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Os gêmeos que querem revolucionar a cadeira de rodas

Os irmãos gêmeos Júlio e Lúcio Oliveto criaram o “Kit Livre”, um acessório que transforma qualquer cadeira de rodas em triciclo elétrico motorizado.

 

Sai a cadeira de rodas, entra o triciclo motorizado

O Kit Livre nasceu mesmo de um propósito. Da vontade de “deixar de lado o conceito de que uma pessoa cadeirante é dependente de outras pessoas. Transformar essa imagem estática, proporcionando movimento a ela”, afirma Júlio.

 

Esse propósito os levou a criar a Livre, empresa que desenvolve equipamentos para auxiliar a mobilidade e dar autonomia aos cadeirantes. E o produto dessa iniciativa é o Kit Livre, um acessório que pode ser acoplado em qualquer modelo de cadeiras de rodas manual e transformar essa cadeira de rodas num triciclo motorizado elétrico. Com ele, os cadeirantes podem até praticar esportes radicais.

Movidos por esse propósito, Júlio e Lúcio estão a mil por hora: em 2016, além de participarem do Braskem Labs, programa de aceleração que durou 4 meses e impactou outros 11 projetos inovadores, também vêm conquistando diversos prêmios em concursos de empreendedorismo.

Mas não sem antes superarem alguns percalços. Porque, como você já deve saber, empreendedorismo é para os resilientes. E isso os dois são. Veja agora o porquê.

 

Empreendedorismo no sangue

Júlio e Lúcio nasceram numa família empreendedora. O avô era taxista em São José, e depois acabou abrindo uma empresa de entregas. Logo, essa empresa cresceu e virou uma transportadora — que ficou ainda maior quando o pai dos gêmeos entrou no negócio. Tanto que a primeira empresa dos dois acabou derivando desse ramo.

Em meados de 2002, os gêmeos abriram uma locadora de empilhadeiras e máquinas industriais. Sempre juntos, complementando-se. “Eu e meu irmão sempre tivemos uma afinidade muito boa em tudo o que se relaciona à gestão”, conta Júlio.

A afinidade ia além: naquele momento, nenhum dos dois estava empolgado com o negócio. Embora tenha sido uma ótima experiência, em que “aprenderam na marra, depois de apanhar”, ambos tinham a impressão de que era uma empresa muito familiar. Faltava profissionalismo.

 

Em busca do brilho nos olhos

Mas faltava algo mais importante, também: o propósito. “Nós não tínhamos algo que nos motivasse, que nos fizesse acreditar de verdade naquilo”, revela Júlio Oliveto. Os olhos dos gêmeos não brilhavam pelas empilhadeiras

A mudança começou a ocorrer em meados de 2009, quando Júlio ingressou no mestrado em engenharia mecânica. Na ocasião, surgiu a possibilidade de criar algum equipamento que motorizasse uma cadeira de rodas. A ideia nasceu de conversas do mestrando com o orientador, professor Vitor Orlando Rosado.

As conversas levaram à criação do primeiro protótipo do Kit Livre, em 2011. Naquele momento, Júlio e Lúcio mal vislumbravam a ideia de transformá-lo em negócio. A motivação era a de proporcionar novas sensações aos cadeirantes.

 

O valor inestimável de um conselho

Os gêmeos seguiam aprimorando o produto, mas faltava um detalhe importante: que o mundo soubesse disso. Foi quando ouviram, de professores, o conselho de expô-lo em eventos de empreendedorismo. E foi quando os dois perceberam que, para cumprir o propósito que tinham em mente — e ampliá-lo –, realmente precisariam estruturar um negócio.

A partir de 2013, os dois passaram a se inscrever em prêmios e feiras de empreendedorismo. Desta forma, colocaram o pé no mercado, inclusive formatando um plano de negócio.

Mas, no começo, houve frustração. Embora tenha chegado à fase final de alguns concursos, naquele momento o Kit Livre não chegou a ser premiado. Os empreendedores esbarravam em alguns pontos cruciais nas avaliações, o que demonstrou que precisavam aprimorar também o modelo.

“Pensamos: não é possível, o negócio é bacana, tem tudo para ir para a frente e para ajudar muita gente. Só que não conseguíamos mostrar isso. Isso ficou na nossa cabeça. Como mostrar que o Kit Livre também tinha potencial de negócio?”, conta Júlio.

 

Resiliência vem antes de sucesso até no dicionário

Então, os dois arregaçaram as mangas e botaram para fazer. Trabalharam firme para colocar de pé um projeto vencedor.

Ao longo de 2014, participaram novamente de vários concursos, e o esforço deu resultado: o Kit Livre acabou laureado em prêmios importantes, como o de Empreendedorismo do Santander. E com o aporte da premiação, de R$ 100 mil, os dois conseguiram montar o negócio. “Fabricamos o primeiro lote e fizemos um investimento para participar de uma feira.”

Em abril de 2015, Júlio e Lúcio lançaram oficialmente o Kit Livre. E fizeram questão de se aproximar de quem comprava o produto.

“Nós passamos cerca de um ano fazendo entregas. Nós mesmos. Para conversar com os clientes e entender o que poderia melhorar — inclusive na nossa produção”.

O resultado é um produto em constante aprimoramento, com uma construção mais otimizada para a empresa.

Assim, com habilidades diferentes mas unidos no mesmo propósito, os gêmeos demonstraram que a Livre tem tudo para buscar e conseguir um crescimento de alto impacto. E, no Shark Tank Brasil, só não conseguiram o investimento porque já tinham recebido o aporte do fundo Golden Tree Family Office.

Mas o impacto vai muito além de números. A julgar pelo brilho nos olhos de quem se depara com o Kit Livre — e não falamos apenas dos cadeirantes –, os resultados desse trabalho são muito mais amplos e profundos do que isso.

 

A matéria original completa você encontra em: Endeavor

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