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Pesquisa da UnB avalia a implementação do Programa Criança Feliz Brasiliense

Parceria entre a UnB e a Finatec, com financiamento da FAP-DF, o projeto será concluído em janeiro de 2024 e dará subsídios para que o GDF avalie a eficácia da política pública no desenvolvimento integral das crianças e suas contribuições nas práticas parentais

Pesquisadoras da Universidade de Brasília (UnB) trabalham para avaliar as contribuições do Programa Criança Feliz Brasiliense, que atende a 3,2 mil pessoas em 16 regiões administrativas do Distrito Federal. A pesquisa está na fase de coleta de dados e será concluída em janeiro de 2024. Ela é fruto de uma parceria entre a universidade e a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), com  financiamento assegurado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF). O projeto foi selecionado por meio de edital público da FAP lançado em 2021. 

Laura Dal’Ava dos Santos, doutoranda do Programa de Pós-graduação em Nutrição Humana (PPGNH/UnB) explica que o ponto de partida da pesquisa, intitulada Projeto de Avaliação da Implementação do Programa Criança Feliz Brasiliense (Pipa-DF), são os objetivos do programa Criança Feliz Brasiliense. Este programa tem entre as metas, garantir o desenvolvimento integral das crianças (Leia Fique por dentro) por meio do apoio às famílias e a articulação entre os diferentes órgãos do governo para que elas sejam atendidas por programas e políticas públicas transversais em todas as suas necessidades.

Para avaliar se os objetivos do programa, coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF), estão sendo alcançados (Leia Ponto a ponto do Pipa-DF), oito entrevistadores de campo vão coletar dados e fazer visitas a 300 famílias. Trata-se de um estudo longitudinal, com o planejamento de três visitas a cada família selecionada. A aplicação de questionários da segunda visita está em curso e será finalizada em janeiro de 2023. A terceira visita está prevista para começar em maio do ano que vem. 

A fase seguinte consiste na análise dos dados, produção de um webinário sobre o tema e na elaboração de uma cartilha informativa para as famílias. “Além de termos como objetivo avaliar se há ou não risco de atraso no desenvolvimento infantil e sobre as práticas parentais, nossa meta também é avaliar a situação socioeconômica das famílias; se elas vivem em situação de insegurança alimentar; como está a saúde mental da mãe ou cuidador das criança, entre outros pontos”, detalha Laura Dal’Ava.

Como os temas são complexos, o Pipa-DF tem a participação de pesquisadoras de diferentes áreas do conhecimento. O grupo é coordenado pela professora Vivian Gonçalves, pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva, e está inserido no Núcleo de Estudos Epidemiológicos em Saúde e Nutrição (NESNUT), da Universidade de Brasília (UnB). As professoras doutoras Nathalia Pizato (PPGNH/UnB), e Gabriela Buccini, da University of Nevada, Las Vegas colaboram como pesquisadoras seniores.

No caso de Laura Dal’Ava, os dados serão utilizados para avaliar as questões do desenvolvimento infantil e das práticas parentais e fará uma análise qualitativa sobre a percepção dos participantes do PCFB quanto ao ambiente de cuidados integrais (Nurturing Care Framework). Além dela, outras pós-graduandas compõem a equipe do Pipa-DF. A doutoranda Érika Soares (PPGSC/UnB) avaliará a relação da segurança alimentar e o crescimento infantil. A mestranda Camila Biete (PPGNH/UnB) vai trabalhar com dados de ansiedade e depressão dos cuidadores, e a alimentação das crianças. Natália Oliveira, mestranda do PPGSC/UnB, vai debruçar sobre a insegurança alimentar das famílias e o estado nutricional das crianças. 

Todos os temas das pesquisas analisarão a influência da frequência e adesão ao programa pelas famílias em seus desfechos. Além das pós-graduandas, duas alunas de iniciação científica do curso de Nutrição, Beatriz Guimarães e Isabela Coutinho, vão apresentar dados de forma mais geral de insegurança alimentar e aleitamento materno das crianças que participam do programa.

Finatec De acordo com a coordenadora do Projeto, Vivian Gonçalves, a parceria com a Finatec dinamiza e profissionaliza os processos de gestão administrativa e financeira do projeto, facilitando as ações e dando mais segurança jurídica à equipe técnica. “Estamos muito satisfeitas com a logística e implementação dos processos pela Finatec. Essa parceria nos dá mais tranquilidade para cuidar da parte técnica, que é a nossa expertise. O PIPA-DF é o segundo projeto que coordeno em parceria com a Fundação e estou contente com os resultados que temos produzido”, acrescenta a professora.

A Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) é uma das instituições executoras do projeto atuando na gestão de recursos, compra dos materiais e abertura de editais para a contratação de bolsistas. Atualmente oito entrevistadores contratados auxiliam os pesquisadores na coleta de dados nas oito regiões administrativas selecionadas no processo amostral.

Quadros

Ponto a ponto do Pipa-DF

– Avaliar o Desenvolvimento da Primeira Infância de crianças atendidas pelo Programa Criança Feliz Brasiliense (PCFB);

– Avaliar as relações de parentalidade responsiva, a saúde mental das gestantes e mães de crianças participantes do PCFB;

– Avaliar a situação de insegurança alimentar e nutricional de domicílios;

– Estimar impacto do número de visitas no desenvolvimento infantil;

– Fornecer subsídios para o fortalecimento da gestão do Programa Criança Feliz Brasiliense.


Fique por dentro

O Programa Criança Feliz Brasiliense (PCFB) é ancorado em visitas domiciliares para fortalecer as habilidades de pais e mães na promoção do cuidado integral, responsivo e sensível. Ele tem como meta fomentar iniciativas intersetoriais para fortalecer políticas de assistência social, saúde, nutrição, educação, cultura, direitos humanos e direitos das crianças.

O projeto atende crianças menores de 3 anos e gestantes assistidas pelo Cadastro Único (CadÚnico); crianças de 0 a 6 anos que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC) ou que foram afastadas do convívio familiar em razão da aplicação de medida de proteção.

No Distrito Federal, o Programa Criança Feliz Brasiliense foi colocado em prática em duas fases. A primeira, em 2019, com 1,6 mil indivíduos nas regiões administrativas de Samambaia, Santa Maria, Recanto das Emas, Ceilândia, Riacho Fundo I; Riacho Fundo II; Estrutural e Taguatinga.

A segunda etapa só ocorreu em 2021 por conta da pandemia e acompanhou outras 1,6 mil pessoas moradoras de Brazlândia, Paranoá, Varjão, Itapoã, Fercal, Sobradinho, Planaltina e Gama, totalizando 3,2 mil indivíduos.

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