Qualidade da mão de obra, intelecto, criatividade e fator humano, são algumas das características apontadas pelo professor Vinci como particularidades do brasileiro que são equivalentes ao profissional europeu.
De acordo com o professor, sua carreira internacional não é um caso isolado e a possibilidade de brasileiros fazerem carreira no exterior é grande. “Nós temos uma qualidade técnica muito boa, sendo ela equivalente aos colaboradores da Europa. As Universidades Federais do país têm um ensino bastante qualificado” – elogia o professor.
A divergência, segundo ele, aparece quando o assunto são os americanos. Para Vinci, apesar da cultura brasileira estar mais próxima da americana e sermos competitivos em termos técnicos, o brasileiro peca pela falta de planejamento. “A questão é nos organizarmos como os americanos fazem. Sobretudo na maneira de pensar o negócio de forma lucrativa. Eles são mais eficazes para produzir dinheiro. O objetivo dos EUA em todo tipo de pesquisa nas diversas áreas da engenharia, ao final, é criar um produto que possa ser vendido e trazer o lucro. Na Europa e no Brasil esquecemos esse aspecto. O lucro é importante, os resultados do nosso trabalho é que mantêm o nosso salário. É necessário discutir a produtividade.” – pontua o professor Felipe.
Quando a questão é o idioma, ele aponta um colega da eletrônica que é brasileiro, com uma trajetória muito parecida com a sua, e que começou falando só português quando foi morar no exterior. “Hoje ele fala alemão, português, inglês, francês e todas essas línguas, e agora é chefe na Suíça, num grande laboratório.” – exemplifica.
Para o professor, é muito frequente encontrar profissionais brasileiros no exterior, onde existem boas oportunidades, embora o Brasil também seja um país muito interessante para se trabalhar. “O problema do Brasil é a continuidade do financiamento, que pode mudar de um governo para o outro, dificultando o processo” – reflete Vinci.
Conheça um pouco da história de vida do professor Filipe Vinci
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