos como esse, que via de regra acontecem através da Finatec. E é absolutamente fundamental, porque aqui nós estamos falando de ensino, nós estamos falando de pesquisa, nós estamos falando de extensão, mas, fundamentalmente, nós estamos falando de problematizar as nossas realidades para que nós possamos encontrar soluções para resgatar uma cidadania e resgatar uma liberdade que, em grande medida, esse país com tantas casas grandes, sem alas literais e metafóricas, não permite que nós resistamos. Portanto, essas emendas, quando vem para cá, elas são emendas que sempre trabalham na perspectiva de autonomia, de vivenciar uma humanidade que pressupõe diversidade. Pressupõe condição de sujeito, mas também pressupõe afetividade. Por isso, são atividades que sempre carregam muita amorosidade e muita afetividade. Continuaremos sempre contribuindo com a diversidade de Brasília e com projetos como esses que vêm através da Finatec.”, comenta a deputada.
“A Finatec teve um apoio fundamental, desde a busca junto com a deputada Erika Kokay, junto ao gabinete dela e toda a administração, toda a gestão do projeto. O apoio é fundamental porque a gente pudesse fazer a publicação, fazer o nosso trabalho sem se preocupar com a parte financeira, contratual e a gente conseguiu ter mais liberdade para construir o trabalho. O evento foi maravilhoso, acho que todo o apoio, que a nossa equipe junto com a equipe da Finatec, ela realmente conseguiu trazer uma discussão científica, cultural. Mental e humana, porque eu acho que a ideia é falar de saúde mental na parentalidade e não esquecer o lado humano que atravessa esse lugar de assumir a parentalidade.”, finaliza a professora Kátia Tarouquella Brasil.
Confira as fotos do evento: