Evento comemora dia do alfabeto coreano
Feriado nacional na República da Coreia, o Dia do Hangul – alfabeto coreano – foi comemorado na Universidade de Brasília (UnB) por convidados e pessoas interessadas pela cultura sul-coreana. Organizada pelo Instituto Rei Sejong, a Celebração dos 576 Anos da Escrita Coreana foi realizada no Auditório 1 da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) no dia 30 de setembro, com uma mostra do Museu Nacional do Hangul e a exibição do filme Mal-Mo-E: A Missão Secreta, roteirizado e dirigido por Eom Yu-Na e baseado numa história real.
Publicado em 1446, o Manual do Hangul surgiu como uma alternativa mais democrática do que os ideogramas chineses, que chegam à casa dos milhares, e baseia a escrita coreana em cinco símbolos referentes às consoantes (ㅁ ㄴ ㅅ ㄱ ㅇ), e três para as vogais (ㆍㅡㅣ). Utilizado por mais de 80 milhões de pessoas, o alfabeto tem tamanha popularidade que a avenida em frente ao principal palácio de Seul recebeu o nome do seu criador, o rei Sejong.
O ministro da Embaixada da Coreia do Sul, Kim Gun Hwa, ressaltou a importância do Dia do Hangul para a população sul-coreana. “É um dia nacional simbolicamente importante, dedicado puramente à letra coreana.”
“Desde os primórdios da humanidade, as elites protegem o que as diferencia”, afirmou Marcus Tanaka, professor do Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução (LET/UnB), doutor em linguística e diretor do Instituto Rei Sejong Brasília (IRS-BSB), com sede na UnB. Segundo ele, a simplicidade do Hangul e, consequentemente, o fácil acesso da população ao alfabeto foram motivo para o seu banimento. “De forma gradual, porém, a escrita foi sendo adotada pelos populares, até que em 1894 começou a ser usada em documentos oficiais do governo e, em 1895, em livros didáticos, quase 450 anos depois da sua publicação”, completou.
O Instituto Rei Sejong promove o intercâmbio cultural entre os países por meio do ensino da língua coreana. O IRS é gerido pela Fundação Rei Sejong, fomentada pelo Ministério da Cultura, Esporte e Turismo da Coreia do Sul e, além de na UnB, possui três unidades nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Fruto de um acordo firmado com Korea Brazil Society (Kobras) em 2017, a instalação do Instituto na Universidade permitiu a inclusão do ensino da língua coreana na grade curricular de forma padronizada, como é realizado pela fundação.
Estudante da língua coreana, Giulia Lucchesi deseja que a “onda coreana” (popularização da cultura do país no Brasil que começou em meados dos anos 1990) atinja cada vez mais pessoas. “É muito lindo o jeito que eles adoram a cultura e a forma que eles mostram isso”, disse Giulia. “Eu gostaria muito de poder passar isso para as pessoas que não têm acesso ao cinema e às músicas coreanas”, completou a estudante.
Créditos: Daniel Lustosa estagiário em Jornalismo na Secom/UnB