Projeto desenvolvido por pesquisadores da UnB devolve mobilidade aos portadores de deficiência
Publicada em 27 de novembro de 2024
Veículo movido por eletroestimulação resgata os movimentos dos músculos das pernas paralisadas
Pesquisadores da Universidade de Brasília, da Faculdade de Ciências e Saúde, Campus de Ceilândia, resgatam a esperança de pessoas, com os músculos das pernas paralisadas, de voltarem a pedalar com suas próprias pernas. O Projeto de inovação tecnológica, inspirado na interação corpo-máquina, desenvolvido pela UnB, visa através de eletroestimulação devolver mobilidade e transporte aos portadores de deficiência, especialmente, pessoas com paraplegia ou tetraplegia.
O protótipo da tricicleta (bicicleta de três rodas) já existe, mas a ideia da equipe de pesquisadores, é ter inicialmente dez veículos regularizados pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).O estudo mecânico do Projeto toma como base o triciclo no qual os técnicos da Universidade avaliam a melhor geometria do veículo – Como deve ser configurado seu assento e tudo mais para acomodar com o máximo de conforto o portador de deficiência.
Já a parte eletrônica, é basicamente o eletroestimulador, que fica acoplado ao veículo e que conecta por meio de eletrodos aos músculos das pernas da pessoa com deficiência. Existe toda uma tecnologia robótica por trás desse automatismo para fazer o paciente pedalar. O coordenador do Projeto, professor Emerson Fachin Martins, adianta que também é possível usar o mecanismo em idoso com fragilidade muscular. “Uma vez o produto pronto, a gente consegue visualizar a aplicação dessa tecnologia para outros públicos” assegura.
Segundo Fachin, o principal objetivo do Projeto é amadurecer essa tecnologia conhecida por Ciclismo Assistido por Eletroestimulação. “O mundo inteiro desenvolve essa tecnologia, inclusive existe uma competição com esse tipo de triciclo”, lembra. Ele adianta que a proposta desse trabalho é, primeiro, desenvolver um dispositivo totalmente brasileiro e com tecnologia utilizada pela equipe da Universidade, diferente de outros grupos, que usam estimuladores comerciais.
Além do Distrito Federal e de Minas Gerais, o trabalho beneficia portadores com deficiência nos Estados do Ceará, Santa Catarina, São Paulo, onde a UnB já desenvolve trabalhos em parceira, respectivamente, com a Universidade Federal do Ceará (UFC); Universidade de Santa Catarina (Udesc), em Joinville, e Universidade de São Paulo (USP). De acordo com o professor Fachin a meta é fazer com que o trabalho se consolide nacionalmente.
A Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) apoia o projeto na gestão e execução dos recursos financeiros liberados Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) via CNPq. “O Projeto tem previsão para ser concluído em agosto de 2025. É bastante complexo, envolve muito tempo e profissionais de diversas áreas, como pessoal da saúde, engenheiros, cientistas, analistas da computação, profissionais da Tecnologia da Informação (TI), entre ouros”, conclui Fachin.