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Pesquisa da UnB desenvolve sistema que monitora Aedes aegypti

O SISVetor faz parte do Projeto Arbocontrol, que tem como objetivo impedir onda de infecções por dengue, chikungunya e zika, que são transmitidas pelo mosquito

Pesquisadores da Faculdade de Saúde da Universidade de Brasília (UnB) desenvolveram ações que podem impedir uma possível nova onda de infecções provocadas pelas chamadas arboviroses, grupo de doenças que inclui dengue, chikungunya e zika.

As estratégias fazem parte do Projeto Arbocontrol, que visa fortalecer as ações de enfrentamento das arboviroses. Financiado pelo Ministério da Saúde e apoiado pela Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), o Arbocontrol é dividido em quatro frentes.

Entre as metas, está o desenvolvimento de moléculas naturais do Cerrado que possam ser usadas no controle da proliferação do mosquito Aedes Aegypti e até a sua morte.

O segundo componente é trabalhar as estratégias de comunicação dessas arboviroses contagiosas, informando à população sobre os riscos e formas de contágio.

O terceiro eixo trata da capacitação dos profissionais de saúde dos estados, municípios e ligados ao Governo Federal para lidar com uma situação de epidemia de dengue, chikungunya e zika.

O quarto braço do Projeto Arbocontrol é o que trata do investimento em novas tecnologias e da avaliação das tecnologias atuais.

SISVetor

Entre as ferramentas criadas nesse eixo do projeto está o SISVetor, que é um sistema de informação e monitoramento do Aedes aegypti, o mosquito transmissor de arboviroses, como dengue, chikungunya e, é claro, zika.

O sistema desenvolvido foi desenvolvido pela equipe do epidemiologista e professor do Departamento de Saúde Coletiva, Jonas Brant. O dispositivo serve para apoiar as autoridades de saúde no trabalho do controle vetorial. Como? Invertendo o processo de coleta das informações em que se busca uma inteligência territorial.

É o que responde o próprio coordenador: “No atual processo de coleta de dados de uma epidemia, o Ministério da Saúde busca começar sua unidade de dados pelos pacientes. No método inteligência territorial nós buscamos o processo inverso: debaixo para cima. Em que a unidade de dados é a casa, o bairro, a quadra. Isso permitiu ter uma inteligência sobre o território e como os vetores estão se aproveitando desse território para conseguir se manter vivos”, explica Brant.

Esse novo método, que faz parte do SISVetor, permite a maior otimização dos processos de trabalho de enfrentamento e resposta à proliferação do vírus. “É tudo informatizado. Em vez de eu precisar de um digitar, o próprio agente do ministério que está em campo já faz a coleta num sistema informatizado e essa informação já está disponível para tomada de decisão. No cenário anterior, eu coletaria num papel, que seria levado para um digitador e o gestor demoraria tempo para tomar decisão. Esse processo levava até 15 dias. Com o SISVetor, o gestor pode estar tomando decisão amanhã de um dado que ele colheu hoje. Isso otimiza muito o processo de trabalho e a gente responde de maneira mais oportuna a infestação do vetor das arbovirose”, detalha o docente.

Sistema é usado em dois estados

Duas cidades brasileira já vêm utilizando o SISVetor: Sete Lagoas (MG) e Manaus (AM). Sugeridas pelo Ministério da Saúde. O resultado tem se mostrado satisfatório. “Os dados colhidos nas duas cidades rapidamente foram processados e ajudaram as autoridades a aplicarem recursos onde tem necessidade, evitando o desperdício e reforçando o combate às arboviroses”, afirma Brant. 

O sucesso do sistema tem animado a equipe de pesquisadores. Tanto que o SISVetor já começa a ser testado no controle e combate de outras doenças, como a de Chagas e a Covid-19, esta transmitida pelo novo coronavírus.

“Apoio da Finatec é fundamental”

Para que a pesquisa tivesse o sucesso alcançado até o momento, um parceiro foi fundamental nesse processo iniciado em 2018. “O apoio da Finatec foi fundamental porque a fundação consegue dar maior velocidade às ações de execução financeira do governo, garantindo o apoio necessário para execução de projetos de grande porte como este de enfrentamento das arboviroses”, conclui Brant.

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