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Doula: uma escuta amorosa e profissional

O Programa + Mulheres profissionais na área da saúde e Empreendedorismo, executado pelo Instituto Federal de Brasília, busca qualificar mulheres para trabalharem como doulas, além de oferecer cursos para mulheres que já atuam no mercado da doulagem.

Embora a atividade de doulagem seja milenar, no Brasil a atividade da doula ainda não é reconhecida como uma ocupação. Mesmo assim, a falta de reconhecimento profissional da doulagem não impede que milhares de mulheres atuem orientando e auxiliando outras mulheres durante a sua gestação, parto e pós-parto. O Programa reconhece a necessidade de regulamentação da profissão e está atento às discussões que acontecem no âmbito do legislativo.

O Programa, cuja execução financeira tem sido realizada pela Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), iniciou suas atividades em 13 de dezembro de 2023 com o curso de massagem para gestantes que têm carga horária de 30h. A partir de 2024, serão ofertados outros cursos de extensão como o de Pintura na Barriga e o de Chá de Bênçãos. O Chá de Bênçãos é um momento oferecido à gestante e ocorre num espaço ambientado para a mulher se vincular com o bebê que vai nascer e para que ela possa se despedir da barriga. “Quando o filho nasce, a mulher vive uma espécie de luto. Ela sai da condição de gestante e nasce na condição de mãe”, explica Êrika Barretto Fernandes Cruvinel, coordenadora geral do Programa + Mulheres Profissionais na área da Saúde e Empreendedorismo. Êrika, que é professora da área de Ciências Ambientais do IFB, campus Gama, explica que o curso de formação inicial de doulas leva entre 80h e 220 horas, “Uma doula precisa ter sensibilidade, empatia e uma escuta afetiva. O conhecimento técnico necessário ela recebe durante o curso”. O recurso financeiro para a realização do Programa é fruto de emenda parlamentar da Deputada Erika Kokay no valor de R$ 200 mil. Ao todo serão abertas 280 vagas para qualificação de mulheres que não são doulas. As vagas serão distribuídas em três campus do IFB. Quem tiver interesse, todas as orientações para processo seletivo serão publicadas no site do IFB a partir de janeiro de 2024.

Empreendedorismo

Mais do que qualificar e requalificar mulheres que atuam com a doulagem, o Programa do IFB tem como meta formar profissionais empreendedoras. “A gente precisa que a profissão seja regulamentada para que a mulher nos estágios gravídico e puerperal sejam acompanhadas, e que exerça seu direito à presença da doula no momento do parto”, explica a professora Êrika Fernandes Cruvinel.

Até o momento, a profissão não existe na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Mas no Senado já foi aprovado o PL que caminha para isso. “No texto exige-se que a mulher, para ser doula, precisa ter o ensino médio. No nosso entendimento — e no entendimento da deputada Erika Kokay que tem nos ajudado muito nisso — não deve ser exigido o ensino médio. Mulheres com ensino fundamental, Brasil à fora, já exercem a profissão. Se o PL for aprovado com a exigência do ensino médio, deixaremos de fora muitas mulheres que já atuam na doulagem”, alerta Êrika Fernandes Cruvinel. O projeto está na Câmara dos Deputados e a luta é para adequar o texto eliminando essa exigência.

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