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Cientistas da UnB criam equipamento que dispensa utilização de animais em experiencias biomédicas

Publicada em 23 de outubro de 2025

O Chip-Eny, genuinamente nacional, é mais completo em relação aos concorrentes internacionais.

Pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), ao analisar os atuais métodos de estudos científicos feito pela sociedade biomédica, e percebendo a tendência de que não se pode usar mais cachorro, macaco, coelho e outros animais em estudos de laboratórios (leis que começam a proibir isso), decidiu focar na ideia de criação do Chip-Eny, equipamento genuinamente nacional que dispensa o uso de animas em experiências biomédicas e mais completo em relação aos concorrentes.

Conforme o pesquisador Mário Fleury, que integra a equipe de pesquisadores, a elaboração do Chip-Eny começou a ser executada em 2022, incentivado pelo CNPq e teve o processo acelerado em 2023. “Agora, em meados de 2025, está prospectando o licenciamento tecnológica e tem perspectiva de Anvisa” afirma ao destacar que o grupo de engenharia biomédica, sob coordenação da professora Suélia Rodrigues e do professor Adson Ferreira, está entre os dez mais influentes do País.

O Projeto Chip-Eny surgiu da necessidade de melhorar e aperfeiçoar o tratamento feito através do equipamento Rapha em feridas crônica do pé diabético (lâmina de látex associada a luz de led) e que hoje já se encontra em fase final de preparação para, nos próximos meses, já estar disponível para sua comercialização no mercado nacional.

O professor lembra que o Chip-Eny ainda está em processo de pesquisa, portanto, ainda tem muito tempo pela frente até chegar a fase de liberação para ser comercializado no mercado nacional. Ele explica que após um longo período de estudo, como exige toda boa pesquisa, os cientistas da UnB e seus parceiros perceberam a necessidade de trabalhar especificamente na melhoria do curativo aplicado no tratamento de feridas crônicas.

“A expectativa é aperfeiçoar a interação biológica da lâmina de látex no uso em úlceras e feridas como de pé diabético”, prevê. Segundo Mário Fleury, os pesquisadores chegaram à conclusão de que era possível intensificar o poder bioativo do curativo do látex para acelerar a cura em feridas crônicas. “Para fazer isso, o pesquisador teria que fazer testes em Organ-no-a-chip, que é a simulação de órgãos em miniatura”, comenta o professor.

O Chip-Eny é a versão nacional do Organ-no-a-chip, produto que simula em ambientes complexos estudos de angiogênese com ênfase em feridas crônicas (entre elas pé diabético). Fleury lembra que o Chip-Eny já cumpriu várias etapas de maturação tecnológica, como desenvolvimento técnico, testes e ensaio in-vitro e realizou a proteção intelectual da tecnologia com titularidade da UnB e co-titularidades do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), instituições renomadas na área de pesquisa científica. A parceria com a Empresa Life Care para o Equipamento Rapha que hoje está em processo de registro ANVISA foi fundamental para o grupo da UnB acelerar a pesquisa do Chip Eny.

Os primeiros passos para criação do Chip-Eny aconteceram de forma rápida. O depósito da patente, o início dos diálogos de licenciamento da tecnologia e outras etapas, por exemplo, foram conquistadas, graças ao apoio continuo do

CNPq, apoio dado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF) e o apoio da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), com a expertise de gestão administrativa, além da deputada federal, Erika Kokay e senadora Leila do Vôlei, que através de emenda parlamentar contribuíram com apoio para desenvolvimento do projeto.

“Com toda essa estrutura de apoio conseguimos fazer o desenho técnico, o depósito de patente e dar outros passos” ressalta Mário Fleury. Ele esclarece que é o primeiro Organ-no-a-chip nacional, com a patente já depositada. “Isso já é uma grande vitória”, observa. O Chip-Eny tem um grande diferencial com relação aos de outros países. “É universal, mais completo e serve até para fazer teste de equipamentos e não só de medicamentos”, compara.

A política de internacionalização da UnB vem sendo apregoada há muito tempo, lembra o pesquisador, ao citar que após a regionalização e a nacionalização do equipamento no mercado brasileiro, será a vez de focar sua apresentação para o mercado internacional. “Esse será o próximo caminho a ser trilhado pela Universidade de Brasília”, diz Fleury. Ele reforça que os pesquisadores já iniciaram a prospecção de vários acordos de parceria com universidades e centros de pesquisa de outros países como Estados Unidos, Índia e Honduras; e que nada disso seria possível se não houvesse a integração entre UnB, CNPq, CNPEM, FAP-DF, FINATEC, Congresso Nacional e outros parceiros.

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