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Anvisa aprova máscara da UnB capaz de matar o vírus da Covid-19

Publicada em 15 de maio de 2022

O dispositivo é composto de cinco camadas. Uma das quais chamada de quitosana, um composto natural encontrado na casca de crustáceos, como o camarão

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou uma máscara desenvolvida pela Universidade de Brasília (UnB) em parceria com a Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF) e a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) que é capaz de matar vírus que transmitem doenças como sarampo, gripe e Covid-19.

É o primeiro dispositivo médico classe 1 liberado pela Anvisa fruto dessa parceria. A Finatec foi a responsável pela gestão dos recursos oriundos da FAP-DF investidos na pesquisa, auxiliando na compra de equipamentos e insumos para a confecção da máscara.

O protótipo já está liberado para produção nacional. Em breve, o dispositivo genuinamente brasiliense estará disponível no mercado para a venda. “Para trabalhar na execução de um projeto que envolve recursos se não tiver uma equipe como a da Finatec, com a metodologia de trabalho e a velocidade de resposta, o projeto poderá não acontecer”, explicou a coordenadora do projeto, professora Suélia Fleury Rosa.

Suélia destaca a importância da autorização da Anvisa. “A Anvisa é o primeiro foco de parcerias que a gente tem de dar a mão. É um lema ter de dialogar de mãos dadas com a Anvisa porque há um conjunto de exigências em benefício da sociedade”, ressalta.

O primeiro item exigido pela agência ao dispositivo foi justamente a segurança. Denominada de Vesta, a máscara possuir cinco camadas compostas de tramas de TNT e tecido com nanopartículas que atraem e inativam o coronavírus.

A barreira criada pelos estudiosos tem quitosana, um composto natural encontrado na casca de crustáceos, como o camarão, que envolve e degrada a membrana do vírus, inativando a contaminação.

Por ser tão pequena quanto o vírus, a trama – que são os espaços formados a entre as fibras e também chamados de poros – acaba impedindo a passagem do patógeno.

Além disso, o seu tecido é composto por um tipo de tecnologia que exerce atração eletrostática no vírus, que é atraído pela superfície por interpretar que está se aproximando de vias aéreas humanas.

Dessa forma, uma pessoa infectada que estiver usando a Vesta adequadamente não vai contaminar ninguém porque o vírus será eliminado. Mas o ideal é que as outras pessoas também estejam protegidas pelo mesmo equipamento.

Agricultura familiar

A confecção da Vesta impactará na cadeia produtiva da agricultura familiar. Como um dos elementos que compõem o dispositivo é a quitosana, um composto encontrado na casca de crustáceos, os pesquisadores usaram apenas produtos desenvolvidos na agricultura familiar. Aliás, essa foi uma prerrogativa para ceder o projeto para a iniciativa privada: que os fabricantes continuem comprando de pequenos produtores.

Além da Covid-19, a Vesta também pode ser usada para combater e eliminar outros vírus, como o da gripe e do sarampo. “Outros episódios virais vão surgir. Temos de estar preparados. Esse produto pode ser aplicado numa gama de espectros virais. Portanto, haverá uma política de incorporação da máscara”, vaticina a professora.

Finatec

O processo de gestão do recurso investido no projeto faz com os pesquisadores concentrem sua atenção à pesquisa. “Este é o papel da Finatec: gestão do recurso. Eu não sei lidar com isso. Então, a fundação nos deu a liberdade de fazer aquilo que somos capacitados, que é a pesquisa, estudo. Outro papel importante da Finatec é a transparência da utilização do recurso no projeto”, avalia a docente.  

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