Pesquisadores da UnB combatem a discriminação racial e o preconceito nas cinco regiões do País
Publicada em 25 de novembro de 2024
Participam também do Projeto Redes Antirracistas dez grupos de estudos afro-brasileiros
A Universidade de Brasília (UnB) através do Departamento de Métodos e Técnicas, da Faculdade de Educação, desenvolve ações para combater a discriminação racial e o preconceito em todo País. O Projeto intitulado Redes Antirracistas, com vigência até novembro de 2025, tem como principal objetivo fortalecer a política de promoção da igualdade racial, nacionalmente, e estreitar o diálogo entre as instituições de educação, tanto em nível federal quanto estadual, em comunidades de diversas localidades que já trabalham com a temática.
Além da UnB, participam o Ministério da Igualdade Racial (MIR), responsável pelo financiamento do Projeto, e a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), que tem importante papel na gestão dos recursos, acompanhamento e orientações técnicas. Segundo a coordenadora geral do Projeto, professora Renísia Garcia Felice também integram o trabalho dez grupos de estudos selecionados em todas regiões do País. São 02 na Região Sul; 02 no Sudeste; 01 no Norte; 03 no Nordeste e 02 no Centro-Oeste.
A professora destaca que o Projeto também potencializa outros trabalhos que estão sendo realizados nas universidades, e que muitas vezes, os professores não têm o apoio necessário para fortalecer muitos projetos interessantes. Ela explica que as redes antirracistas são formadas a partir de três eixos. O primeiro é o observatório de políticas afirmativas. O segundo é o fomento aos Núcleos de Estudos Afro-brasileiros (NEABs e grupos correlatos) e o terceiro eixo é formado pelo apoio aos Núcleos de Práticas Jurídicas.
A coordenadora reforça que as redes antirracistas são formadas por instituições que tenham comprometimento com as políticas de ações afirmativas e com atores fora da universidade, de preferência, que sejam de instituições vinculadas ao Sistema Nacional de Promoção de Políticas de Igualdade Racial (Senapir), cujo Ministério da Igualdade Racial, segundo ela, está tentando fortalecer com algumas medidas.
Professora Renísia Filice (Foto: Marília Marques/G1)
“As Redes Antirracistas significam o diálogo com a universidade e com seu território. Então, pressupõe-se que haja o diálogo com os governos, com os movimentos sociais e com os grupos de pesquisa, não só, interno da universidade, mas também externo” observa Renísia, e complementa ”As redes são fortalecidas por esse impulsionamento do projeto, no sentido de valorizar essa proposta de diálogo, com as comunidades onde as instituições estão inseridas”.
Dinâmica do Projeto
O trabalho prevê, inicialmente, a seleção das ações de políticas de igualdade que foram propostas, e que tenham um maior potencial de entrelaçamento das redes, tanto interna quanto externamente a universidade. O projeto também avalia, nas cinco regiões brasileiras, os trabalhos que tenham maior poder de capilarização em cada território. “É um compromisso da UnB estimular o aprofundamento e o desenvolvimento desse trabalho com reflexões cada vez mais aprofundadas do ponto de vista de implementar e monitorar políticas antirracistas que já estão acontecendo”, pontua Renísia.
Estão envolvidos no projeto professores, pesquisadores e bolsistas. Um kit bolsa remunera professor, com doutorado, com a quantia de R$ 3,100; professor com mestrado com bolsa no valor de R$ 2.100, e mais duas bolsas para estudantes de graduação no valor R$ 750 para cada um. Todas as instituições selecionadas ganham o kit bolsa, podendo elas colocarem até dois voluntários para compor suas equipes.
A coordenadora afirma que a expectativa em relação ao Projeto é das melhores. Conforme um balanço preliminar sobre a inscrição, feito pela própria Renísia Filice, o resultado foi surpreendente pela quantidade de inscritos, e pela grande procura de pessoas negras em participar do Projeto, embora a iniciativa não fosse voltada exclusivamente para pessoas afro-brasileiras.